Segundo a Justiça do Trabalho (TRT da 4a Região), o número de acidentes de trabalho no Brasil é muito elevado, com uma média de um acidente a cada minuto de trabalho. Essa realidade se traduz em doenças e situações de invalidez de uma parte grande da população, além dos custos envolvidos.
Para se ter uma ideia do custo financeiro, os gastos com doenças e acidentes do trabalho, entre os anos de 2012 e 2020, ultrapassaram R$ 100 bilhões. Assim, identificar as situações de risco a fim de evitá-las ou reduzi-las de modo expressivo é essencial e, para esse fim, a elaboração da APR é indispensável.
Continue a leitura e descubra o que é e quais são os principais erros cometidos na elaboração de uma APR.
O que é APR e quais suas principais características?
APR é a sigla para Análise Preliminar de Risco, uma importante metodologia preventiva utilizada em Segurança do Trabalho para avaliar a existência de riscos no ambiente de trabalho. Seu emprego permite adiantar-se proativamente e adotar medidas de proteção corretas para cada caso e constitui uma das bases do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos).
Assim, ao realizar uma APR, pretende-se identificar para reduzir, controlar e evitar as ameaças que porventura sejam encontradas no ambiente ocupacional avaliado. Nesse sentido, leva em consideração aspectos qualitativos e quantitativos.
Qualitativamente, uma APR visa reconhecer os tipos e a localização dos riscos existentes como, por exemplo, na análise ergonômica da atividade. Por sua vez, a abordagem quantitativa realiza o dimensionamento desses riscos permitindo conhecer sua real intensidade.
Uma vez realizada, consolida-se em um documento de mesmo nome e que deverá apresentar, pelo menos, as seguintes informações:
- nome da empresa;
- descrição da atividade avaliada;
- local onde a atividade é desenvolvida;
- etapas do processo de trabalho realizadas;
- riscos identificados;
- medidas de controle adotadas e necessárias;
- responsáveis pela elaboração da APR.
Quais os principais erros na elaboração de uma APR?
A avaliação preliminar de risco é uma técnica e, portanto, deve ser realizada seguindo um roteiro próprio e observando determinados cuidados para que se evitem erros em sua elaboração que podem comprometer os resultados. Nesse sentido, conheça, a seguir, os principais deslizes cometidos quando da condução de uma APR.
Listar riscos genéricos sobre o cargo e o ambiente
Um levantamento de situações perigosas como esse é realizado para conhecer os riscos próprios do trabalho analisado. Portanto, é necessário manter o foco naquelas condições inerentes às atividades e ao ambiente de trabalho em estudo.
Dessa forma, é preciso evitar a abordagem de listar riscos genéricos que deixariam de caracterizar a atividade no local observado. O trabalho de avaliação deve ser conduzido como se fosse uma personalização do ambiente e da atividade em cada análise realizada, inclusive para os riscos ergonômicos existentes.
Não atualizar as mudanças de atividade
Quando se trata de avaliar riscos, deve-se considerar a possibilidade de mudanças de atividade ou da forma de realizá-las no ambiente laboral investigado. Assim, dois levantamentos realizados em momentos diferentes poderão resultar na identificação de riscos diferenciados e, desse modo, na demanda de outro tipo de EPI, por exemplo.
Essa natureza dinâmica da APR não permite que se produza um documento de viés estático. Ao contrário, deverá sempre passar por revisões periódicas e atualizações, em especial quando houver a adoção de medidas que promovam alterações nas atividades desenvolvidas ou no ambiente laboral.
Desconsiderar perigos diferentes que podem surgir
Um importante cuidado que deve ser observado na avaliação de riscos é levar em conta as possibilidades de perigos diferentes que podem surgir no ambiente sob avaliação. Na verdade, essa é uma das principais atribuições da análise.
Isso significa que a prevenção não deve colocar o foco apenas nos perigos aparentes e logo identificados, mas também nas possibilidades de novas ameaças não explícitas. Com esse cuidado, consegue ir além das certezas conhecidas e prevenir ocorrências menos comuns, mas com risco presente.
Deixar de informar aos funcionários sobre os resultados
Os resultados encontrados na elaboração de uma APR devem ser do conhecimento de todos os envolvidos com a atividade e com o ambiente analisado. Afinal, a operacionalização dos cuidados preventivos necessários será conduzida principalmente pelos próprios colaboradores que realizam as atividades.
Desse modo, a prevenção se torna mais efetiva em seus resultados com a consciência dos trabalhadores envolvidos a respeito dos riscos existentes e das soluções adotadas para evitá-los ou minimizá-los. A equipe de segurança do trabalho da empresa tem importante papel nessa divulgação e orientação.
A CIPA pode ajudar nessa divulgação e outras ações nesse sentido.
Não contar com o apoio de especialistas
A importância da APR na prevenção de acidente de trabalho identificando e se antecipando às possibilidades de sua ocorrência exige que seja realizada por pessoal especializado. Além disso, a experiência nesse tipo de avaliação permite maior amplitude de alcance do olhar preventivo, sobretudo quanto a riscos não evidentes.
Por esse motivo, um dos erros considerados ao proceder a uma APR consiste em não contar com especialistas para sua realização.
Como a BeeCorp pode ajudar nesse processo?
A BeeCorp é uma empresa especializada em saúde, ergonomia e qualidade de vida no trabalho. Nossa ampla experiência ergonômica faz toda a diferença para um diagnóstico dos riscos ergonômicos do ambiente laboral.
Além disso, operamos com uma grande diversidade de segmentos e conseguimos enxergar as possibilidades de diferentes perigos no ambiente já vistos antes, realizando uma análise ergonômica precisa para sua organização.
Como você pode ver, existem alguns erros comuns quando falamos da elaboração de APR dos quais se deve estar atento, a fim de não comprometer os resultados. Por essa razão, contar com o apoio de profissionais especialistas e experientes fará toda diferença.
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