APS ou Atenção Primária à Saúde é um conceito que coloca o indivíduo e não a doença no centro da atenção. Ela cuida da base dos problemas, evitando que se agravem, e previne o surgimento de novas doenças. Esse conceito integra ações preventivas e oferece uma atenção integral à saúde do paciente com tratamentos e monitoramento.
Para entender mais sobre Atenção Primária à Saúde (APS), leia também neste conteúdo:
Você já ouviu falar em APS? A Atenção Primária à Saúde tem ganhado destaque como uma alternativa vantajosa para reduzir o absenteísmo, a sinistralidade dos planos de saúde e, consequentemente, os custos das empresas.
Isso porque, a partir de cuidados primários, a evolução de problemas de saúde que afetam os colaboradores da companhia é reduzida. Isso evita, muitas vezes, que eles se ausentem da empresa. Nesse sentido, a APS é uma medida importante na promoção da qualidade de vida e no aumento da produtividade.
Por isso, a ampliação da estrutura e dos serviços de APS é a melhor estratégia para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde em todo mundo. Afinal, a partir dela é possível atender as populações de modo preventivo, integrado e contínuo. No Brasil, ela tem sido uma preocupação crescente das entidades reguladoras do setor e já é adotada pelas principais operadoras do segmento.
Confira, a seguir, por que o cenário é favorável para se investir em APS na sua empresa e qual a diferença entre a atenção primária, a secundária e a terciária. Além disso, veja quais podem ser os reflexos financeiros e demais vantagens desse investimento. Boa leitura!
O que é atenção primária à saúde (APS)?
A APS se caracteriza por um conjunto de ações, em âmbitos individual e coletivo, para promoção, proteção e manutenção da saúde, prevenção de agravamentos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e redução de danos. O objetivo dessa estratégia é modificar positivamente a situação de saúde das coletividades.
No Brasil, a APS é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e do centro de comunicação com a Rede de Atenção do SUS. Ela deve, então, ser orientada pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, da continuidade, do cuidado, da integralidade, da atenção, da responsabilização, da humanização e da equidade.
É a APS que organiza o fluxo de serviços nas redes de saúde — dos mais simples aos mais complexos. Ela ocorre no local mais próximo da vida dos indivíduos, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que oferecem consultas, exames, vacinas e outros procedimentos.
Assim, a APS é o primeiro contato de assistência à saúde de um indivíduo — e inclui os cuidados de rotina de que ele necessita para se manter bem ao longo da vida. A ideia é oferecer equidade e solidariedade social, bem como o direito de todo ser humano de gozar do mais alto nível de saúde que pode ser alcançado sem distinção de raça, religião, ideologia política, condição econômica ou social.
Esse conceito é ressaltado no artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis […]”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a APS tem três componentes:
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- garantir acesso a serviços abrangentes de promoção, proteção, prevenção, cura, reabilitação e cuidados paliativos ao longo da vida, priorizando estrategicamente as principais funções do sistema voltadas para indivíduos, famílias e a população em geral como elementos centrais da prestação de serviços integrados em todos os níveis de atenção;
- agir de forma sistemática sobre os determinantes mais amplos de saúde (incluindo características e comportamentos sociais, econômicos, ambientais, bem como das pessoas), por meio de políticas públicas e ações baseadas em evidências em todos os setores;
- empoderar indivíduos, famílias e comunidades para otimizar sua saúde, como defensores de políticas que promovam e protejam a saúde e o bem-estar, como codesenvolvedores de serviços sociais e de saúde por meio de participação e como cuidadores de saúde de si mesmos e de outras pessoas.
Para que isso seja possível, o sistema deve responder de forma equitativa e eficiente às necessidades de saúde dos cidadãos. O modelo pode atender de 80% a 90% das necessidades de saúde de um indivíduo e oferecer opções para a prevenção de doenças e a promoção da qualidade de vida.
Objetivos da APS
De modo geral, o objetivo da APS é cuidar da saúde das pessoas em vez de apenas tratar doenças ou condições específicas. Isso inclui da promoção de saúde (como orientações para boa alimentação) e prevenção (com vacinação e planejamento familiar, por exemplo) ao tratamento de doenças agudas e infecciosas, o controle de doenças crônicas, os cuidados paliativos e a reabilitação.
Nesse sentido, quando o atendimento primário à saúde é realizado por um médico da família, os resultados são ainda melhores. Com olhar holístico e atendimento mais próximo, esse profissional atua diretamente na promoção da saúde e ajuda a envolver o paciente em ações preventivas.
Potenciais enfermidades podem estar vinculadas à má alimentação, sedentarismo ou uso de medicamentos sem receita médica, por exemplo. Paralelamente à APS, é fundamental agir sobre determinantes sociais, econômicos, ambientais e comerciais da saúde.
Uma breve investigação de hábitos e sintomas pode ser suficiente para orientar uma mudança no estilo de vida e combater sintomas que o indivíduo apresente. Ao investir em APS no ambulatório de uma empresa, é possível intervir na base dos problemas de saúde e evitar que eles se agravem.
Além disso, com a conveniência da oferta do serviço, a tendência é que os colaboradores reduzam a marcação de consultas e exames fora da companhia. Com isso, o impacto na sinistralidade médica é enorme, além de tantos outros benefícios. O custo elevado dos planos de saúde é crítico em muitas empresas, o que dificulta o custeio total das modalidades de plano de saúde.
Por isso, muitas empresas transferem, por meio da coparticipação, parte das despesas com consultas e exames para os colaboradores. E essa prática onera o trabalhador e afeta sua satisfação com o sistema.
Quais são os princípios essenciais da APS?
Princípios são os valores que norteiam determinada atividade e caracterizam, entre outros, sua maneira de operar. São eles que definem a direção do desenvolvimento de um processo.
Barbara Starfield, médica norte-americana considerada uma das principais referências mundiais no tema, descreve o conjunto de quatro princípios básicos ou atributos que conferem à APS os pressupostos que a tornam eficiente. Acompanhe e conheça cada um deles a seguir.
1. Primeiro contato
Essa é a principal característica da APS. Ou seja, ela é a porta de entrada ao atendimento médico ou o primeiro cuidado com o paciente. A avaliação introdutória realizada em âmbito de APS pode direcionar o paciente, através do CID, para um especialista, se pertinente, mas o médico generalista deve ser o responsável por fazer a primeira abordagem.
2. Continuidade do atendimento
Também conhecida por longitudinalidade, diz respeito à continuidade no tempo da relação entre médico e paciente. A familiaridade dessa relação facilita muito o sucesso do atendimento. Além disso, esse processo agiliza as ações preventivas, uma vez que as medidas são tomadas em tempo hábil e, de maneira geral, com menor utilização dos serviços.
3. Integralidade da atenção
O princípio da integralidade da atenção aponta para a necessidade de se avaliar a situação do colaborador em um contexto mais amplo e holístico (em que ele está inserido). A partir disso, já devem ser tomadas as medidas para o tratamento ou encaminhamento para tal, sempre que pertinente.
4. Coordenação do cuidado
O atendimento deve ser coordenado entre os diversos níveis de atenção. Essa responsabilidade cabe à APS de modo a integrar e organizar os cuidados posteriores necessários.
Quais são as diferenças entre a atenção primária, a secundária e a terciária?
No Brasil, a gestão de saúde pública determinou uma divisão de três níveis de atenção ao sistema de saúde: primário, secundário e terciário. Esse modelo foi adotado conforme as propostas do SUS e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Acompanhe a seguir!
Atenção Primária à Saúde (APS)
A APS é o nível básico. Seu objetivo é atender procedimentos simples e medidas de prevenção e promoção da saúde, da segurança e do bem-estar em empresas.
Atenção Secundária à Saúde (ASS)
Os casos que não são tratados de forma preventiva na APS estão sujeitos a evoluir para a necessidade de atenção secundária. Esse nível é composto por um sistema especializado que atende necessidades de média complexidade.
Atenção Terciária à Saúde (ATS)
Os casos mais complexos são tratados na atenção terciária. O objetivo desse nível é atender situações de alta complexidade, assim como a procedimentos cruciais para a preservação da vida.
Quais são os profissionais da APS?
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determina que a equipe de profissionais para atuar na atenção primária deve ter caráter multiprofissional e interdisciplinar. O atendimento é básico, mas o espectro é amplo: isso quer dizer que as possibilidades são inúmeras e, por isso, é importante a presença do médico generalista.
O médico de saúde da família ou especialista em clínica médica com capacitação e experiência em APS, um enfermeiro especialista em saúde da família ou generalista e outro profissional da saúde de nível superior são indispensáveis. Para a execução de procedimentos, é necessário ter, ainda, um segundo profissional de enfermagem com formação superior ou técnica.
Outros profissionais de saúde podem ser agregados à essa equipe básica, a depender das condições abrangidas pela área de APS e das especificidades de cada projeto. Isso inclui nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e assim por diante.
Quais são os programas da APS?
Na APS, diversos programas podem ser implementados e a saúde pública no Brasil está repleta de exemplos. Entre as soluções de sucesso no país estão:
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- Equipes de Consultório de Rua;
- Programa Melhor em Casa;
- Projeto Brasil Sorridente;
- Programa de Agentes Comunitários de Saúde.
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APS na saúde suplementar
Para a ANS, as operadoras de planos de saúde podem desenvolver cuidado qualificado dos beneficiários a partir da implantação de redes de atenção ou linhas de cuidado em APS. Recentemente, o órgão lançou um programa que concede certificação a operadoras que cumprem requisitos preestabelecidos.
O objetivo da agência é demonstrar que investir em Atenção Primária à Saúde é uma excelente oportunidade para atuar na prevenção e na promoção da saúde. Por isso, a participação no projeto ajuda as operadoras a aumentarem a pontuação no índice de desempenho da saúde suplementar (IDSS), mantido pela agência.
Algumas empresas têm, inclusive, colocado à venda planos que se concentram na atenção básica. Quem os adquire faz as consultas sempre no serviço de APS. Lá, o paciente é atendido pelo médico generalista e, se for necessário, é encaminhado para um especialista ou para fazer exames mais complexos.
Redução de custos assistenciais com APS
Quando priorizam a APS, as operadoras de saúde buscam aumentar o indicador de custo evitado. Ou seja, elas reduzem o desperdício de recursos em casos que requerem apenas atendimento de atenção básica.
Como atua como filtro, a Atenção Primária à Saúde é essencial para reduzir custos assistenciais. Afinal, a partir dela é possível identificar quem são os indivíduos mais indicados para participar de programas de saúde na população atendida.
Quando a operadora está organizada para avaliar o perfil de saúde da população atendida na APS, pode identificar, por exemplo, quais pacientes têm tendência a desenvolver doenças crônicas. Esses indivíduos podem, então, ser encaminhados para programas de medicina preventiva.
Quais são as vantagens de oferecer a APS no ambulatório médico da empresa?
A manutenção de um ambulatório médico nas dependências da empresa favorece o negócio financeiramente, além de oferecer mais comodidade, conveniência, segurança e saúde aos colaboradores. Entre os atendimentos que não precisam de exames mais apurados ou a avaliação de um médico especialista estão alteração de pressão arterial, estado febril por resfriado, dor de cabeça e pequenos acidentes.
Os profissionais podem ser atendidos na empresa e, dependendo da gravidade, podem retomar suas atividades logo em seguida normalmente. Quando esse gerenciamento ambulatorial é integrado à APS, as vantagens são ainda maiores. Confira!
Acompanhamento médico próximo e personalizado
Mesmo em uma empresa com um número grande de colaboradores, a relação entre médico e paciente será mais próxima do que o atendimento em consultórios e hospitais. Isso porque o acompanhamento periódico ao colaborador cria um vínculo maior e mais próximo.
Além disso, o tempo de atendimento médico costuma ser maior e é possível acompanhar de perto os problemas relatados e os que podem ocorrer. Há, ainda, a possibilidade de identificar se há relação das ocorrências com o trabalho ou com os hábitos de vida.
Redução do absenteísmo
A perda de eficiência e de qualidade em razão da falta de trabalhadores afeta a produtividade e o fluxo de caixa da companhia. Com a adoção da APS na empresa, evita-se que o funcionário se ausente por muito tempo, já que o intuito é antecipar os fatos e evitar que os profissionais adoeçam.
Uso racional do plano de saúde
Com acompanhamento médico próximo e adequado na empresa, o colaborador só recorrerá ao plano de saúde em casos de real necessidade — como quando precisar de um especialista e/ou exames detalhados, por exemplo. Dessa forma, possivelmente muitos trabalhadores passarão quase o ano inteiro sem utilizar os serviços da assistência médica.
Rápido atendimento em casos de emergência
Se um indivíduo for acometido por um mal súbito ou se houver um acidente repentino, o atendimento pela equipe do ambulatório médico será rápido. Além disso, o médico conhecerá o histórico e poderá ajudar no entendimento das causas da emergência.
O gerenciamento de um ambulatório no dia a dia não é fácil e nem sempre a organização dispõe de profissionais para essa tarefa. Contar com uma empresa especializada é o melhor caminho para quem deseja investir na APS e obter resultados significativos. Os ganhos são os mais variados. Veja alguns deles a seguir:
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- redução do índice de absenteísmo médico;
- aumento da produtividade;
- melhoria no planejamento de ações preventivas;
- atendimento adequado a grupos de risco;
- controle e acompanhamento médico;
- redução da sinistralidade no plano de saúde;
- atendimento rápido em casos de emergência;
- melhoria do relacionamento da empresa com o trabalhador;
- agilidade dos exames médicos (admissionais, demissionais, periódicos e de retorno ao trabalho);
- mapeamento da saúde ocupacional;
- gerenciamento integrado do atendimento assistencial e ocupacional;
- atendimento médico, ocupacional e assistencial;
- informatização do gerenciamento.
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Se um indivíduo tem necessidades de saúde, bem-estar e segurança, a inclusão da APS na empresa vai ao encontro de uma cultura de cuidados preventivos — que é fundamental para manter os colaboradores engajados, motivados e produtivos — e custos mais baixos.
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