A Atenção Primária à Saúde (APS) constitui uma forma estratégica de fazer a promoção da saúde individual e coletiva adotando, principalmente, iniciativas de natureza preventiva. Por meio de sua implementação, se consegue reduzir tanto a incidência de doenças como o agravamento daquelas que já se fazem presentes.
Para o gestor de RH, é importante conhecer como opera e quais os seus princípios, a fim de poder adotar essa estratégia de saúde na empresa. Na verdade, é a porta de entrada na estrutura da saúde pública e vem sendo adotada por grande parte das operadoras de saúde suplementar (plano de saúde).
Quer saber mais? Continue a leitura e descubra quais equipes de saúde fazem parte da APS.
O que é atenção primária à saúde?
A atenção primária a saúde, conhecida pela sigla APS, é uma forma estratégica de organizar os serviços de atendimento e as ações de promoção e prevenção na saúde. Essa abordagem se aplica em relação à população de uma cidade ou de uma empresa.
Por meio da integração das ações de assistência, de natureza curativa, com as iniciativas voltadas para a prevenção, o indivíduo e a comunidade são atendidos de maneira contínua e organizada. Com isso, a APS também se constitui no “primeiro nível de atenção em saúde”, conforme o Ministério da Saúde.
Isso significa que o primeiro acesso de uma pessoa ao sistema de atendimento à saúde se faz por meio da APS, também conhecida por Atenção Básica. Mas, é também uma forma de otimizar os atendimentos, evitando encaminhamentos para especialistas, dos casos menos graves, que podem ser tratados por médicos generalistas (clínico geral).
Quais são as diretrizes da atenção primária à saúde?
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), reformulada pela Portaria GM No 2.436, de 21 de setembro de 2017, define os princípios e as diretrizes para a APS nos seguintes termos:
I – Princípios:
- universalidade;
- equidade;
- integralidade.
II – Diretrizes:
- regionalização e hierarquização;
- territorialização;
- população adscrita;
- cuidado centrado na pessoa;
- resolutividade;
- longitudinalidade do cuidado;
- coordenação do cuidado;
- ordenação da rede;
- participação da comunidade.
- dentistas;
- assistentes sociais;
- fisioterapeutas;
- psicólogos;
- nutricionistas;
- fonoaudiólogos;
- terapeutas ocupacionais.
- nutricionista;
- pediatra;
- assistente social;
- fisioterapeuta;
- profissional de educação física;
- fonoaudiólogo;
- psicólogo;
- ginecologista/obstetra;
- terapeuta ocupacional;
- farmacêutico;
- outras especialidades médicas (geriatra, homeopata, psiquiatra);
- médico veterinário;
- profissionais sanitaristas.
- acolhimento e identificação das necessidades do paciente;
- consultas individuais e coletivas feitas por equipe interdisciplinar;
- atenção e cuidados para a saúde bucal;
- acompanhamento de doenças crônicas (hipertensão, diabetes);
- vacinação ampla para todas as faixas etárias e campanhas;
- apoio no planejamento familiar;
- teste rápido de gravidez;
- exames de pré-natal e puerpério;
- acolhimento da mãe e do bebê após alta na maternidade;
- teste do pezinho;
- visita e atendimento domiciliar;
- condução das ações de controle da dengue e de outras endemias locais;
- rastreamento preventivo de câncer de colo uterino e câncer de mama;
- realização de curativos;
- teste rápido de sífilis e HIV;
- prevenção, tratamento e acompanhamento de doenças sexualmente transmissíveis e de doenças infectocontagiosas.
Qual é a relação entre APS e promoção da saúde?
Por ser a porta de entrada para o atendimento, a APS deve ser também o caminho mais adequado para o estímulo às ações de promoção da saúde. É no atendimento primário que essencialmente operam as iniciativas de educação em saúde e de mobilização para as ações de prevenção e promoção da saúde.
A interface da saúde com a população, é a APS. O mesmo se dá em uma empresa, onde seus colaboradores constituem a população local. Em uma organização, as ações de orientação, de promoção do bem-estar, de qualidade de vida, enfim, de saúde em seu sentido amplo, são conduzidas pela APS.
Quem faz parte da APS?
Institucionalmente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) orienta que a APS deve ser formada por equipe interdisciplinar e multiprofissional. A formação de diferentes equipes de profissionais de saúde responde a essa orientação. Veja a seguir.
Equipe de atenção primária (AP)
Estruturada para a atenção primária segundo as características e demandas do município, considera-se como corpo mínimo dessa equipe a presença de um médico da família, um enfermeiro com especialização em saúde da família e mais um profissional com formação acadêmica como, por exemplo, um nutricionista.
Havendo procedimentos de saúde para serem realizados, um segundo enfermeiro deverá compor a equipe. O médico pode ainda ser um especialista em clínica médica, com experiência em APS. Do mesmo modo, o enfermeiro pode ser um generalista.
Além desses, poderão se incorporar à equipe de APS, entre outros:
Equipe de saúde da família (ESF)
Na consolidação da APS, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) introduz uma abordagem essencialmente presente no ambiente doméstico do indivíduo. Conhecida simplesmente por saúde da família, essa forma de promoção da saúde alcança diretamente os membros de uma coletividade e reforça a resolutividade da APS.
Essa equipe é composta por um médico e um enfermeiro, ambos preferencialmente especializados em saúde da família. A estes se juntam um técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). O dimensionamento do número desses agentes adota critérios socioeconômicos, demográficos e epidemiológicos locais.
Agentes de combate às endemias (ACE) e profissionais de saúde bucal também podem reforçar o alcance e a eficiência da equipe. A ESF opera com pelo menos 4 equipes, de modo que cada profissional só esteja vinculado a uma.
Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB)
Além das equipes antes referidas, é possível estruturar o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). Em consonância com a PNAB, também é formado por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, ampliando o suporte clínico, pedagógico e sanitário da atenção oferecida, da qual podem fazer parte profissionais como:
A escolha dos componentes do NASF-AB é realizada pelo gestor local, tomando com referência as necessidades de seu território. Não se trata de uma composição obrigatória, mas que atenda às necessidades de cada local.
Quais os serviços da APS?
O elenco de serviços disponibilizados pela APS é longo, mas sempre com foco na prevenção e promoção da saúde. Além disso, mais recentemente, na rede pública, os serviços foram complementados com as abordagens da vigilância em saúde.
Dessa forma, podem ser considerados, entre outros, os seguintes serviços:
As ações da APS vão além do rol elencado, uma vez que envolvem a realização de capacitações, campanhas, eventos e uma infinidade de ações voltadas para os princípios que regem a atenção primária à saúde.
Qual é a importância da APS?
Inicialmente, como já foi apontado, a APS viabiliza o acesso à saúde, seja em uma unidade do serviço público ou no ambulatório de uma empresa. Por abordar os cuidados próprios da prevenção, consegue evitar o surgimento de doenças, especialmente aquelas não transmissíveis.
Para uma organização, por exemplo, a adoção da APS reduz o absenteísmo e os afastamentos e melhora a qualidade de vida de vida dos colaboradores. Além disso, reduz as despesas evitando gastos maiores com a ocorrência de eventos de saúde mais sérios.
Nesse sentido, contar com uma empresa especializada em saúde, sobretudo com os aspectos de qualidade de vida e bem-estar no trabalho é o melhor caminho para trazer a APS para dentro da organização e todos usufruírem de seus benefícios.
Como você pode ver, a atenção primária à saúde é essencial para o suporte que toda pessoa necessita a fim de manter a saúde e tratar dos desequilíbrios logo que surgem. Poder contar com essa facilidade no âmbito da própria empresa constitui um facilitador importante para empregado e para o empregador.
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