O Transtorno do Espectro Autista (TEA), popularmente conhecido como autismo, é um distúrbio do neurodesenvolvimento que pode trazer impactos importantes para a saúde mental e social do indivíduo.
Embora tenhamos avançado na compreensão dessa condição nos últimos anos, ainda existem muitas dúvidas e mitos a seu respeito. Afinal, o espectro abrange uma ampla variedade de sintomas e comportamentos.
Para esclarecer esse importante tema de saúde coletiva, hoje vamos explorar o que é o autismo, suas características, causas e sintomas. Junte-se a nós nessa jornada de conhecimento!
O que é autismo?
Explicando com mais detalhes, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode afetar as habilidades físicas, motoras, de comunicação e de interação social do indivíduo.
Segundo dados da Organização Pan-americana de Saúde, estima-se que uma em cada 160 crianças têm TEA em todo o mundo, evidenciando a importância de aumentar a conscientização e o apoio para essa condição.
O que causa o autismo?
Um dos fatores que torna o autismo um transtorno tão complexo é que suas causas ainda não são totalmente conhecidas. No entanto, os estudos mais recentes sugerem que ele resulta de uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
Em 2020, por exemplo, pesquisadores do Hospital for Sick Children (SickKids) descobriram novas alterações genéticas e genes específicos ligados ao autismo.
Mais precisamente, eles identificaram que expansões de repetições em tandem, que são seções de DNA duplicadas repetidamente, estão associadas ao desenvolvimento do transtorno.
Sintomas de autismo
Diferentemente de outras condições, os sintomas do autismo podem variar significativamente de uma pessoa para outra, tanto na intensidade dos sintomas quanto nas áreas afetadas.
De todo modo, há alguns sinais que são frequentemente observados em pessoas com autismo, em diferentes fases da vida. São eles:
Primeira Infância
No período que vai desde o nascimento até os 3 anos de idade, o TEA pode se manifestar das seguintes formas:
- Pouca resposta a estímulos sociais, como não reagir ao ser chamado ou ausência de contato visual;
- Comportamentos repetitivos, como balançar o corpo e bater as mãos (flapping);
- Pouca ou nenhuma vocalização;
- Sensibilidade a estímulos sensoriais, como som, luz ou toque;
- Maior interesse por objetos;
- Distúrbio de sono moderado ou grave;
- Reatividade comportamental.
Segunda Infância
Dos 3 aos 6 anos de idade da criança, por sua vez, novos sintomas podem ser observados:
- Atrasos na linguagem e comunicação;
- Pouco interesse em interagir com outras crianças;
- Dificuldade em entender regras sociais;
- Pouco ou nenhum contato visual;
- Comportamentos desafiadores quando algo foge da rotina;
- Dificuldade para expressar ideias e sentimentos;
- Atraso no desenvolvimento motor, com dificuldades para correr, pular ou usar utensílios básicos.
Adulto
É comum que o autismo seja diagnosticado somente na fase adulta, especialmente quando se trata de casos mais leves. Entre os principais sintomas do TEA em adultos, destacam-se:
- Dificuldade para demonstrar ou receber afeto;
- Alta resistência para sair da rotina;
- Hiperfoco em assuntos específicos;
- Dificuldade para compreender coisas abstratas, sinais emocionais sutis ou determinados gestos;
- Seletividade alimentar;
- Incômodo com barulhos, luzes fortes e ambientes agitados.
Graus de autismo
Além de contar com uma ampla gama de sintomas, o TEA também é classificado em três níveis de suporte:
Autismo Leve
Os pacientes com autismo leve, ou de grau 1, são aqueles que precisam de pouco suporte em sua rotina.
Isso significa que, embora possam ter dificuldades para interagir socialmente e se comunicar, eles possuem maior independência e facilidade em desempenhar as tarefas no dia a dia.
Autismo Médio
Os pacientes com autismo moderado, ou de grau 2, necessitam de suporte mais regular para lidar com a vida diária.
As dificuldades com a comunicação e as interações sociais são mais evidentes neste grupo, assim como os comportamentos repetitivos e os interesses restritos.
Autismo Severo
Já o autismo severo, ou de grau 3, se refere aos pacientes que apresentam maiores desafios e necessitam de suporte substancial em quase todos os aspectos da vida.
Eles podem, por exemplo, ter pouca ou nenhuma capacidade de interagir socialmente, bem como graves déficits de comunicação. Alguns também apresentam condições associadas ao Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Tipos de Autismo
É importante saber, também, que há três tipos diferentes de autismo:
Autismo clássico
É a forma mais conhecida do TEA e se caracteriza pelo comprometimento das três áreas já mencionadas: comunicação, interação social e comportamento.
Síndrome de Asperger
A Síndrome de Asperger é considerada uma forma de autismo mais leve. Aqui, as dificuldades de comunicação e interação ainda estão presentes, mas em um nível menor.
Distúrbio global do desenvolvimento
É um termo mais amplo, que abrange condições que afetam o progresso global da criança nas principais áreas de desenvolvimento, como fala, socialização e comportamento, sendo o TEA uma delas.
Como é diagnosticado o autismo?
Não existe um exame ou teste específico para diagnosticar o autismo. Em geral, o diagnóstico formal é feito por uma equipe multidisciplinar e baseado em:
- Observação do comportamento do paciente;
- Entrevistas com familiares e cuidadores;
- Avaliações e instrumentos de rastreio específicos.
É importante observar que o diagnóstico e a intervenção precoces podem ajudar a criança com autismo a alcançar seu potencial máximo.
Portanto, ao notar os primeiros sinais do TEA, a dica é não procrastinar a busca por avaliação especializada.
Teste online de autismo
Aqui, vale um alerta: embora os testes online de autismo possam ser um bom ponto de partida para aqueles que não conhecem tão bem os sintomas desta condição, eles não substituem um diagnóstico profissional.
Se você ou alguém próximo apresenta sinais de TEA, o ideal é buscar orientação de um profissional especializado.
Existe cura para o autismo?
Para concluir, é importante esclarecer que o autismo é uma condição neurológica permanente – ou seja, ele não tem cura.
Mas isso não significa que o diagnóstico é uma sentença final. Atualmente, existem várias intervenções e terapias que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas com autismo.
O método ABA (Análise Comportamental Aplicada) é um dos mais conhecidos, pois foca em reforçar comportamentos positivos e ensinar habilidades de maneira sistemática aos pacientes.
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