Falar de assédio moral no ambiente de trabalho é um assunto que, no mínimo, daria um livro. Porém, para começar a entender este assunto extremamente complexo, devemos conhecer os pontos principais para poder identificá-lo e combatê-lo.
Assédio moral é qualquer conduta, ação ou omissão, por meio da qual qualquer pessoa no local de trabalho ofende, xinga, humilha, exclui, ironiza, desmoraliza, abusa, agride, enfim, ofende a dignidade, a integridade física ou mental de um trabalhador(a), de forma repetida e contínua, ameaçando seu emprego ou desestabilizando seu ambiente de trabalho.
O trabalho deve ser um local que promova a saúde e não o adoecimento do trabalhador. Há limites. Vivemos situações onde há uma potencialização de cobranças normais, ou seja, tudo é assédio, até casos claros de assédio moral extremamente adoecedores.
Qualquer pessoa no local de trabalho pode ser o assediador: seu chefe, supervisor, gerente, superior ou colega de trabalho. É classificado como descendente se a ação é de um superior hierárquico sobre um subordinado, horizontal quando ocorre entre pessoas do mesmo nível hierárquico e ascendente quando parte do subordinado em relação ao seu superior hierárquico (comum em serviços públicos).
O assédio pode acontecer por meio de gritos, insultos, palavrões, atitudes, ofensas, ironias, exclusões, etc. Alguns exemplos:
- Você é mesmo difícil… Não consegue aprender as coisas mais simples! Até uma criança faz isso… Só você não consegue!
- É melhor você desistir! Não é para gente como você!
- Lugar de doente é em casa!
- Se você não quer trabalhar… por que não dá lugar para outro?
O assediado dever dar visibilidade à agressão, procurando ajuda de colegas e do departamento responsável por pessoas. Procurar seus superiores na empresa, evitar conversas com o agressor sem testemunhas e por fim, buscar apoio junto aos seus familiares, amigos e colegas.
A professora Margarida Barreto, uma das maiores pesquisadoras no assunto, diz que os alvos preferências em empresas brasileiras são:
- As pessoas que têm problemas de saúde.
- Retornam de licença maternidade ou de afastamentos após acidentes de trabalho.
- Têm mais de 35 anos.
- São questionadores, principalmente sobre políticas internas da empresa.
- São solidárias com outras pessoas que são assediadas.
Brincadeiras e zombarias são comuns nos ambientes de trabalho e podem ser vistas como normais, desde que não passem do humor sadio para o terror psicológico.
Já sou meio “rodado” no mundo corporativo e confesso que já vi de tudo, em alguns casos duas vezes. Nada mais eficaz para o combate ao assédio que o investimento em bem-estar. Pode escrever, digo, por favor escreva.
Artigo escrito por Eduardo Arantes, Diretor Técnico da BeeCorp.