Saúde coletiva: o que é, como promovê-la e atuações profissionais

Saúde coletiva: o que é, como promovê-la e atuações profissionais
O que é saúde coletiva e como ela surgiu?
Qual o objetivo da saúde coletiva?
Qual a diferença entre saúde pública e coletiva?
Quais são as especializações profissionais em Saúde Coletiva?
Como promover a saúde coletiva na empresa?
Categoria: Saúde

A promoção da saúde coletiva é resultado de um pensamento sistêmico relacionado à saúde da população no geral. A partir disso, um estudo abrangente investiga as doenças mais comuns e determina ações. Além de entender o conceito mais a fundo a seguir, veja também:

  • O objetivo da saúde coletiva
  • Diferença da saúde pública e coletiva
  • Especializações profissionais em Saúde Coletiva
  • A capacidade de apresentar um bom desempenho no trabalho está diretamente relacionada às condições de saúde do trabalhador. Um programa de saúde coletiva pode fornecer as bases necessárias para a construção de qualidade de vida no ambiente laboral, especialmente se contar com o suporte da Atenção Primária à Saúde (APS).

    Muito além da simples ausência de doenças, a promoção do bem-estar dos colaboradores é essencial para se manter bons resultados no que se refere à produtividade. Além disso há um ganho para a imagem da empresa, que se aprimora como uma organização atenta aos cuidados com seus colaboradores.

    Continue a leitura e descubra neste guia rápido o que é e como promover a saúde coletiva em sua empresa.

     

    O que é saúde coletiva e como ela surgiu?

    A saúde coletiva é um campo de atuação multidisciplinar resultante da integração entre as ciências biomédicas e as ciências sociais. Ela surge das interações sociais e econômicas com o meio ambiente e da avaliação de como as condições de salubridade de uma comunidade são afetadas por essas relações.

    A ideia de saúde coletiva emerge a partir da contestação dos paradigmas de saúde existentes nos anos 1970, não apenas no Brasil, mas em quase toda a América Latina. O resultado foi o surgimento de um movimento sanitarista que culminou com a reforma sanitária brasileira.

    Esse movimento trouxe novas formas de pensar a saúde e o bem-estar da população. Na verdade, a saúde passa a compor um conceito mais amplo, que leva em conta também a busca por melhor qualidade de vida.

    Para termos a dimensão do alcance da saúde coletiva, basta observarmos os diferentes tipos de saúde considerados para um indivíduo no contexto em que estiver inserido:

    • saúde física;
    • saúde mental;
    • saúde espiritual;
    • saúde intelectual;
    • saúde financeira;
    • saúde familiar;
    • saúde profissional;
    • saúde social.

    Qual o objetivo da saúde coletiva?

    De modo geral, o principal objetivo da saúde coletiva é investigar as variáveis sociais por trás da origem das doenças. Dessa maneira, torna-se possível construir um planejamento de forma mais consistente, assim como organizar a assistência prestada pelos serviços de saúde.

    As propostas resultantes da reforma sanitária no Brasil produziram como resultado direto a importância da universalidade do direito à saúde. Abraçada pela Constituição de 1988, originou, finalmente, o Sistema Único de Saúde (SUS).

    Assim, adotando perfis sanitários mais condizentes com as características culturais e as necessidades de cada região, o alcance é mais efetivo. Entre os objetivos da saúde coletiva, podemos apontar os seguintes:

    • implantação de políticas de saúde bucal;
    • desenvolvimento de programas de atendimento às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs);
    • viabilização de práticas sanitárias básicas nas comunidades mais carentes.

    Inúmeros trabalhos de pesquisa em saúde coletiva têm sido produzidos e publicados em todo o mundo. Entre os campos que mais se desenvolveram na aplicação dos trabalhos de saúde coletiva no Brasil, alimentação e nutrição encontram destaque especial.

    Qual a diferença entre saúde pública e coletiva?

    De modo geral, a pessoa leiga tende a enxergar saúde coletiva e saúde pública como sendo a mesma coisa. No entanto, decididamente apresentam diferenças marcantes, como se mostrará a seguir.

    Primeiramente, a saúde pública visa o indivíduo em sua comunidade e, nesse sentido, procura diagnosticar e tratar alguma doença que o aflija. Ao mesmo tempo, considera o padrão de vida que adota e as adequações que deve fazer. Por isso, a legislação garante alguns cuidados aos colaboradores, como o ASO.

    Por sua vez, a saúde coletiva analisa o processo saúde-doença vigente em uma comunidade segundo o contexto social em que ela está inserida. Sendo assim, seu intento não é tratar um indivíduo doente, mas prevenir (como no caso da APS) e evitar que doenças sejam disseminadas no ambiente da comunidade em que vive.

    Considere a Atenção Primária à Saúde na promoção da saúde coletiva

    Para a saúde pública, os principais objetos de trabalho são constituídos pelos problemas de saúde representados por óbitos, doenças e riscos ocorrentes na sociedade. Já para a saúde coletiva, a essência do objeto de trabalho é constituída pelas necessidades de saúde.

    Dessa forma, o foco da saúde coletiva não se limita a evitar as doenças e a prolongar o tempo de vida. Na verdade, reside na identificação e na viabilização das condições necessárias para ampliar a qualidade de vida das pessoas de uma comunidade.

    Quais são as especializações profissionais em Saúde Coletiva?

    Há um curso de graduação específico de Saúde Coletiva. Nesse curso, os estudos são direcionados para a área biomédica e para a área social da profissão. A formação pode ser de bacharel, tecnólogo ou especialista. 

    O trabalho do profissional pode ter as seguintes direções:

    • Carreira acadêmica em universidades, como docente ou pesquisador
    • Gestor de equipes e atividades voltadas para serviços de saúde
    • Analista de medidas sociais focadas na saúde da população

    O curso descrito anteriormente não é muito comum. Por esse motivo, cursos ou especializações alternativas para atuação na área da Saúde Coletiva são mais comuns. Veja exemplos abaixo:

    Ciências biológicas

    Conhecimentos sobre biologia são essenciais para ações relacionadas à saúde. Estudos em áreas como anatomia, fisiologia e envelhecimento são relevantes para um profissional da Saúde Coletiva.

    Serviço de saúde pública

    Conhecer a legislação brasileira relacionada aos serviços públicos é uma forma de adentrar essa área. O profissional com esse tipo de especialidade, atua na elaboração de estratégias que garantem o acesso da população a tudo que concerne a saúde pública. 

    Meio ambiente e atividades laborais

    O trabalho que o ser humano desempenha e sua relação com os ambientes em que vive são determinantes na sua saúde. Por isso, o profissional que estuda essa relação entre os três aspectos, é qualificado para atuar na área.

    Ciências sociais 

    As ciências sociais e humanas focam a atenção para a história da sociedade e relações humanas. A partir disso, formam-se relações e implicações complexas, que se tornam foco de estudos. Todo esse contexto corrobora para o entendimento da saúde coletiva.

    Epidemiologia

    O destaque dessa área é para o estudo de comportamentos isolados de cada comunidade da população mundial. Os comportamentos determinam e revelam aspectos da saúde importantes para determinação de ações de prevenção e combate a doenças.

    Como promover a saúde coletiva na empresa?

    A promoção da saúde, de maneira geral, é sempre a melhor opção quando se trata de cuidar desse bem maior. Por sua vez, implantar um programa de promoção da saúde coletiva no ambiente ocupacional faz toda a diferença estrategicamente. Nesse contexto, a saúde 4.0 trouxe inovações e ideias que facilitam as iniciativas.

    Além de cuidar dos colaboradores, a empresa consegue reduzir significativamente as ocorrências ligadas à saúde. Desse modo, também desfruta de uma série de benefícios resultantes desses cuidados, como redução do absenteísmo, maior engajamento e aumento da autoestima e da produtividade entre os colaboradores, entre outros.

    Nas organizações, o principal componente da saúde coletiva é constituído pelas ações da chamada saúde do trabalhador, cujo conceito e aplicações vêm se ampliando constantemente. Para esse fim, diversas iniciativas podem ser implementadas, todas com resultados positivos sobre a qualidade de vida dos colaboradores. Assim, é o caso da promoção da alimentação saudável, por exemplo. Acompanhe.

    APS – Atenção Primária à Saúde

    A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de contato do indivíduo com o sistema de saúde pública. A APS se caracteriza por abranger serviços e cuidados como:

    • promoção da saúde;
    • proteção da saúde;
    • prevenção de agravos;
    • diagnóstico;
    • tratamento;
    • reabilitação;
    • manutenção da saúde.

    Os serviços mais básicos da APS, no entanto, podem ser oferecidos na própria empresa, com vantagens para todos. É o caso de cuidados com cefaleias (dores de cabeça), sintomas de resfriados, indisposições gástricas, pequenos acidentes, entre outras situações.

    A aferição da pressão arterial também pode ser feita, para cuidados necessários caso houver uma situação de pressão alta, por exemplo.

    Incentivo à atividade física

    A atividade física está diretamente relacionada à saúde e à qualidade de vida do trabalhador. Uma grande iniciativa disponível para as empresas de modo geral é o incentivo às práticas que eliminam a condição de sedentarismo comumente encontrada.

    Os benefícios da atividade física são inúmeros e justificam qualquer esforço que seja realizado para sua implantação na empresa. Esses benefícios vão desde impactos na saúde físicas, até a prevenção da depressão, por exemplo. Por sua vez, a implementação de atividades físicas na empresas, ou programa um programa de incentivos, deve ser um dos primeiros passos na implementação da saúde coletiva no ambiente laboral.

    Assim, ofereça o que for condizente com a realidade da organização. Ao mesmo tempo, facilite a adoção de atividades físicas para os colaboradores da empresa, seja por meio de convênios com academias e studios, seja flexibilizando o horário para viabilizar a prática.

    Saúde mental

    A saúde mental pode ser definida como a condição de equilíbrio emocional e de qualidade de vida dos colaboradores. Tanto o clima organizacional quanto a motivação dos trabalhadores são afetados pela saúde mental na empresa.

    Assim, promover ações que reduzam o estresse e o receio de perda do emprego ou que conduzam ao bem-estar, por exemplo, constituem um reforço na qualidade de vida de todos. Os resultados são vantajosos para os colaboradores e para os negócios da organização.

    Além disso, a introdução de determinadas atitudes pode apresentar um efeito significativo sobre os colaboradores. Considere, por exemplo, o hábito de dar feedbacks a questionamentos levantados e de destacar resultados positivos alcançados por um colaborador ou uma equipe.

    Os cuidados referidos anteriormente evitam até quadros extremos, como é o caso da Síndrome de Burnout.

    Nutrição em saúde coletiva

    A qualidade da alimentação é a base de sustentação da saúde de qualquer pessoa. Para esse fim, a empresa é capaz de conduzir seus colaboradores a uma mudança nos hábitos alimentares por meio de um programa de reeducação alimentar.

    A partir de uma avaliação inicial personalizada com um nutricionista, cada trabalhador recebe as orientações e um roteiro alimentar específico para seu caso. Assim, condições físicas, doenças preexistentes, estilo de vida e preferências alimentares são consideradas na abordagem e no acompanhamento nutricional.

    Promoção de campanhas de conscientização

    As campanhas de conscientização têm o efeito direto de chamar a atenção para determinada questão que requer alguma iniciativa. Ao mesmo tempo, contribuem para que a preocupação e o cuidado com a saúde permaneçam em alta.

    Com esse propósito, a empresa deve estimular e promover eventos e campanhas em prol da saúde coletiva, tais como:

    • Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT): evento anual, promovido pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) local com foco em saúde e segurança do trabalho;
    • Setembro Amarelo: campanha de prevenção ao suicídio;
    • Outubro Rosa: campanha de conscientização para a prevenção do câncer de mama;
    • Novembro Azul: campanha de conscientização para a prevenção de doenças masculinas, principalmente do câncer de próstata.

    Incentivo aos cuidados com a ergonomia

    Levantamento do Ministério da Saúde (“Saúde Brasil 2018”) aponta a Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e o Distúrbio Osteomolecular Relacionado ao Trabalho (DORT) como os eventos de saúde que mais acometem os trabalhadores. Para prevenir essas ocorrências, os cuidados com a ergonomia são a melhor estratégia.

    Segundo um estudo de revisão de literatura, publicado no ano de 2017, integrar a ergonomia aos programas de promoção à saúde coletiva é essencial para a concepção de um ambiente de trabalho saudável. Assim, é importante que a empresa fomente esses cuidados entre os colaboradores.

    Nesse sentido, uma boa iniciativa é a distribuição interna de material de orientação, associada a apresentações sobre o tema. Um exemplo de referência é a Cartilha de Ergonomia, elaborada e distribuída pelo Ministério da Saúde.

    Como se vê, a saúde envolve diversas frentes capazes de garantir qualidade de vida aos colaboradores e melhores resultados à empresa. A implantação de um programa de saúde coletiva na organização é um bom caminho para o aprimoramento da capacidade produtiva, tomando por base o bem-estar dos trabalhadores.

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        Autor
        Anderson Rodrigues

        Médico do Trabalho e Especialista em Ergonomia, Perícia e Gestão de serviços de saúde

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