A ergonomia no trabalho é a ciência que estuda, desenvolve e aplica regras e normas para organizar o trabalho, buscando torná-lo compatível com as características físicas e psíquicas dos trabalhadores. Dessa forma, ela busca proporcionar bem-estar e, por consequência, o aumento da produtividade e desempenho durante as atividades laborais.
Por exemplo, um colaborador pode trabalhar até 2.030 horas por ano, o que significa, muitas vezes, que ele passa mais horas por dia na empresa do que em seu próprio lar. Nesse cenário, a ergonomia no trabalho é uma grande aliada da empresa, uma vez que consegue tornar essas horas de trabalho mais produtivas.
Diante de um cenário econômico instável, a produtividade e o bom desempenho dos colaboradores fazem toda a diferença para manter a lucratividade do negócio. Mas como aumentar sua produtividade a partir da ergonomia?
Vamos compreender o que é a ergonomia e como ela não só impacta diretamente a produtividade, mas também o bem-estar, a saúde e a segurança do trabalho. Acompanhe a leitura e saiba mais!
Definição de ergonomia
O termo ergonomia deriva do grego: ergon, que significa trabalho, e nomos, que significa leis ou normas. Portanto, ergonomia é a ciência que estuda as condições de trabalho. Na prática, podemos dizer que a ergonomia estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim de organizar o trabalho e torná-lo compatível com as características físicas e psíquicas do ser humano.
Para tal, os especialistas buscam conhecer o perfil dos colaboradores, o tipo de atividade exercida e a quais riscos ergonômicos à saúde física e mental a equipe está exposta. Segundo a fisioterapeuta Carolita Borges, é essencial que a prática seja desenvolvida por um profissional qualificado, pois cada empresa tem suas especificidades:
O profissional vai até o ambiente de trabalho e avalia a postura, movimento e móveis para depois aplicar a ergonomia de acordo com as necessidades de cada empresa.
Conhecendo essas características, é possível traçar as condições ideais para a execução das tarefas laborais, assim como realizar as adaptações necessárias no ambiente de trabalho.
Origem e história da ergonomia
Embora seja um tema bastante atual, a ergonomia não é algo novo, ainda que, desde o seu nascimento, tenha engatinhado muitos anos até conseguir caminhar de verdade. Isso porque, ela nasceu oficialmente no século 20. Porém, desde a pré-história, a humanidade procura soluções visando adaptar o trabalho às suas condições físicas.
Nossos ancestrais já sabiam que era preciso adaptar armas para garantir sua sobrevivência, facilitando, assim, a busca por alimentos (caça) e para sua defesa. Eles ainda criaram objetos e ferramentas visando modificar o ambiente ao seu redor.
No entanto, o termo ergonomia foi usado, de fato, pela primeira vez em 1857, pelo biólogo e cientista polonês Wojciech Jarstembowsky que descreveu esse tipo de ciência em um ensaio:
Ensaios de ergonomia, ou ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza.
A definição estabelecia:
A ergonomia requer que entendamos a atividade humana em termos de esforço, pensamento, relacionamento e dedicação.
Tipos de ergonomia
Os tipos de ergonomia dedicam-se, principalmente, à ergonomia do trabalho. Conheça cada um deles.
Ergonomia física
Focada na relação entre anatomia, fisiologia, biomecânica e antropometria dos seres humanos às atividades físicas que ele executa. Esse tipo de ergonomia envolve determinados aspectos, tais como:
- prevenção de distúrbios musculoesqueléticos;
- manuseio de materiais;
- movimentos repetitivos;
- posturas.
A ergonomia física pode ser subdividida em dois tipos.
Ergonomia física operacional
Pretende estabilizar processos menos agressivos e que ofereçam boas condições de trabalho, para evitar a sobrecarga ao profissional, projetando estruturas e esquemas de atuação que prezam pela saúde e segurança.
Ergonomia física de correção
Visa adequar o ambiente de trabalho e seus detalhes que causam desconforto ou incômodo. São analisados: iluminação, temperatura, ruídos, disposição dos móveis e outros aspectos que impactam o colaborador.
Exemplos de aplicação da ergonomia física
Ela analisa, por exemplo, se uma cadeira utilizada favorece a postura adequada ou se a movimentação do trabalhador para manipular e levantar determinado objeto é adequada ou prejudicial — lembrando que certos objetos podem ser muito pesados, prejudicar a coluna e causar dores na costas.
Ergonomia organizacional
Nesse tipo de ergonomia do trabalho, analisam-se o clima organizacional, os processos, a cultura e as políticas da empresa. Ela entende as pessoas como partes inerentes do sistema. Seus aspectos de atenção são:
- processos comunicativos;
- projetos participativos;
- gestão de qualidade;
- trabalho em equipe;
- tempo de trabalho.
A ergonomia organizacional apresenta uma subdivisão.
Ergonomia organizacional de concepção
Aqui, é prezado o desenvolvimento dos ambientes de trabalho que sejam amigáveis ao colaborador. Assim, tais locais serão concebidos e montados com base na ergonomia. Essa face da ergonomia é aplicada em escritórios, fábricas ou outras estações de trabalho.
Ergonomia organizacional participativa
Visa criar núcleos de fiscalização que podem ser compostos pelos próprios colaboradores. Esses núcleos levam solicitações e cobranças aos diretores, requisitando melhores condições de trabalho.
Exemplos de aplicação da ergonomia organizacional
A cultura de feedbacks entre as equipes e os programas que visam promover uma maior interação entre os setores da empresa são alguns exemplos.
Ergonomia cognitiva
Na ergonomia cognitiva, os processos mentais são o foco de estudo. A preocupação principal é com o raciocínio e a memória, necessários para o trabalhador realizar algumas das suas atividades. As intervenções que surgem a partir desses fatores, envolvem ações de treinamento e desenvolvimento dos colaboradores.
Os aspectos são:
- interação homem-máquina;
- confiabilidade humana;
- estresse profissional;
- tomadas de decisão;
- carga mental.
Ergonomia cognitiva de conscientização
Em qualquer área laborativa, a conscientização é uma vertente dedicada ao engajamento dos colaboradores com relação à importância da ergonomia e seus impactos.
Dessa forma, é preciso implementar vídeos, palestras, comunicados e gerar incentivos cotidianamente para melhorar a postura e seguir os recursos oferecidos.
Exemplos de aplicação da ergonomia cognitiva
Esse tipo de ergonomia visa promover ações a serem aplicadas em uma equipe com baixo engajamento. Por exemplo, quando o trabalhador sempre está pensando no fim do expediente, manifestando uma das causas do presenteísmo — caracteriza-se como o estado de corpo presente, mas sem se envolver com o trabalho, estando com “a cabeça em outro lugar”.
Medidas de ergonomia no ambiente de trabalho
Em geral, podem-se citar os procedimentos a seguir para aplicar a ergonomia no ambiente de trabalho:
- adequar a postura conforme a posição (em pé ou sentado) à atividade realizada;
- ajustar equipamentos, máquinas e ferramentas ao corpo do funcionário, considerando a altura correta, a distância adequada e a movimentação ideal para executar as atividade (biomecânica);
- adequar o mobiliário, a ventilação, a iluminação, a temperatura, a sinalização e os ruídos dos postos de trabalho;
- conscientizar e treinar os funcionários para exercerem suas atividades por meio de técnicas ergonômicas que favoreçam o bem-estar durante o trabalho.
Podemos resumir a aplicabilidade da Análise Ergonômica do Trabalho em 8 etapas:
- Contratar um ergonomista devidamente capacitado;
- Elaborar a AET (Análise Ergonômica do Trabalho);
- Selecionar as medidas mais urgentes;
- Planejar e executar as medidas em certo prazo;
- Levantar os custos;
- Executar as medidas ergonômicas;
- Avaliar os resultados;
- Promover melhorias constantemente.
Uso da ergonomia em cada setor de trabalho
A Análise Ergonômica do Trabalho está presente em diversos setores. Cada um deles adota suas medidas próprias por meio das análises ergonômicas que ajustam a estratégia às necessidades da empresa e dos profissionais. A seguir, entenda o uso da ergonomia em cada setor.
Indústria
No ramo industrial, a ergonomia está presente no setor administrativo bem como nas áreas de produção — o trabalho braçal propriamente dito. Assim, nas adaptações da cadeia produtiva, as medidas devem favorecer o trabalhador para que ele não sofra com esforço excessivo e movimentos repetitivos.
Alguns EPIs, como o estabilizador de coluna, ajudam a melhorar a execução das atividades. Um outro bom exemplo, já no setor administrativo das indústrias, seria utilizar a mobília certa, além do posicionamento correto dos computadores e acessórios como teclado e mouse.
Agricultura
Aqui, a ergonomia se ocupa da mecanização de processos que antigamente exigiam trabalho braçal e um grande esforço. Hoje, há máquinas como os tratores que realizam o trabalho. O funcionário do âmbito rural será o operador de tais equipamentos.
Dessa forma, as ferramentas utilizadas precisam amenizar a força exercida na palma das mãos e posicionar o punho adequadamente. Além disso, os estabilizadores de coluna e os cintos ergonômicos para a coluna lombar são fundamentais para esse segmento.
Construção civil
Nesse setor, os recursos são semelhantes aos observados na agricultura. Afinal, agora as máquinas realizam o esforço que antes era feito de forma manual.
Podemos citar como exemplo as betoneiras, que misturam substâncias para produzir o concreto sem a necessidade dos métodos tradicionais — como uma enxada e um trabalhador misturando o pó com a água.
Entretanto, em pequenas obras, onde ainda é utilizado tal método, é preciso fornecer luvas, capacetes, botas, estabilizadores de coluna, entre outros EPIs de segurança.
Nas grandes obras de construção civil, pode-se contar com o suporte de tratores e máquinas, como furadeiras e serras. Há, ainda, as ferramentas como os cabos anatômicos e os andaimes.
Setor de serviços
Cada segmento tem suas próprias estratégias. No setor de serviços, tomando como exemplo o trabalho de limpeza, a utilização de mops é recomendada, porque o profissional não precisa se curvar constantemente para pegar os panos, fazer enxágues, misturar produtos, entre outras ações.
Temos, também, as ferramentas que possibilitam realizar tarefas em altura com mais conforto e, até mesmo, equipamentos tecnológicos que facilitam a limpeza, como os aspiradores de pó, as lavadeiras elétricas e as enceradeiras.
Ergonomia no trabalho home office
A ergonomia no home office é um assunto relevante atualmente, em especial, porque trabalhar de casa é uma tendência irreversível. Da mesma forma que no ambiente de trabalho da empresa, as circunstâncias a que o funcionário se expõe em sua casa (ou em um espaço de coworking) podem interferir em sua segurança e saúde.
Vale lembrar que a produtividade está intimamente relacionada aos impactos que decisões relacionadas à ergonomia proporcionam. Dessa forma, mais do que nunca, deve-se atentar ao que deve ser adaptado para melhorar os resultados. A partir desse entendimento, as escolhas acerca de dispositivos, iluminação, mobília e ruídos (como a televisão ligada) contam muito.
Assim, a ergonomia no home office ainda envolve medidas que se relacionam ao descanso e à mudança de hábitos posturais, por exemplo. Ou seja, além de modificar móveis e estruturas, o posicionamento do corpo têm a mesma relevância.
Com relação à postura, devemos observar o ângulo do pescoço frente ao computador, a posição dos ombros, dos joelhos e as pressões inadequadas, que podem ser prejudiciais.
Ergonomia como uma exigência legal: a NR 17
A Norma Regulamentadora nº 17 foi desenvolvida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) junto a entidades trabalhistas (sindicatos e associações), fazendo com o que a ergonomia seja reconhecida e exigida por lei como fator determinante para a saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho. O aumento de casos de doenças ocupacionais por falta de condições adequadas no ambiente laboral motivaram sua criação.
A regulamentação vem apoiar trabalhadores e empresários, na busca por minimizar o impacto que os riscos ergonômicos trazem ao ambiente corporativo. Podemos destacar a alta incidência de doenças ocupacionais, acidentes de trabalho, afastamentos e queda de produtividade.
A NR 17 tem como objetivo estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto e segurança e um desempenho eficiente. Ela é mais que uma exigência legal — é uma verdadeira ferramenta de apoio à gestão de pessoas.
NR 17 e a Análise Ergonômica do Trabalho
Sabendo do que trata a ergonomia e todas as questões relacionadas a ela, é necessário contar com uma ferramenta para colocá-la em vigor dentro da organização. Assim, a própria norma exige que os empregadores realizem a Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Para levantar as informações necessárias, é preciso levar em conta estes aspectos:
- normas de produção;
- modo operatório;
- exigência de tempo;
- ritmo de trabalho;
- conteúdo das tarefas;
- determinação do tempo.
Após observar e avaliar, é possível documentar, por meio da AET, as relações existentes entre as doenças, acidentes ocupacionais e a produtividade com as condições laborais, os sistemas e a organização do trabalho. Dessa forma, a documentação deve contemplar, no mínimo, as seguintes informações:
- levantamento de materiais;
- transporte de cargas;
- descarga de materiais;
- adequação ao mobiliário e aos equipamentos;
- adequação às condições ambientais do local de trabalho;
- organização do trabalho.
Além da NR 17, a ergonomia no eSocial ganha destaque, pois o eSocial passou a cobrar, obrigatoriamente, o fornecimento das informações relacionadas aos riscos ergonômicos, gerando mais visibilidade para a ergonomia no trabalho.
Os benefícios da ergonomia no trabalho
Quando bem aplicada em um espaço corporativo, a ergonomia pode proporcionar uma série de benefícios, tanto aos funcionários quanto à empresa. Confira os principais.
Valoriza o trabalho dos colaboradores
Ao oferecer boas condições de trabalho aos funcionários, uma empresa fará com que eles se sintam mais dispostos a exercer as suas funções. Esse detalhe pode parecer um tanto simples, mas acredite, esse tipo de preocupação faz com que, de forma indireta, os trabalhadores se sintam reconhecidos e valorizados pela corporação.
Quando isso acontece, é inevitável: toda a equipe fica motivada para bater as metas e fazer com que a empresa cresça como um todo. Inclusive, muitos gestores encaram essa prática como uma estratégia para reter talentos e, assim, conquistar uma vantagem competitiva em seu nicho de mercado.
Diminui o absenteísmo
O absenteísmo é um grande desafio a ser contornado pelos gestores de uma empresa. Quando faltas e afastamentos ocorrem, o trabalho de toda a equipe é prejudicado e a corporação pode ter grandes prejuízos financeiros. Por isso, pensar em soluções capazes de impedir esse cenário é fundamental.
Ao considerar todos os detalhes ergonômicos para evitar que a saúde dos seus colaboradores fique comprometida, os índices de absenteísmo diminuem significativamente. Entender isso é fácil: com a ergonomia, é possível evitar o surgimento de doenças laborais e prevenir uma série de acidentes que, a longo prazo, podem impactar diretamente o quadro de faltas e afastamentos.
Aumenta a produtividade da equipe
Boa parte dos gestores que investem na ergonomia já notaram que, quando a empresa proporciona um ambiente adequado ao trabalhador, automaticamente, a sua produtividade aumenta. Em alguns casos, bastam alguns ajustes simples no espaço, como trocar a iluminação, as cadeiras ou as mesas do escritório.
Dessa forma, é possível diminuir a taxa de erros ou trabalhos malfeitos, uma vez que toda a equipe estará mais concentrada e determinada em cumprir a sua função. A longo prazo, a empresa só tende a ganhar, pois haverá melhores resultados e um excelente reconhecimento em seu segmento de atuação.
Previne doenças laborais
Várias doenças podem ser desenvolvidas no ambiente de trabalho. Essas condições podem surgir, por exemplo, quando o funcionário realiza movimentos repetitivos ou a partir de posturas inadequadas ao longo do dia. Com o passar do tempo, certas complicações podem surgir, como dor crônica na região lombar, enxaqueca, tendinite etc.
Para contornar o cenário, os empresários contam com a ajuda da ergonomia no ambiente de trabalho. Seguindo essa prática, os equipamentos, móveis e demais detalhes são ajustados, visando oferecer ao colaborador um espaço confortável e adequado, evitando o desenvolvimento de tais patologias. Veja algumas maneiras de colocar essa ideia em prática:
- invista em cadeiras com assento ajustável que permitam os pés do indivíduo ficarem completamente apoiados no chão;
- instale mesas e balcões posicionados na altura da cintura dos profissionais;
- os computadores, monitores e outros aparelhos eletrônicos devem ser posicionados na altura da cabeça do funcionário. Por isso, adquira equipamentos ajustáveis;
- trabalhadores que exercem suas funções em ambientes com muitos ruídos devem trabalhar com abafadores de som. Em geral, esse cuidado ocorre em indústrias;
- colaboradores que trabalham manuseando produtos químicos devem usar luvas, máscaras e roupas próprias para sua proteção.
Previne doenças psicossociais
Ansiedade, depressão, patologias cardíacas, transtornos gástricos e alimentares são exemplos de doenças psicossociais. Elas ocorrem pelo alto nível de estresse a que os funcionários são expostos.
Melhorar a gestão, reduzir a demanda, diminuir a cobrança excessiva e ter maior atenção à jornada de trabalho aliviam essas doenças, já que os transtornos mentais estão entre as principais causas de afastamento do trabalho.
Devido a todos esses motivos, a ergonomia é um tema de extrema relevância para ser trabalhado na SIPAT.
Formas de aumentar a produtividade por meio da ergonomia
Agora que já compreendemos o que é ergonomia, seus tipos e qual é a legislação por trás dela, falaremos sobre a tão almejada produtividade. Sylvia Volpi, especialista na área, diz que:
A ergonomia visa a enriquecer o conceito de produtividade conjugado aos conceitos de eficácia, bem-estar e qualidade.
Além de promover conforto, segurança e qualidade de trabalho para os colaboradores desempenharem bem suas atividades, a ergonomia faz com que a produtividade surja naturalmente, como consequência de todo esse processo.
Definição de produtividade
Produtividade é um termo que contempla a relação entre os recursos utilizados e a produção final. Desse modo, podemos defini-la como o “resultado daquilo que é produtivo, ou seja, do que se produz, do que é rentável”. Entretanto, quando tratamos de recursos humanos, os níveis rentáveis de produtividade dependem de múltiplas variáveis. Podemos destacar, entre elas, a ergonomia.
Ambiente de trabalho adequado
A falta de condições físicas adequadas pode levar ao desenvolvimento de graves problemas de saúde. Não só a saúde física do colaborador é comprometida, como também a mental. O desenvolvimento de distúrbios como LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho) são exemplos recorrentes do comprometimento físico do trabalhador.
Fatores como iluminação ineficiente e ruídos, como falamos, também interferem diretamente no desempenho. No entanto, além das adaptações físicas que proporcionam conforto e segurança aos colaboradores, um ambiente de trabalho ideal deve ser voltado às pessoas.
Portanto, é preciso valorizar e investir nos colaboradores. Ao lado de salários, benefícios e oportunidades de crescimento, o ambiente de trabalho pode ser um fator-chave para a organização.
Instrução dos colaboradores
A conscientização dos colaboradores contribui para a redução das doenças e acidentes de trabalho, aumentando a produtividade. A adoção de pausas regulares e de uma postura correta ao sentar, por exemplo, podem evitar dores nas costas, uma das principais causas de afastamento do trabalho, segundo o INSS.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 8 em cada 10 pessoas terão problemas de coluna em algum momento da vida. O ortopedista Alberto Gotfryd, do Hospital Albert Einstein, afirma:
Ficar sentado por muito tempo aumenta a pressão interior dos discos intervertebrais, que são essas peças de cartilagem no final da coluna.
Assim, fica fácil entender o porquê de trabalhar com dor durante várias horas do dia, certamente, afeta a produtividade.
Estímulo aos exercícios
A atividade física proporciona saúde, conforto e bem-estar às pessoas. Assim, seu estímulo é um investimento na produtividade dos colaboradores. A ginástica laboral é uma ótima alternativa para promover a prática dentro da própria rotina de trabalho. Também é possível formar grupos de corrida e caminhada, constituindo uma excelente alternativa que, ainda, promove a integração da equipe.
Voltando às dores na coluna, o ortopedista Alberto Gotfryd diz que a musculatura que envolve a região lombar precisa ser trabalhada e fortalecida para minimizar os incômodos. Afinal, ela funciona como um suporte adicional à sustentação de peso.
Uma pessoa com fraqueza muscular, dores crônicas, além de ansiedade e estresse tem seu desempenho claramente comprometido. Por isso, desenvolva ações e programas que promovam hábitos de vida saudáveis, fortaleçam o sistema musculoesquelético, minimizem a sensação de fadiga e combatam o sedentarismo.
Modo de implementar a ergonomia
Qualquer fator que afete a saúde, a satisfação, a disposição e a motivação do trabalhador, compromete sua produtividade e, consequentemente, a conquista de bons resultados pela empresa. Dessa forma, um ambiente de trabalho ergonomicamente inadequado é um grande empecilho à organização.
A ergonomia visa desenvolver, de forma confortável e produtiva, a ligação entre o ser humano e o trabalho. Ao adaptar as condições trabalhistas às características do profissional, evitam-se os riscos ergonômicos, proporcionando mais saúde, conforto, segurança e bem-estar.
Para facilitar essa tarefa, selecionamos, a seguir, algumas práticas essenciais que ajudarão você a colocar a ergonomia em prática dentro da sua empresa. Confira.
Crie um comitê de ergonomia
Segundo a NR-17, é fundamental que a empresa se conscientize sobre a importância da ergonomia no trabalho. Além disso, ao colocá-la em prática, é obrigatório realizar treinamentos específicos. Essa capacitação serve para que os profissionais entendam mais sobre a relação entre ergonomia, segurança e saúde.
E para educar os funcionários, o melhor caminho é criar um comitê de ergonomia, que, basicamente, é formado por colaboradores capacitados para acompanhar e analisar todas as sugestões e mudanças propostas no ambiente de trabalho.
A vantagem de investir nessa prática é ajudar a manter o espaço corporativo mais seguro e confortável para todos, independentemente das atividades exercidas de forma individual.
Para criar um comitê de ergonomia, você precisará:
- eleger os membros da equipe que farão parte dele. Recomenda-se eleger um membro de cada setor da empresa;
- treinar os profissionais com palestras, cursos, workshops ou materiais informativos;
- fazer a Análise Ergonômica do Trabalho (AET);
- traçar um planejamento de ações para o comitê.
Elabore um plano de ação
Nessa etapa, muitos profissionais costumam utilizar o famoso 5W3H. Essa ferramenta serve para conduzir todo o plano de ação, auxiliando nas avaliações e permitindo a implantação de ações efetivas no ambiente corporativo. Traduzindo do inglês, a técnica pode ser explicada da seguinte maneira:
- What: o que será feito? Quais são as soluções e ações eficazes para solucionar os problemas encontrados?
- Why: qual o objetivo dessas mudanças?
- Where: o que será modificado em cada setor da empresa?
- When: quando essas mudanças serão feitas? Qual o prazo de início e conclusão de cada etapa?
- Who: quem será o responsável por realizar essas tarefas?
- How: como essas estratégias serão colocadas em prática? Aqui, é importante detalhar muito bem qual metodologia será utilizada
- How much: quais serão os custos envolvidos nessas ações?
- How many: mensuração e análise dos resultados.
Conte com uma empresa especializada
Se encontrar dificuldades em realizar essas tarefas, considere contratar os serviços de uma empresa especializada no assunto, como uma boa consultoria de ergonomia e bem-estar no trabalho. Ao contar com o acompanhamento de um consultor, você receberá um diagnóstico ergonômico detalhado, com todas as questões que devem ser melhoradas dentro da empresa.
Além disso, o profissional fornecerá as melhores medidas a serem tomadas para cada caso, proporcionando, assim, mais praticidade e economia de tempo e dinheiro para a sua organização. Experimente!
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