A pessoa hipocondríaca é aquela que tem uma preocupação patológica em relação a sua própria saúde. Na hipocondria, o paciente acredita que tem alguma doença séria mesmo que não manifeste qualquer tipo de sintoma.
Por isso, essa é uma condição de saúde mental que pode trazer diversos prejuízos para a pessoa. Afinal, gera muita ansiedade e nervosismo, além de procura constante por especialistas para tentar descobrir algo que, na verdade, não existe.
A hipocondria afeta milhões de brasileiros e pode ser desenvolvida ao longo da vida, então, vale saber um pouco mais sobre ela. Neste conteúdo você vai entender o que é a hipocondria, seus sintomas, principais causas, fatores de risco, tratamento, entre outras informações. Acompanhe.
O que é hipocondria?
A hipocondria é uma condição psicológica que gera uma preocupação excessiva e constante com a possibilidade de ter alguma doença grave. A pessoa pode não apresentar qualquer tipo de sintoma, ainda assim, se sente muito ansiosa e acredita que algo pode estar errado com ela.
Essa condição recebe o nome técnico de nosomifalia, mas é conhecida também como transtorno de ansiedade somática. Só no Brasil, cerca de 4 a 9% da população apresentam quadro de hipocondria.
Entre os especialistas, alguns classificam o problema como um quadro clínico autônomo. Porém, existem também aqueles que preferem classificá-lo como consequência de outras condições, como a esquizofrenia e a depressão.
Como a hipocondria afeta a vida cotidiana?
Essa preocupação persistente que a pessoa tem em relação a sua saúde faz com que ela não se limite ao checkup de rotina que todos fazem. Na verdade, está sempre em busca de um parecer médico.
Assim, mesmo que apresente alguma reação natural do seu organismo, pode acreditar que está doente. Isso faz com que procure, inclusive, os atendimentos de emergência.
O hipocondríaco também tende a marcar muitas consultas médicas, fazer diversos exames e procurar várias opiniões diferentes. O objetivo é encontrar a doença que ele acredita que tem. No entanto, nunca encontra uma resposta.
Pode acontecer, ainda, de praticar a automedicação em uma frequência muito perigosa, devido à percepção e interpretação distorcida das próprias sensações corporais. Sem falar do fato que a hipocondria gera ansiedade, conforme explicamos. Assim, a pessoa se mantém continuamente inquieta e se sentindo ameaçada.
Qual o CID da hipocondria?
CID é a Classificação Internacional de Doenças, uma listagem de códigos que apresenta as diferentes condições de saúde física e mental que uma pessoa pode desenvolver. É um padrão utilizado por médicos e profissionais da saúde do mundo todo.
No caso da hipocondria, é registrada na CID como transtorno hipocondríaco na sessão que inclui transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o estresse e transtornos somatoformes. O código é o F45.2.
Sintomas da hipocondria
Os sintomas da hipocondria podem ocorrer de forma diferente em cada pessoa. Isso porque, como dito, trata-se de uma condição de saúde mental, o que envolve sentimentos e emoções, além da interpretação de cada um em relação ao seu próprio corpo.
De toda forma, existem alguns comportamentos ou sinais e indicadores que a pessoa hipocondríaca pode manifestar. São eles:
- angústia;
- ansiedade;
- preocupação excessiva com a saúde;
- acreditar que tem doenças graves ou raras;
- não acreditar no resultado dos exames;
- não confiar na opinião dos médicos;
- buscar constantemente informações sobre doenças e saúde;
- usar medicamentos por conta própria e sem necessidade;
- utilizar a tecnologia para monitorar a saúde e checar com frequência sinais vitais;
- apresentar muito medo de ter alguma doença;
- identificar-se com a doenças de outras pessoas;
- sentir dores constantes pelo corpo.
Principais causas da hipocondria
Ainda não se sabe exatamente quais são as causas da hipocondria. Contudo, existem alguns fatores que podem favorecer o desenvolvimento dessa condição. Por exemplo:
- caso de doença grave na infância;
- não conseguir exprimir corretamente as próprias emoções;
- histórico de abuso físico ou sexual;
- fatores genéticos;
- histórico familiar da patologia que a pessoa acredita ter.
Fatores de risco da hipocondria
Quem já apresenta alguma condição de saúde mental pode estar mais suscetível à hipocondria. É o caso do transtorno de ansiedade e do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
Eventos traumáticos relacionados à própria saúde também podem favorecer a manifestação dessa condição. Isso acontece, por exemplo, quando a pessoa tem um histórico familiar de dificuldades ou quando viveu a infância em hospitais.
A própria pandemia de covid-19 foi um evento traumático que pode ter contribuído para o aumento dos casos de hipocondria. Além de intensificar os sintomas nas pessoas que já apresentavam esse transtorno antes da crise sanitária.
Outros fatores que também aumentam o risco para o desenvolvimento do problema são:
- predisposição genética;
- super proteção durante o desenvolvimento;
- morte prematura de pessoas queridas;
- negligência dos pais durante o desenvolvimento.
Hipocondria digital
A hipocondria digital não é uma doença, mas sim um comportamento nocivo. Isso porque a pessoa busca de forma incessante diagnósticos na internet com base em qualquer sintoma. Assim, acaba tirando suas próprias conclusões a partir da realização de pesquisas rápidas em sites.
Essa condição é chamada, também, de cibercondria, e precisa de atenção porque pode levar à ansiedade e à automedicação. Sem falar do fato de inibir a busca pelo parecer de um especialista, o que leva ao risco de agravamento de uma determinada condição de saúde que não foi diagnosticada e tratada da maneira correta.
Fazer pesquisas na internet em busca de informação sobre doenças, sintomas e saúde de um modo geral é positivo, mas deve se limitar à geração de conhecimento. Afinal, conteúdos desse tipo não substituem a consulta com um especialista e uma investigação médica.
Por mais que exista precisão nos conteúdos sobre saúde, eles não podem ser utilizados como base para o autodiagnóstico. São apenas uma fonte de aprendizado e disseminação de informações para o autocuidado diário, e uma forma de educação e alerta à população.
Como tratar a hipocondria
É muito importante saber que a pessoa com hipocondria não está mentindo, fingindo, nem exagerando. Ela realmente acredita que existe algo errado com sua saúde, e isso pode trazer bastante sofrimento mental, tanto para ela quanto para as pessoas com quem convive.
Portanto, é indispensável que essa condição seja devidamente diagnosticada e tratada. O tratamento envolve o acompanhamento com o psicólogo e o psiquiatra.
Geralmente, é adotada a abordagem da terapia cognitivo-comportamental. O intuito é modificar os padrões de pensamentos negativos e distorcidos que a pessoa tem em relação a sua própria saúde.
Em certos casos, podem ser receitados medicamentos para tratar a ansiedade e os sintomas obsessivos. A pessoa passa a ter mais clareza em relação ao seu quadro de saúde. A psicoterapia é muito importante para trabalhar o estresse e favorecer o relacionamento social do paciente, promovendo tranquilidade, equilíbrio e bem-estar para ele.
Já que estamos falando de saúde mental, aproveite para cuidar um pouco melhor da sua também. Faça o download gratuito deste kit de conteúdos para entender suas emoções e manter o equilíbrio.