Compreender as próprias emoções para, enfim, entender as do outro, é uma estratégia importante para se relacionar bem e trabalhar a saúde mental. Somente após esse passo é possível racionalizar sobre o que está sentindo e tomar uma decisão a respeito.
Quando isso não acontece, há um acúmulo de sensações reprimidas ou mal digeridas que tendem a impactar outros relacionamentos. A essa estratégia dá-se o nome de inteligência emocional.
Engana-se quem acha que foi Daniel Goleman o pioneiro no assunto. O escritor se baseou em ensinamentos de Charles Darwin (autor da seleção natural, que percebeu como a expressão emocional afetava a sobrevivência e adaptação das espécies), Peter Salovey, John D. Mayer e muitos outros.
Entretanto, algo todos eles tinham em comum: identificaram a diferença que a inteligência emocional pode fazer para a vida pessoal e dos negócios. Quer saber mais? Continue a leitura!
O que é inteligência emocional?
De acordo com o jornalista Daniel Goleman, responsável por popularizar o termo, a inteligência emocional é a capacidade de reconhecer sentimentos (em si mesmo e nas outras pessoas) e saber gerenciá-los. Em outras palavras, quem tem essa habilidade é capaz de pensar e agir sem ser controlado pelas próprias emoções, de forma consciente e inteligente.
Em um país no qual a cada 10 pessoas, 9 têm sintomas de ansiedade ou depressão, uma ferramenta como essa poderia reverter esse quadro. É compreensível que desenvolver algo do tipo não é fácil e foi pensando nisso que o autor categorizou em cinco habilidades.
Quais são os pilares da inteligência emocional?
Ao entender esses pilares, será mais fácil identificar como ser mais inteligente em relação às emoções e repassar isso aos colegas de trabalho ou liderados. Para isso, é preciso praticar diariamente. Com a rotina estressante, aliando trabalho e vida pessoal, não será um desafio encontrar oportunidades para fazê-lo — e isso demonstra a importância de se dedicar para atingir o objetivo.
Autoconhecimento
Os sentimentos humanos são complexos. Geralmente, o que se sente “na superfície” mascara outras sensações, e essa confusão pode provocar reações adversas. Por isso, deve-se estimular o autoconhecimento que, nesse caso, está associado a refletir sobre a forma como se sente.
Em outras palavras, você deve questionar suas emoções (não sua veracidade, mas o que está por trás delas, a que elas podem estar associadas). Um exercício válido é anotar o que sentiu durante o dia e qual foi sua reação diante disso.
Controle emocional
Uma vez que se torna mais fácil identificar o que está sentindo, é possível lidar com isso de forma mais inteligente. Não se controla o que não se conhece. Essa habilidade exige uma atenção a mais, porque a forma que você se enxerga (autopercepção) não necessariamente condiz com a forma que o outro vê — e essa visão também deve ser levada em consideração.
Automotivação
Conhecendo seus sentimentos e controlando-os, muitos conflitos internos e externos são evitados. Dessa forma, sua mente vai conseguir se dedicar mais aos seus objetivos, inclusive, desviando de obstáculos como a procrastinação e a autossabotagem. A aplicação dessa habilidade é muito importante na vida profissional.
Empatia
A empatia é indispensável para as relações humanas. Ela não permite apenas se imaginar com a dor do outro, mas ser inserido naquele contexto e tentar identificar quais motivações estão por trás do sentimento da pessoa. É desafiador e não acontece de um dia para o outro. Esse processo requer dedicação e boa vontade, mas seus frutos são muito positivos para a inteligência emocional.
Relacionar-se interpessoalmente
A habilidade de se relacionar é muito valorizada tanto na vida pessoal quanto na profissional, mas ela não se limita a saber se comunicar. Ela reúne todas as competências citadas acima para construir boas relações familiares e profissionais. Conhecer-se bem, controlar suas emoções e priorizar o respeito pelo outro contribuem fortemente para criar relações duradouras.
Por que é importante pensar na inteligência emocional no trabalho?
A IE se tornou uma competência exigida por inúmeras empresas desde que se popularizou. Não é para menos: as companhias dão preferência a profissionais que sejam automotivados e resilientes. Essas duas características impactam na maneira que as atividades são realizadas, em como os desafios são superados e no próprio clima organizacional.
Ocupar um cargo de liderança exige um cuidado maior em relação a isso. Lidar com pessoas sempre será desafiador, afinal, trata-se da convivência com pessoas diferentes, que têm vidas e experiências únicas. É onde entra a inteligência emocional, que dá aptidão para enfrentar isso da melhor forma e ser bem-sucedido profissionalmente.
Quais são os benefícios da inteligência emocional no ambiente corporativo?
Se você passa a maior parte do seu dia no trabalho, naturalmente será lá o lugar onde mais a inteligência emocional será exigida. É essa habilidade que vai facilitar a adaptação a novos ambientes e ter uma perspectiva positiva frente às circunstâncias. As adversidades comuns no trabalho, quando não são bem administradas, podem custar mais que um emprego: a perda da saúde mental.
Por isso, é importante frisar que a inteligência emocional é uma escolha, e uma escolha que exige prática constante. No entanto, muitos são os benefícios que lhe acompanham:
- diminuição dos níveis de estresse;
- maior realização profissional e pessoal;
- direcionamento competente das emoções;
- menos conflitos em relações interpessoais;
- aumento da autoestima e autoconfiança;
- equilíbrio emocional.
Como desenvolver a inteligência emocional na empresa?
Ciente de sua importância para as relações e o bem-estar no trabalho, destacamos algumas práticas que podem ajudar você a se posicionar melhor no trabalho e conquistar essa habilidade. Práticas, inclusive, que podem ser compartilhadas com toda a equipe! Confira.
Aprenda a receber críticas
Reuniões de feedback podem ser valiosas, mesmo quando o emissor não tem tanto tato quanto você gostaria. Esforce-se para extrair apenas o que vai lhe beneficiar enquanto pessoa e profissional — e para não levar para o lado pessoal! Analise o que está ouvindo, anote e faça uma autoavaliação.
Conheça seus gatilhos emocionais
Todos temos pontos fracos que podem ser desencadeados em discussões. Essa é uma boa hora para treinar o quão inteligente está seu emocional: não reaja com agressividade. Lembre-se que o cérebro humano tende a relevar seu lado emotivo mais rapidamente. A IE nos ensina a filtrar isso.
Pratique a empatia
Às vezes, somos mais rápidos para julgar ou criticar em vez de tentar entender o que está acontecendo. No trabalho, convivemos com diversas pessoas que têm seus próprios problemas e, eventualmente, manifestam isso. Aproveite a oportunidade para ser empático. Alguém pode estar precisando da sua paciência e consideração.
Investir em inteligência emocional não é apenas uma questão profissional. A qualidade de vida e as relações pessoais são transformadas por essa habilidade. Tê-la no ambiente de trabalho vai proporcionar mais autoconfiança e saúde mental. Por isso, as empresas devem priorizar essa competência!
Que tal compartilhar este conteúdo sobre inteligência emocional nas suas redes sociais? Ajude a propagar o conhecimento!