A leptospirose é uma zoonose, uma doença que é transmitida de animais para humanos, causada por bactérias do gênero Leptospira. Apesar de muitos casos serem brandos, seu impacto na saúde ainda pode ser grave e, até, causar a morte.
Para tomar a atitude certa e manter sua saúde, é fundamental entender mais sobre essa doença e como ela se espalha. Pensando nisso, viemos falar um pouco sobre os sintomas da leptospirose, suas causas, tratamento e como se prevenir.
Acompanhe e entenda também um pouco mais sobre como cuidar da saúde do colaborador:
O que é leptospirose?
As zoonoses são doenças transmitidas de animais para humanos. A leptospirose é causada por uma bactéria, a qual é transmitida pelo contato direto ou indireto com a urina de ratos infectados.
Além dos ratos, outros animais podem ser portadores da bactéria. Gatos, cachorros, porcos, etc. Eles não manifestam os sintomas, mas podem espalhar a doença no ambiente.
A bactéria tem um tempo de incubação após entrar no corpo, um período entre a contração da doença e a manifestação dos sintomas. Ele normalmente é entre 7 e 14 dias, mas pode variar de 1 até 30 dias.
O que causa a leptospirose
A bactéria causadora da leptospirose entra no corpo por contato direto ou indireto. Ou seja, ocorre quando você toca em um objeto exposto à urina de um animal infectado. Áreas com muitos roedores são mais vulneráveis.
Após o contato com a pele, a bactéria entra no corpo por pequenas lesões ou mucosa da boca, no caso de ingestão de água contaminada. Pessoas que sofrem com alergia na pele são vulneráveis, pois a urticária causa mais danos.
Como a leptospirose é transmitida?
Por estar associada à urina de roedores, a transmissão da leptospirose, em geral, ocorre em áreas com problemas de saneamento básico. Ou seja, é principalmente uma questão de saúde pública.
As chances de contração da doença são mais altas em épocas de muita chuva e enchentes, já que a exposição da população também é elevada. Nesse contexto, é necessário ter cuidado redobrado para minimizar o número de casos.
Sintomas da leptospirose
A leptospirose pode se manifestar em dois estágios. O estágio inicial, também chamado de precoce, e o avançado, também chamado de tardio. Os sintomas variam de acordo, ficando mais graves com o tempo.
No estágio inicial, os sinais mais comuns que você pode esperar são:
- diarreia;
- dor de cabeça;
- dor muscular;
- dores nas articulações;
- febre;
- fotofobia;
- náusea;
- perda de apetite;
- vômito.
Esses sintomas se manifestam logo nos primeiros dias após a contração da doença, impactando diretamente seu bem-estar. Porém, com o tratamento adequado, é possível fazer uma boa recuperação.
Há também casos mais graves, nos quais os sintomas atacam partes específicas do corpo e causam danos severos. Nesse estágio avançado, os principais sintomas são:
- hemorragia: pode ocorrer na pele, na mucosa da boca ou, mesmo, em diversos órgãos e sistemas do corpo;
- insuficiência respiratória: a doença leptospirose ataca os pulmões, dificultando a respiração e podendo levar a sangramentos;
- Síndrome de Weil: síndrome caracterizada por uma coloração alaranjada na pele e na mucosa, insuficiência renal e possível hemorragia pulmonar.
Mesmo que seja uma doença tratável e possivelmente branda, casos graves podem ser fatais. Segundo dados do Ministério da Saúde publicados no começo de 2023, o número de mortes por leptospirose cresceu 70% em dois anos.
Como é feito o diagnóstico?
Identificar a doença leptospirose nos estágios iniciais é fundamental para aproveitar melhor o tratamento. Veja, a seguir, alguns dos métodos usados para fazer o diagnóstico.
Histórico
Um clínico geral ou infectologista faz um checkup no paciente, identificando seus principais sintomas, e comparam os resultados com o histórico de saúde. Ele também faz algumas perguntas e avalia as chances de exposição à bactéria no último mês.
Esse método não oferece um diagnóstico garantido, já que os sintomas são comuns em várias doenças. Porém, é um bom ponto de partida.
Diagnóstico diferencial
Após considerar os sintomas, o médico também precisa levar em conta a possibilidade de ser outra doença com sintomas similares, como a dengue. Isso é importante para evitar um tratamento incorreto.
Testes laboratoriais
Para confirmar a presença da bactéria no corpo, é necessário fazer testes com amostras do paciente. Eles tendem a ser mais conclusivos e indicar o tratamento adequado.
Qual é o tratamento?
Os casos são tratados com administração de antibióticos. O medicamento específico pode variar de acordo com alguns fatores, como o tipo físico do paciente, idade e o estágio da doença leptospirose.
Quantos dias dura o tratamento?
A duração do tratamento também varia de acordo com a capacidade de recuperação do paciente. No estágio inicial, o tratamento dura em torno de 7 dias, sendo que os sintomas regridem nos primeiros 3 ou 4 dias.
Os casos avançados, por outro lado, requerem mais tratamento e tempo de repouso. Em especial, quando envolvem hemorragia.
Como prevenir?
Como mencionamos, prevenção é a melhor maneira de lidar com a doença leptospirose. Existem entidades públicas que estudam e desenvolvem contramedidas. É o caso do estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Fortaleza, que busca prever a incidência da doença, ajudando no planejamento público.
Do ponto de vista individual, também há algumas atitudes importantes a serem tomadas. Entenda algumas delas:
- higienização de alimentos: evite consumir alimentos que ficaram expostos por muito tempo, especialmente latas que não foram lavadas;
- evitar água potencialmente contaminada: rios e lagos atraem animais que podem carregar a doença;
- vacinação de animais: não existem vacinas para humanos, sendo possível apenas prevenir que animais domésticos se tornem vetores;
- eliminar roedores: ratos são os principais vetores da leptospirose e precisam ser controlados.
Quais os cuidados em regiões com enchentes?
As enchentes são o momento de maior risco para contração da leptospirose. Sejam elas sazonais ou não, é importante ter alguns cuidados nesse período, tais como:
- usar luvas, galochas e roupas protetoras: o uso de proteção é fundamental para evitar o contato direto com a doença;
- ferver a água antes de beber: se a sua fonte de água pode ter sido comprometida, então é melhor fervê-la para eliminar as bactérias;
- desinfetar objetos recuperados: objetos recuperados após enchentes, especialmente móveis, devem ser limpos com álcool ou água sanitária, pois podem carregar a doença;
- cuidado com o lixo: mantenha o lixo em sacos fechados e longe do chão, para não atrair ratos;
- demarcação das áreas de maior risco: certas regiões apresentam alto risco de transmissão da leptospirose durante enchentes e devem ser evitadas.
A prevenção e o tratamento da leptospirose é também uma questão de sustentabilidade. Não se trata apenas de responder à doença, mas, sim, de ter contingências para lidar com enchentes e minimizar o número de casos. Algo que depende do poder público, de ações individuais e da participação das organizações.
Quer mais dicas de atitudes para melhorar seu bem-estar no dia a dia? Então confira nosso manual de práticas de qualidade de vida agora mesmo!