Obesidade e sedentarismo são termos que apresentam uma forte relação entre si, já que o excesso de peso tem como uma das principais causas a falta de atividades físicas. Segundo dados do IBGE sobre obesidade no Brasil, 96 milhões de pessoas (60,3% da população adulta) apresentam o IMC (Índice de Massa Corporal) maior que 25, por isso considera-se que estão acima do peso.
De acordo com a pesquisa, apesar dos esforços e investimentos empreendidos para o tratamento e controle da obesidade, esses números só crescem. Tais dados são preocupantes e apontam para a necessidade de as empresas se envolverem com essa questão. Isso porque os colaboradores podem passar horas trabalhando sentados em frente a um computador, o que costuma provocar o desenvolvimento dessa condição.
Neste artigo, vamos explicar o conceito de obesidade, suas causas, malefícios que essa condição traz para a saúde do colaborador e qual o papel da empresa no combate a esse problema. Também mostraremos como obter o diagnóstico e as melhores opções de tratamento. Boa leitura!
O que é obesidade?
A obesidade é uma doença crônica que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no organismo, o que pode desencadear diversos problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e diabetes mellitus.
Mas é importante observar que essa condição não deve ser relacionada apenas ao excesso de peso. As pessoas podem apresentar um peso elevado devido à grande quantidade de massa muscular, comum em atletas.
Quais os tipos de obesidade?
Há diversos tipos de obesidade que se apresentam com características específicas, conforme a localização e distribuição da gordura no corpo. A seguir, conheça as diferentes formas.
Abdominal
Ocorre quando a gordura se encontra acumulada no abdômen e na região da cintura. Ela está associada a um grande risco para doenças como colesterol alto, diabetes, infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral), inflamações e trombose.
Periférica
Mais comum em mulheres, com a presença de gordura localizada na região dos quadris, nádegas e coxas. Essa condição se associa à insuficiência venosa e varizes, além de osteoartrite nos joelhos e aumento do risco para a ocorrência de doenças cardíacas e diabetes.
Obesidade homogênea
Sem predominância da gordura em uma área específica, já que o excesso de peso fica distribuído em todo o corpo. Por não causar grandes alterações na aparência física como nos demais tipos, o problema pode não ser percebido, gerando riscos para o surgimento das diversas doenças relacionadas à obesidade.
O que causa a obesidade?
A obesidade é multifatorial, podendo ter como causas fatores genéticos, ambientais e comportamentais ou pela interação desses. Ela pode ocorrer em qualquer idade — exemplo disso é a obesidade infantil, que aumentou 10 vezes nas últimas quatro décadas, conforme a pesquisa da OMS e do Imperial College de Londres.
Isso se deve, principalmente, ao consumo excessivo de alimentos calóricos, ricos em gorduras e açúcares, como massas, doces e comidas prontas. Mas o grande vilão dessa condição é o sedentarismo, que faz a quantidade de calorias não ser gasta ao longo do dia, provocando o acúmulo no organismo.
Além disso, distúrbios hormonais ou, mesmo, problemas emocionais, como nervosismo e ansiedade, também podem aumentar o risco para a obesidade.
Como obter o diagnóstico da obesidade?
Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para sobrepeso e obesidade entre adultos, o diagnóstico é fundamentado no Índice de Massa Corporal (IMC). Além de classificar uma pessoa em relação ao seu peso, esse método permite avaliar possíveis complicações metabólicas e outros riscos à saúde.
O cálculo utiliza a seguinte fórmula: IMC = peso / altura². Esse é um método muito utilizado, que considera o peso em relação à altura e permite uma avaliação com base nos seguintes dados:
- peso normal — 18 a 24,9 kg/m2
- sobrepeso — 25 a 29,9 kg/m2
- obesidade grau 1 — 30 – 34,9 kg/m2;
- obesidade grau 2 — 35 – 39,9 kg/m2;
- obesidade grau 3 ou mórbida — igual ou superior 40 kg/m2.
Outra medida utilizada pelos médicos é a da circunferência abdominal, que, em valores elevados, pode aumentar os riscos para complicações. Essa avaliação é realizada de maneira diferente entre homens e mulheres:
- acima de 94cm para homens e 80cm para mulheres — risco maior de desenvolver problemas de saúde;
- acima de 102cm para homens e 88cm para mulheres — risco acentuado para o desenvolvimento de doenças.
Quais são os malefícios da obesidade para os colaboradores?
Além da gordura localizada, a obesidade provoca efeitos negativos no corpo inteiro, causando sinais e sintomas bastante desconfortáveis, como:
- dificuldades respiratórias — devido à pressão do peso abdominal sobre os pulmões;
- dores no corpo — principalmente nas costas, ombros, joelhos, pernas e pés, devido ao excesso de esforço que o corpo faz para suportar o peso;
- dificuldade para fazer esforços e se locomover — devido ao descondicionamento físico;
- dermatites e infecções fúngicas — provocadas pelo acúmulo de suor e sujeira nas dobras do corpo;
- manchas escuras na pele — especialmente na região do pescoço, axilas e virilhas. É uma reação provocada pela resistência insulínica, ou pré-diabetes, conhecida como acantose nigricans;
- impotência e infertilidade — por alterações hormonais e dificuldades na circulação sanguínea;
- apneia do sono e roncos — devido ao acúmulo de gordura no pescoço e vias respiratórias;
- maior tendência a úlceras venosas e varizes — provocadas pelas alterações nos vasos e circulação do sangue;
- depressão e ansiedade — desencadeadas por insatisfações com a imagem corporal e compulsão alimentar.
Todos esses sinais e sintomas provocam um mal-estar geral e comprometem a disposição para o trabalho, reduzindo o desempenho do colaborador e impactando fortemente a produtividade da empresa.
Qual o papel da empresa para combater esse problema?
A questão da obesidade tem sido objeto de debates em diversas empresas que se preocupam com o bem-estar dos seus colaboradores e a relação desse aspecto com a produtividade. Isso porque o tempo em que a pessoa fica sentada parece ter um grande impacto na sua saúde.
Juntamente à medida do índice de massa corporal (IMC), a circunferência da cintura é um indicador comum da obesidade. Esse fator foi observado em estudo realizado na Universidade de Warwick (Reino Unido) sobre os efeitos do sedentarismo em trabalhadores.
Segundo a pesquisa, após os colaboradores ficarem cinco horas trabalhando sentados, a circunferência da cintura aumentou em 2cm. Por dia, a cada hora adicional que a pessoa passou sentada, o risco de doenças cardíacas aumentou 0,2%. Nesse sentido, é essencial que a empresa participe da saúde dos colaboradores incentivando-os a ter uma vida mais saudável, considerando a importância da relação entre doenças do coração e atividade física.
Dessa forma, é possível auxiliar para a melhora da qualidade de vida e obter benefícios para a própria organização, com o aumento da produtividade, redução de custos, ausências e atrasos dos funcionários. Para isso, é importante adotar estratégias de prevenção e atenção à saúde, envolvendo ações como:
- identificação dos setores que necessitam de maior atenção;
- implementação de programas de saúde e bem-estar — inclusão de atividades físicas no horário de trabalho;
- promoção de palestras — sobre os efeitos da obesidade e como adquirir hábitos saudáveis;
- divulgação de informações internas para esclarecer sobre o que é obesidade mórbida e suas consequências;
- oferta de consulta com nutricionista e psicólogo;
- acompanhamento dos resultados obtidos.
Quais são as melhores opções de tratamento para a obesidade?
Da mesma forma que o sedentarismo está diretamente relacionado à obesidade, a atividade física e saúde são fatores interdependentes. Nesse sentido, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas indica que o tratamento deve envolver uma equipe multidisciplinar, de modo a implementar uma prática de exercícios físicos, bem como alimentação adequada e acompanhamento psicológico.
Para alguns casos, há necessidade de associar medicamentos. Já para as situações mais graves e refratárias, pode ser indicado o tratamento cirúrgico.
Conforme mostramos ao longo deste artigo, a obesidade traz diversos malefícios à saúde dos colaboradores, que impactam a produtividade da empresa. Nesse sentido, a organização deve ficar atenta ao problema e implementar ações para promover a saúde e o bem-estar dos seus integrantes.
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