O mês de agosto foi marcado por uma série de queimadas no Brasil que se alastraram, deixando os céus de mais de 500 municípios cinzentos e evidenciando uma grave crise de sustentabilidade ambiental e de saúde pública.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cerca de 68 mil focos de incêndio foram registrados no período, com mais de 80% concentrados na Amazônia e no Cerrado.
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Quais as principais causas das queimadas?
A verdade é que não existe uma única resposta para essa pergunta.
As queimadas podem ter diversas causas, que incluem desde secas prolongadas e descargas elétricas até desmatamento, ação humana não intencional ou vandalismo.
No próximo tópico, vamos detalhar cada uma delas para ampliar o seu entendimento sobre o assunto.
Quais os tipos de queimadas
De modo geral, as queimadas se dividem em dois tipos principais:
Queimadas Naturais
Como o próprio nome sugere, as queimadas naturais são aquelas que resultam de fenômenos climáticos ou geológicos que favorecem a combustão.
A vegetação seca que decorre da baixa umidade do ar, por exemplo, aumenta a chance de combustão espontânea ou de propagação do fogo a partir de outras fontes.
Além disso, também é comum que descargas elétricas provocadas por raios desencadeiem incêndios nessas áreas.
Queimadas Humanas
Embora os incêndios florestais possam ser iniciados por causas naturais, um levantamento feito pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) constatou que 99% das queimadas que acontecem no Brasil são consequência da ação humana.
Entre as principais causas, destacam-se:
- Desmatamento para expansão agrícola;
- Renovação de pastagens;
- Descarte inadequado de bitucas de cigarro ou outros materiais inflamáveis;
- Práticas ilegais de caça, pesca e garimpo;
- Disputas por terras agrícolas;
- Uso de fogueiras, balões ou fogos de artifício.
Os impactos das queimadas no Brasil
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estima que, desde o início do ano, 11,2 milhões de pessoas que vivem no Brasil já foram diretamente afetadas por incêndios florestais, levando 538 municípios a decretarem estado de emergência.
Esses dados evidenciam que as queimadas são, hoje, uma das principais ameaças ao meio ambiente e à saúde da população. Afinal, como mostraremos a seguir, elas não apenas destroem o ecossistema local como também pioram a nossa qualidade de vida.
Consequências da queimada
Embora as queimadas sejam automaticamente associadas à questão ambiental, elas também afetam profundamente a economia do país e a saúde física e social dos indivíduos.
Confira seus principais impactos em cada uma dessas esferas:
Consequências ambientais
Uma das principais consequências das queimadas é que elas podem destruir habitats, levando à extinção de espécies de animais, plantas e microorganismos que são indispensáveis para o equilíbrio ecológico.
Em paralelo a isso, elas também liberam grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) e outros gases nocivos, contribuindo assim para o agravamento do aquecimento global e das mudanças climáticas.
Consequências para a saúde
Quando falamos sobre as doenças do século 21, quase sempre pensamos nas enfermidades relacionadas à saúde mental, como depressão, síndrome do pânico e ansiedade.
Porém, a fumaça resultante das queimadas também tem desencadeado ou agravado vários outros tipos de doenças na população, principalmente as respiratórias, como asma e bronquite.
Além disso, o ar seco e a fuligem também podem provocar uma série de sintomas incômodos, como dor de cabeça intensa, dores no peito e fadiga.
Consequências sociais
Além de prejudicar a saúde, as queimadas podem forçar comunidades inteiras a abandonarem suas casas, inclusive resultando na perda de meios de subsistência.
Em áreas afetadas pelos incêndios florestais, as disputas por terras e recursos naturais também tendem a se intensificar, gerando conflitos e tensões entre diferentes grupos e comprometendo a coesão social.
Consequências econômicas
Por fim, os custos de combate ao fogo e de recuperação ambiental podem sobrecarregar os orçamentos públicos e privados.
Para se ter uma ideia, entre janeiro e setembro de 2024, os municípios brasileiros já totalizavam um prejuízo econômico de R$ 1,1 bilhão em decorrência de incêndios florestais.
Controle de queimadas
O controle de queimadas no Brasil envolve uma combinação de ações de prevenção, monitoramento e combate aos incêndios.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é um dos principais responsáveis por mapear os focos de queimadas no país, utilizando-se de imagens de satélite.
O combate a incêndios, por sua vez, geralmente é realizado por equipes do Corpo de Bombeiros e brigadas treinadas para lidar com queimadas em áreas de difícil acesso.
Porém, diante da gravidade da situação atual, o governo federal mobilizou profissionais da Força Nacional para reforçar o combate aos incêndios.
Ao mesmo tempo, as Forças Armadas estão dando suporte no transporte de brigadistas e na montagem de bases logísticas.
Queimadas pelo mundo
A essa altura, é fundamental ressaltar que as queimadas não são um problema exclusivo do Brasil.
Anualmente, países como Austrália, Canadá, Estados Unidos, Chile, Portugal e Indonésia também enfrentam incêndios florestais de grandes proporções, que deixam um rastro de destruição por onde passam.
Soluções para as queimadas
Embora as ações de combate às queimadas sejam fundamentais, a prevenção é sempre o melhor caminho. Afinal, adotar medidas proativas pode reduzir a ocorrência de incêndios, ajudando a proteger ecossistemas e comunidades.
Capacitar a população, por meio de campanhas de sensibilização que informem sobre os riscos das queimadas e práticas mais sustentáveis é um primeiro passo, assim como o incentivo ao uso de técnicas agrícolas e de manejo que minimizem o uso do fogo.
Porém, também é fundamental fortalecer a legislação ambiental e intensificar a fiscalização sobre o uso do fogo em áreas sensíveis.
Para concluir, não podemos deixar de alertar para as práticas e hábitos saudáveis que a população deve adotar para se proteger das queimadas, incluindo priorizar ambientes fechados, usar máscara PFF2 ou N95 e evitar o consumo de bebidas e alimentos expostos às cinzas.
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