Para manter a capacidade de disputar espaços no mercado a empresa precisa investir. Mas isso não basta. É muito importante ter um retorno financeiro, o maior possível, de todo investimento feito.
Para mensurar esse retorno, muitas empresas usam ferramentas como o ROI (Return On Investment) ou Retorno Sobre o Investimento em português.
As decisões sobre em quais projetos ou setores investir são vitais para as corporações, principalmente em tempos de crise. E os retornos tangíveis e intangíveis dos investimentos em segurança, saúde e qualidade de vida vêm ficando cada vez mais evidentes no mercado.
Afinal, um quadro de colaboradores motivados e satisfeitos tem se mostrado um ponto estratégico na produtividade.
Se a sua empresa não utiliza ROI — ou se o aplica somente a alguns setores do negócio — este é o momento de entender melhor qual a sua importância e como ele pode te ajudar na promoção do bem-estar corporativo. Confira!
O que é o ROI
Trata-se de uma métrica que permite saber exatamente qual o retorno de cada investimento feito dentro de um período de tempo predeterminado. O uso do ROI é fundamental para manter uma gestão saudável, pois, por meio dele, pode-se:
- mensurar o grau de eficiência de cada projeto e de produtividade de cada setor da empresa;
- priorizar o investimento por setor ou projeto de acordo com o retorno obtido;
- demonstrar aos investidores (atuais ou futuros) de forma clara e concisa a lucratividade e viabilidade de um projeto;
- medir as respostas do mercado a um novo produto ou uma nova estratégia de marketing.
Como calcular
A forma de calcular pode variar, mas, de um modo geral, essa métrica relaciona o possível lucro/prejuízo com aquilo que foi investido. O valor resultante não tem uma unidade de medida, já que são dois valores monetários sendo divididos um pelo outro.
Porém, usualmente, o resultado é multiplicado por 100 para ser apresentado como um percentual.
Inicialmente, o ROI foi usado pela Du Pont para medir o desempenho das indústrias de seu diversificado conglomerado, o que demonstra sua versatilidade.
O que muitas empresas desconsideram é a possibilidade de sua utilização para mensurar os resultados de seus projetos relacionados à saúde, segurança e qualidade de vida.
A importância do bem-estar corporativo
O bem-estar engloba aspectos relacionados à qualidade de vida, saúde e segurança das pessoas, entre outros. Muitos empresários questionam a importância desses programas frente à lucratividade. Para alguns, o investimento em bem-estar é apenas uma questão de legislação.
A lei impõe determinados parâmetros de segurança do trabalho e de amparo ao trabalhador no que diz respeito a sua saúde. Se essas diretrizes forem cumpridas, a questão está equacionada. Errado!
A resposta não é tão simples. A saúde dos seus colaboradores também afeta diretamente a produtividade e a lucratividade da companhia. A relação com a produtividade pode ser evidenciada quando analisados os índices de absenteísmo e presenteísmo.
Já a lucratividade também é afetada diretamente pelos custos de sinistralidade dos convênios, ações regressivas ou processos trabalhistas, devidos às condições de segurança, ergonomia e higiene ocupacional.
O bem-estar dos colaboradores deve ser observado além das doenças causadas pela atividade laboral e dos acidentes de trabalho. O perfil de saúde, o estilo e hábitos de vida, assim como as doenças crônicas não transmissíveis também afetam tanto a produtividade quanto acarretam custos para a empresa.
Considerando isso, a implantação de programas voltados aos funcionários é mais que um requisito burocrático a ser cumprido.
Em muitos países, a medicina assistencial tem mudado o seu foco de ação para a prevenção de enfermidades. Está deixando de ser tratativa para se tornar preventiva. É menos oneroso evitar novos casos de doenças ou a descoberta precoce das mesmas do que tratar esses pacientes depois.
Dados coletados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) corroboram essa mudança de abordagem da medicina, que tem sido estimulada inclusive pela OMS (organização Mundial da Saúde).
A prevenção como ferramenta de produtividade
Programas de prevenção diminuem a incidência dos casos de incapacidade temporária ou permanente nos colaboradores. Como se não bastasse isso, acarretam também a diminuição de ações trabalhistas, dos custos de assistência médica e permitem que os funcionários produzam mais e melhor. Em outras palavras, colaboradores saudáveis são mais produtivos.
Contudo, é fundamental escolher quais ações melhor atenderão as necessidades tanto da empresa quanto dos seus colaboradores. Em alguns casos, pode ser a implantação de uma clínica dentro da fábrica ou de uma academia para os operários.
Outras empresas preferirão promover uma campanha de vacinação ou desenvolver um programa de redução dos casos de obesidade, hipertensão ou diabetes.
De qualquer modo, essa escolha precisa se basear no perfil de saúde das pessoas que serão atendidas e levar em conta os custos em relação aos benefícios obtidos. Assim, essa não é uma decisão fácil nem pode ser tomada com base em palpites.
ROI aplicado a programas de saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho
A relação entre os custos e os potenciais efeitos nos lucros da empresa é um fator determinante para o gestor definir em quais projetos a empresa irá investir. Cabe aos profissionais apontarem qual a melhor opção e convencer o gestor de sua indicação.
No mundo corporativo, muitas das decisões são baseadas em dados, mas esses dados precisam ser traduzidos em informações que chegam aos tomadores de decisões.
Esta é uma grande dificuldade dos profissionais de saúde, segurança e qualidade de vida, que muitas vezes não sabem apresentar seus projetos na linguagem dos gestores. É possível demonstrar o retorno financeiro dos programas de saúde, segurança e qualidade de vida?
É aqui que o ROI se torna uma linguagem comum. Com esse índice, é possível demonstrar o retorno financeiro de qualquer ação de promoção do bem-estar corporativo e transformar dados em informações claras para serem analisadas pelos gestores. O ROI também permite a comparação entre estratégias diferentes de promoção dentro da mesma empresa.
Se a importância de calcular o retorno financeiro dos programas de saúde, segurança e qualidade de vida ficou claro, mas o caminho para tal nem tanto, confira o nosso material gratuito sobre ROI.
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