As empresas buscam formas estratégicas de reduzir custos sem que essas medidas interfiram na qualidade do trabalho. Oferecer plano de saúde aos funcionários é uma maneira de obter a fidelização dos clientes internos, reter talentos e estimular a produtividade. Mas o plano de saúde corporativo, ou empresarial, costuma ser uma das maiores causas de despesas de uma organização.
Devido à sinistralidade, os gastos com plano de saúde tendem a ficar muito altos. Eles compõem geralmente o segundo maior custo de uma empresa, vindo logo depois da folha de pagamento e representando aproximadamente 12% dos gastos fixos, sendo que, em alguns casos, podem corresponder a até 20% desses gastos.
Para reduzir o valor da sinistralidade, é necessário aplicar determinadas estratégias que envolvem os beneficiários. Saiba mais sobre o assunto, lendo o post!
Compreenda a sinistralidade
Todas as vezes em que o funcionário procura serviços oferecidos pelo plano, registra-se um sinistro na apólice. Não importa qual seja o motivo da demanda: consulta, exame, tratamento, diagnose.
A sinistralidade consiste, portanto, na relação entre os gastos (sinistros) registrados na apólice e as receitas (prêmio) pagas à operadora do plano.
Cabe ao setor de RH/Benefícios controlar essas despesas a fim de evitar que se tornem um ônus para a empresa. O monitoramento do uso do plano de saúde é importante para melhorar o desempenho das finanças e o trabalho do RH.
As operadoras costumam considerar como aceitáveis valores de sinistros em torno de 75%. Ultrapassado esse limite, a mensalidade pode subir muito, superando até a inflação.
Estimule hábitos saudáveis entre os funcionários
Uma das melhores formas de reduzir as visitas aos médicos é manter hábitos de vida saudável. Um fumante, por exemplo, corre riscos bem maiores de necessitar de tratamento médico que um não-fumante. A melhor opção, ainda que não seja fácil, é abandonar o vício do cigarro.
De forma similar, uma pessoa sedentária que come muito, apresenta maior risco de apresentar problemas de coração e obesidade do que outra pessoa que pratica diariamente caminhadas e faz exercícios com regularidade.
É necessário investir em uma campanha que fomente os hábitos saudáveis, como a alimentação livre de gorduras e açúcares, a prática de atividades físicas, a busca por formas de lazer e relaxamento que ajudem na aquisição de boa saúde física e mental.
Adote medidas preventivas
Para mostrar o quanto é importante manter hábitos saudáveis para evitar o desenvolvimento de doenças, o RH pode também ir além, não apenas passar orientações — ele poderá incentivar as boas práticas dentro da própria organização.
É possível, por exemplo, aplicar o Mindfulness, destinando alguns minutos durante, antes e/ou depois da jornada de trabalho para meditação e relaxamento.
Outra técnica é a de massagem rápida (quick massage). A ginástica laboral é uma boa opção que vem sendo adotada em muitas empresas ao redor do mundo, que contempla o alongamento, fortalecimento e relaxamento muscular.
Outras medidas preventivas envolvem os programas de saúde, como: imunização, saúde mental, de atenção às pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e assim por diante. Esse controle evitará que esses funcionários se vejam na contingência de ir ao médico devido a situações imprevistas e urgentes.
Essas medidas preventivas envolvem, portanto, a avaliação do perfil de cada trabalhador para conhecer melhor suas vulnerabilidades e oferecer atendimento mais personalizado a eles.
Crie um programa de acompanhamento de gestantes
As gestantes não são doentes, mas estão passando por uma situação muito delicada em suas vidas. Uma forma de reduzir a sinistralidade com funcionárias grávidas que frequentam recorrentemente médicos é manter um programa de controle que torne desnecessárias essas idas constantes e, o que pode ser ainda melhor, evitar que elas tenham que fazer tratamentos devido a algum risco desenvolvido durante o período de gestação.
Assim, a gestante vai às clínicas e aos hospitais somente em casos realmente necessários ou para fazer exames de rotina. No momento de dar à luz certamente será preciso conduzi-las à maternidade, mas será uma ação planejada e esperada.
Oriente sobre o uso racional do plano de saúde
É fundamental que os colaboradores entendam a importância do plano de saúde empresarial. Não se trata de um benefício para ser explorado sem necessidade ou a qualquer momento.
Há funcionários pouco esclarecidos que procuram extrair o máximo do benefício, julgando que assim estarão valendo seus direitos.
O gestor de RH pode promover palestras, que esclareçam aos trabalhadores sobre o quanto um plano de saúde empresarial pode ser útil em situações realmente necessárias. O uso indiscriminado dele só aumentará custos para a empresa e, desse modo, ela talvez tenha que suspender esse benefício por falta de dinheiro suficiente para arcar com os altos gastos.
Podem ser aplicados também, nos programas de conscientização, vídeos, panfletos e pequenos manuais, todo recurso é válido desde que cumpra sua finalidade.
Adote o plano de coparticipação
Nessa modalidade de plano, o colaborador também deve realizar parte do pagamento. Com essa responsabilidade, o funcionário fica ciente de que o uso dos serviços médicos oferecidos deve ser moderado.
A partir do momento em que o funcionário também compromete seu dinheiro, a tendência para reconhecer a importância da utilização racional acaba se impondo, pois ele não desejará arcar com valores altos de sinistralidade — mesmo quando esses valores são divididos com seu empregador.
Cuidado com o dumping
É natural que as empresas sintam-se atraídas por ofertas generosas, ou seja, preços mais baixos, considerando o quanto os planos de saúde podem se tornar pesados para as finanças. Mas é preciso tomar muito cuidado com uma estratégia de mercado chamada “dumping”.
Para captar mais clientes e vencer a concorrência, algumas operadoras oferecem serviços iguais ou muito semelhantes por valores bem abaixo do mercado. Com esses valores, elas não conseguem cobrir as despesas de assistência médica.
Considerando que o preço cobrado não é suficiente para cobrir todas as despesas e oferecer um lucro satisfatório, as operadoras se veem na necessidade de aumentar de forma absurda o valor da sinistralidade nas mensalidades subsequentes. Se não agirem assim, elas não terão capital de giro suficiente para sua manutenção, perdendo potencial competitivo e sendo obrigadas a fechar o negócio.
A sinistralidade deve ser controlada para que a empresa mantenha-se firme no mercado, oferecendo bons serviços/produtos aos clientes. Ela pode fazer esse controle, motivando as práticas de vida saudáveis aos seus funcionários, o que efetivamente aumenta a qualidade de vida e é mais econômico para a organização.
Depois de ler sobre a necessidade de cultivar hábitos salutares, aproveite para conhecer mais sobre a Gestão de Saúde Corporativa!