Tabagismo: atenção a esse vício devastador

Tabagismo
Categoria: Saúde

Quando decidi escrever sobre o tabagismo resolvi que não detalharia os malefícios do cigarro. É “chover no molhado”.

O tabagista precisa de apoio externo (medicamentos, acupuntura, etc.) e decisão pessoal, diga-se de passagem, decisão de vida. Somente isto. O aumento do preço do cigarro também pode causar efeitos na redução do número de cigarros. A dor no bolso é uma dor aguda.

Outras duas formas bem eficazes de largar o vício são o infarto e o diagnóstico de um câncer de pulmão. Infelizmente, para alguns já seria tarde demais. Só mudamos quando temos medo ou sentimos dor.

Selecionei algumas curiosidades sobre esta droga que fazem um apanhado histórico, cultural e estatístico deste vício tão devastador. Confira!

Doenças associadas ao tabagismo

A expectativa de vida de um indivíduo que fuma muito é 25% menor que a de um não fumante. Entre as doenças relacionadas ao hábito de fumar, todas são causas de morte: doenças cardiovasculares (43%), cânceres (36%), doenças respiratórias (20%) e outras (1%).

Metade dos novos casos de câncer de pulmão ocorre em ex-fumantes. Segundo pesquisadores canadenses, o cigarro causa danos irreversíveis ao pulmão. Ou seja, além de parar de fumar, é preciso não começar.

Dessas inúmeras doenças que acometem o tabagista (mais de 50) uma é bem “interessante”, a chamada tromboangeíte obliterante. Você perderá uma parte de seu corpo, necrosada, mesmo com bons cirurgiões vasculares ao seu lado. Sabe qual personagem do folclore brasileiro teve esta doença? Ele mesmo: o Saci-pererê. Lembra do cachimbinho?

O estudo INTERHEART que avaliou os fatores que aumentaram o risco de infarto agudo do miocárdio em cinco continentes e no estudo AFIRMAR (Fatores de risco Associados com o Infarto Agudo do Miocárdio), no qual foram selecionados cerca de 3.550 pacientes em 51 cidades brasileiras, o tabagismo foi o fator de risco com maior impacto.

Fumantes passivos

Em 1929, o alemão Fritz Lickint publicou a primeira evidência de que o tabaco podia causar câncer de pulmão. Em 1936, ele criou o termo “fumo passivo” (passivrauchem, em alemão). No Brasil, sete fumantes passivos morrem por dia conforme divulgado pelo Ministério da Saúde por doenças atribuíveis ao tabagismo passivo.

Um estudo realizado no Centro de Câncer da Universidade de Minnesota revelou que bebês de pais fumantes têm mais risco de desenvolver câncer.

Fumar em locais públicos

A Holanda proíbe o fumo em bares, cafés e discotecas, desde 2004, mas permite que em alguns desses locais fechados os clientes continuem a fumar doses limitadas de maconha. Detalhe, esta autorização de fumar maconha é mais antiga, de 1976, e acabou com o mercado ilegal da maconha e reduziu os índices de criminalidade no país.

Na França, pátria sentimental dos tabagistas, a proibição de fumar em locais fechados entrou em vigor em 2008. A folha de tabaco foi apresentada à corte francesa pelo embaixador francês Jean Nicot. Como 13 franceses morrem por dia em decorrência do tabagismo, na França, um terço do tratamento para parar de fumar é bancado pelo estado.

Na Escócia, desde 2006 é proibido fumar em qualquer lugar público. As exceções são em submarinos e em celas de prisão.

Tabagismo pelo mundo

Segundo a OMS, os etíopes são os que fumam menos (4% da população adulta) e os gregos os que mais fumam (52%).

O Brasil é o sexto maior mercado para fabricantes de cigarro. Lembre-se que somos um dos países mais populosos do mundo. Mas os brasileiros relativamente fumam pouco. Em uma relação de 120 países, ficamos apenas em 76º lugar, em 2006. Entre as capitais brasileiras, a que possui maior percentual de fumante é São Paulo com cerca de 21% e a que tem menos fumantes é Maceió, com 9,8%, em 2009.

Nos EUA, os fumantes chegam a pagar valores três vezes maiores por seguros de vida e saúde.

Desde 1954, também nos Estados Unidos, fabricantes de cigarros enfrentam processos movidos por ex-fumantes. Já foram movidas mais de 7.500 ações desse tipo, mas as empresas só foram condenadas a indenizar pouco mais de 10 casos.

No Brasil, nunca houve decisão favorável à indenização. O primeiro processo no Brasil foi aberto em 1996, no Rio Grande do Sul. Já são mais de 500 ações propostas por ex-fumantes por danos provocados pelo consumo do cigarro. Até agora, em todas as decisões definitivas, os ex-fumantes perderam.

Luta contra o tabagismo

O cerco aos fumantes cresce a cada dia. Uma pesquisa realizada pela Catho Online, em 2009, revelou que 83,2% dos presidentes e diretores de empresas brasileiras têm alguma objeção à contratação de profissionais fumantes.

Outra pesquisa feita por telefone com moradores do estado de São Paulo, do Ipesp em 2008, apontou que 90% são favoráveis a proibir o fumo em ambientes fechados de uso coletivo. Entre os próprios fumantes, 78% são favoráveis.

Sem falar que o tabagista é um criminoso ambiental. A cada 300 maços consumidos, uma árvore é cortada. Imagine que um terço da população mundial fume, são cerca de 2,3 bilhões de árvores por ano.

Tabagismo é uma doença infectocontagiosa. Temos que isolá-los, tratá-los, sua presença em ambientes não contaminados provoca aversão e, por último, contaminam o local onde fumam.

Ainda está em tempo de parar de fumar

Pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo elaborou o perfil do ex-fumante brasileiro. Eles são 22% da população brasileira. O estudo mostra que quem fuma há mais de 20 anos, tem risco 17 vezes maior de desenvolver um câncer de pulmão e 10 vezes o risco de infarto e derrame.

Faça o teste a seguir e deixe de fumar. Ainda há tempo, acredite!

Quanto maior a pontuação, maior o vício e, portanto seu desafio.

Parar de fumar não é uma coisa fácil. Mas temos outros bons argumentos para lhe ajudar. Veja a seguir os “Prós e Contras” de abandonar este vício.

Recompensas ou vantagens

  • Melhora a saúde.
  • Paladar e olfato estarão mais aguçados.
  • Fará economia.
  • A casa, as roupas, o carro e o seu hálito terão melhor odor.
  • Você poderá se despreocupar com o parar de fumar.
  • Você será um bom exemplo para as crianças.
  • Seus filhos terão mais saúde.
  • Você não mais se preocupará em expor os outros ao tabaco.
  • Você se sentirá melhor fisicamente.
  • Sua performance nas atividades físicas melhorará.
  • Você reduzirá o envelhecimento de sua pele, diminuindo as rugas.

Riscos ou desvantagens

  • Agudos: dificuldade respiratória, asma, impotência, infertilidade, alterações no afeto.
  • Crônicos: acidentes vasculares hemorrágicos e infartos, câncer de laringe, boca, faringe, esôfago, pâncreas e baço.
  • Bronquite crônica e enfisema.
  • Ambientais: aumento do câncer em cônjuges, taxas altas de filhos que fumarão, que nascerão com baixo peso, asma, doenças do ouvido médio e respiratórias.

Vou fazer uma brincadeira, para você fumante relaxar e pensar em parar de fumar ainda hoje. Existiria alguma “vantagem” em fumar? Somente uma, entre aspas: “dar uma escapadinha do escritório e ficar vendo as moças bonitas passarem na rua”. Infelizmente de hora em hora.

Invista em bem-estar.

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      Autor
      Felipe Alvares

      Assistente de Marketing BeeCorp

      3 Comentários

      1. […] de vida nos EUA diminuiu pela primeira vez em 100 anos, causada pelas doenças crônicas (tabagismo e obesidade). Nesse país, os doentes crônicos são responsáveis por 75% dos 2 bilhões de […]

      2. […] ser prejudiciais à saúde. Hábitos alimentares ruins, a escassez de descanso, o sedentarismo e o tabagismo são alguns exemplos de hábitos comuns que podem trazer sérias consequências em médio e longo […]

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