A transformação digital está cada vez mais presente no dia a dia das empresas, provocado mudanças organizacionais constantes. Precisamos considerar também, as mudanças comportamentais provenientes de tanta tecnologia.
Sabemos que essa revolução tecnológica traz inúmeros benefícios, não só no contexto empresarial, mas também exige uma série de adaptações. Nesse sentido, o RH assume um papel fundamental e cada vez mais estratégico.
De acordo com uma pesquisa feita pela Delloite, 84% dos executivos estão focados em aumentar a produtividade da força de trabalho. Ou seja, esta nova era visa proporcionar resultados cada vez melhores e mais rápidos – o que exige uma atenção ainda maior aos colaboradores.
A questão aqui é: podemos sofrer consequências drásticas se priorizarmos a revolução digital e o foco nos resultados em detrimento do lado humano dessa equação. Quer entender melhor como se adaptar à transformação digital resgatando as questões humanas? Então, continue esta leitura!
O papel do RH na transformação digital
As mudanças tecnológicas têm transformado a rotina de todas as pessoas. Com isso, as empresas precisam se adequar constantemente às novas necessidades do mercado, adaptando seus produtos e serviços.
Como o capital humano é a principal força motora no processo produtivo da organização, os colaboradores são os responsáveis por promover essa inovação e entrega de resultados.
Portanto, quanto mais a empresa se sente cobrada por essas exigências do mercado, tendo que se reinventar para ganhar vantagem competitiva, mais ela tende a cobrar os funcionários para entregar esses resultados. Mas será que toda essa transformação digital se resume apenas a processos inovadores e eficientes?
Acontece que cabe ao RH entender as pressões do cenário externo e promover mudanças organizacionais saudáveis. Afinal, é muito importante garantir que os métodos utilizados respeitem o equilíbrio dos colaboradores, desenvolvendo competências alinhadas ao seu bem-estar, tanto pessoal como profissional.
As competências necessárias para esta nova era
Existem competências cruciais para se adaptar à nova realidade. Abaixo, listamos as principais. Veja!
Atitude diante de situações complexas
Ante um mundo cada vez mais complexo, incerto e ambíguo, os colaboradores precisam resolver problemas que talvez ainda não tenha sido solucionados por outras pessoas.
Por isso, ter postura ativa, em vez da reativa, é uma competência fundamental para a revolução digital. Dessa maneira, torna-se possível buscar as soluções e ser autogerenciável.
Saber lidar com os conflitos
Outra complexidade comum destes tempos são as diferentes gerações no ambiente de trabalho. Nesse contexto, cada colaborador pode enxergar a situação de uma maneira específica e ter prioridades distintas.
Isso aumenta os conflitos internos, que podem provocar desavenças no relacionamento interpessoal. Por essa razão, é importante ter empatia e escuta ativa e usar comunicação não violenta.
Ter criatividade e pensamento crítico
O especialista Alceu Roque Rech, autor do livro “Teoria Geral da Administração”, diz que a pessoa criativa se antecipa aos acontecimentos e, por esse motivo, tem um papel fundamental para contribuir com planos e estratégias empresariais. Quanto mais intensas forem essas mudanças, mais a criatividade aflora.
Já o pensamento crítico está ligado a uma resposta sobre o que fazer em determinada situação, servindo de apoio para a transformação digital.
Ser flexível e resiliente
Com tantas mudanças acontecendo, é preciso ter flexibilidade para se adaptar de forma rápida e da melhor maneira possível à revolução digital. E a resiliência proporciona exatamente isso.
Profissionais resilientes têm autocontrole e conseguem observar as circunstâncias de maneira otimista, visando soluções.
Os impactos da transformação digital na saúde
Apesar de necessário, o excesso de informação e comunicação traz impactos à saúde do colaborador que não podem ser desconsiderados. Pensando nisso, trazemos, abaixo, alguns exemplos de tendências que já se tornaram realidade, junto de suas respectivas consequências.
Trabalho multitarefa
Para lidar com as constantes mudanças, os profissionais precisam realizar várias atividades ao mesmo tempo e manusear tecnologias distintas. No entanto, essa sobrecarga tende a aumentar o nível de estresse, o que pode desencadear transtornos mentais, como a síndrome de burnout e a depressão.
Além disso, é possível que essas doenças levem o colaborador a adotar hábitos nocivos, como sedentarismo, alcoolismo e tabagismo.
Metas irreais
Nunca falamos tanto do alcance de metas como ultimamente. Visando a aceleração dos resultados, muitos gestores traçam alvos sem se preocupar se eles são mensuráveis e atingíveis, características básicas da gestão por metas.
Além de essas cobranças causarem uma competição exagerada, promovem um clima ruim e tendem a desestabilizar os funcionários emocionalmente.
Vício no trabalho
Outra consequência negativa da transformação digital é a dificuldade do colaborador de se desligar do trabalho. Com os dispositivos móveis, é mais comum receber ligações fora do horário ou, até mesmo, parar o descanso para responder a um e-mail profissional, por exemplo.
Assim, o indivíduo se torna um workaholic sem perceber (nome dado àqueles que trabalham compulsivamente). Isso traz consequências graves até para o convívio familiar.
A relação da inteligência emocional com esses impactos
Se, por um lado, temos a necessidade de que as empresas se reinventem a todo instante e acompanhem as mudanças do mercado, que acontecem em uma velocidade absurda; do outro, percebemos a importância de gerir essas mudanças com cuidado.
Para o professor Angelo Soares, da Universidade do Québec, em Montreal, “esse duplo nó tem um impacto nefasto para a saúde mental e se traduz numa certa esquizofrenia organizacional”.
Inclusive, segundo o psicólogo Peter Baldwin, do Black Dog Institute, a expectativa é de que, em 2030, a saúde mental seja o maior ônus da saúde. De fato, a tecnologia desempenha um papel importante na vida pessoal e profissional; por isso, é importante estimular o uso de forma saudável e ajudar os colaboradores nesse sentido.
Diante desse quadro, a inteligência emocional tornou-se a competência mais importante deste século, pois, com ela, os colaboradores conseguem entender e gerenciar suas próprias emoções. Daniel Goleman, precursor do termo, explica que os principais elementos são:
- autoconsciência: entender a si mesmo por meio do autoconhecimento;
- autogestão: ter a capacidade de controlar e redirecionar impulsos;
- motivação: gerar a energia e otimismo necessários;
- empatia: compreender as emoções das outras pessoas;
- habilidade social: construir relacionamentos saudáveis e influentes.
A transformação digital é um passo importante não apenas para as empresas, mas para toda a sociedade. Porém, as consequências para a saúde mental, física e social, provocadas por essa revolução, de maneira alguma podem ficar invisíveis.
É preciso focar no desenvolvimento de competências e mudanças saudáveis, provocando resultados sustentáveis a longo prazo.
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