Todas as pessoas um dia experimentarão o luto em suas vidas. Trata-se de um processo natural, mas que não deve ser deixado de lado nem pela própria pessoa, nem pela organização onde trabalha. Isso porque esse processo pode afetar a saúde física, mental e social da pessoa.
O luto tem um desenvolvimento que deve ser acompanhado, sobretudo, pela empresa para saber como pode auxiliar e quando deve agir. É um trabalho para o RH da empresa e, talvez, profissionais especializados.
O luto é um dos fatores que pode potencializar a exaustão física e mental. Esse é um estado observado em grande parte da população e pode ser evitado com medida simples, veja a seguir:
O que significa ‘estar de luto’?
O luto é um processo emocional natural, uma resposta saudável para se lidar com a perda de um ente querido. A partir do luto, é possível à pessoa reconhecer e se adaptar à ausência e ao vazio resultantes.
O luto não depende da intensidade da dor sentida, mas a capacidade de lidar com a perda é que se traduz em maior ou menor sofrimento. Também se pode considerar a vivência do luto em razão de outros tipos de perdas, como em relação à saúde emocional e aos negócios, por exemplo.
O estado de luto faz com que a pessoa se retraia e entre em recolhimento, tendendo ao silêncio e a expressões de tristeza. No entanto, quando descontrolado, o luto pode aprofundar a sensação de perda e encaminhar a pessoa para processos depressivos.
Cada pessoa passa pelo luto de uma forma própria, sendo capaz de superar a experiência, ou não, e sucumbir a ela. Mas, ainda que dolorosa, o luto é uma vivência de transição, preparatória para a continuidade da vida a partir da ausência do outro.
Sintomas físicos do luto
O luto pode provocar diversos desconfortos físicos.
Assim como em outras situações de abalo da saúde mental, o corpo pode reagir de diferentes formas: dores de cabeça, náusea, boca seca, problemas gástricos e até mesmo palpitação.
Sintomas emocionais do luto
Da mesma forma, como no caso de consequências físicas para o indivíduo, o luto apresenta sintomas diferentes para cada um.
Esse estado provoca outros sentimentos negativos, como: culpa, ansiedade, raiva e desânimo. Em caso mais graves, a pessoa pode desenvolver um quadro de depressão.
Qual é o período de luto?
Por se tratar de um processo muito pessoal, não há como se falar em tempo de duração do luto. Isso porque, quanto mais difícil for para a pessoa lidar com a perda sofrida, mais longo será o tempo enlutado.
Em termos médios, é possível considerar entre um mês a um ano de duração, o que não impede a existência de lutos com anos de manifestação. Como você pode perceber, a forma de lidar e absorver o sofrimento de perda é muito variável entre pessoas diferentes.
De toda forma, não existe um prazo limite para viver o luto nem a maneira correta de fazê-lo. No entanto, é importante validar tanto a dor quanto o processo pessoal para sair dela, uma vez que o luto é parte saudável de um processo de perda.
As 5 fases do luto
Ao se observar o luto, percebeu-se que se desenvolve como um processo, em etapas. Não há uniformidade e pessoas diferentes podem experimentar processos diferentes. No entanto, em geral, podem ser consideradas 5 fases para o luto. Acompanhe.
Negação
A negação costuma ser a primeira reação, ainda que inconsciente, com o fim de se resguardar da verdade inconveniente e dolorosa. O estágio de negação pode perdurar por alguns instantes ou levar semanas até que a realidade seja aceita.
Raiva
A raiva costuma ser uma saída para mascarar emoções como a tristeza e a sensação de abandono. Em geral, envolve atitudes autodestrutivas, mas a raiva, na verdade, se dirige ao evento de perda: o ente querido que se foi ou um romance que terminou.
Barganha
A fase de barganha se manifesta na forma de negociações especulativas da pessoa consigo mesma ou com uma divindade na qual creia. Dessa forma, a pessoa procura por alternativas passadas impossíveis, do tipo “e se eu tivesse feito tal coisa”.
Depressão
O luto pode levar a um grande sofrimento, capaz de se prolongar por muito tempo, como um apego à dor da partida, retroalimentando os processos depressivos. Embora no descontrole a situação possa evoluir para uma depressão profunda, o processo, em si, faz parte do luto.
Aceitação
A aceitação é a última fase do processo de luto, quando parece ocorrer uma consciência da nova realidade que se destaca pela ausência do ente querido. Nesse sentido, pode-se ver a aceitação como uma forma de convivência pacífica com a perda ocorrida, independentemente da incidência, por vezes muito forte, da saudade.
Como lidar com a dor do luto?
O primeiro passo é entender que devemos viver todos os nossos sentimentos. Por isso, não ignore o luto, é necessário viver esse processo.
Cada pessoa lida com as emoções de uma forma particular. Esse é o motivo para que você reserve um momento para entender o que você sente e descobrir como será a sua forma de lidar com o luto.
De acordo com o tempo que será preciso para você, aceita a mudança que a vida trouxe. Assim, não se culpe por seguir em frente após a perda de uma pessoa importante.
Converse com seus amigos e sua família, e busque ajuda se julgar necessário.
Como a empresa pode ajudar a lidar com a perda?
Uma observação importante é que, embora abordado como um processo, sobretudo para se conhecer suas fases, o luto não se desenvolve de modo linear. Além disso, cada pessoa incorpora suas próprias características, valores, carências e tudo que a torna um indivíduo.
Assim, não há uma receita muito direta sobre o que fazer. Mas, é indispensável entender que todo o esforço, em especial do RH da empresa, deve estar voltado para o acolhimento do colaborador enlutado. Esse é o maior suporte que pode ser dado, como a promoção da qualidade de vida para os colaboradores.
Leve em conta que a dor de cada um e o estresse no trabalho não podem ser divididos. No entanto, a pessoa que sofre pode ser acolhida e aqui está o grande papel da organização onde a pessoa trabalha.
Nesse sentido, considere as ações que estejam dentro das possibilidades da empresa em iniciativas como, por exemplo:
- flexibilizar as férias para adiantá-las;
- promover a valorização da vida por meio de iniciativas junto aos colaboradores;
- disponibilizar psicólogos para o colaborador;
- trabalhar os colaboradores em geral para desmistificar a morte.
Quando o luto exige ajuda de um profissional?
Inicialmente, é preciso que os profissionais estejam disponíveis para as demandas de colaboradores enlutados. Por sua vez, quando existe dificuldade de concluir o processo de luto ou quando se desenvolvem processos depressivos que não se resolvem, é preciso suporte profissional.
Na verdade, o apoio psicológico profissional pode ser utilizado sempre que houver uma estagnação no processo de luto, com este se tornando crônico. Nesses casos, o risco de encaminhamento para uma depressão mais profunda é sempre real.
Assim, não há regras para intervir, mas é sempre importante apoiar a pessoa que está passando pelo luto. A iniciativa profissional deve ser tomada quando não houver mais reação ou se perceber que existe estagnação no processo.
O luto é uma experiência que pode ser muito marcante e, quando se prolonga demais, pode exigir a atuação profissional de apoio. Essencialmente, toda a ajuda da empresa deve ser pautada no acolhimento do colaborador enlutado.
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