Se não for diagnosticado e combatido, o estresse no trabalho pode comprometer não apenas a competitividade da empresa, mas também gerar custos com afastamentos e cuidados com a saúde.
Na sua empresa, as condições que podem gerar estresse estão sob controle? Há iniciativas para preveni-lo? Você sabe quais são os fatores de risco? Se você acredita que a situação não está tão segura, confira agora as causas do estresse no trabalho e descubra como combatê-lo.
Entenda sobre o estresse no trabalho
Marilda Lipp, fundadora do Centro Psicológico de Controle do Stress e professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, define o estresse como:
Um estado de tensão mental e física que produz um desequilíbrio no funcionamento global do ser humano e enfraquece seu sistema imunológico, deixando-o sujeito a infecções e doenças.
Por sua vez, o estresse ocupacional é o desenvolvimento desse estado em razão das atividades laborais ou da maneira como são conduzidas. Portanto, trata-se de um tipo de estresse adquirido no trabalho ao longo dos dias.
Nessa condição, há desgaste do organismo e, ao mesmo tempo, redução da capacidade laborativa. Havendo vulnerabilidade orgânica do indivíduo, pode se dar também o desencadeamento de alguma enfermidade ou disfunção.
Causas e sintomas do estresse no trabalho
Na área da saúde, o termo estresse foi utilizado pioneiramente pelo médico endocrinologista canadense Hans Selye, em 1936. Após observar diversos pacientes, usou o termo para definir um conjunto de sintomas como:
- pressão alta;
- fadiga;
- desânimo;
- falta de apetite.
Já no meio corporativo, o estresse surge quando o trabalhador começa a ser exposto a situações que desencadeiam tais sensações citadas por Selye. Assim, situações de raiva, medo, culpa e estímulos constantes de dor no ambiente laboral e que estressam o organismo podem estar diretamente relacionadas a:
- clima organizacional ruim;
- excesso de cobranças;
- definição de metas intangíveis;
- líderes arbitrários e que pressionam muito a equipe;
- hábitos de vida inadequados: sedentarismo e má alimentação;
- riscos ergonômicos: problemas posturais, luz insuficiente, excesso de ruídos.
Consequências do estresse no trabalho
A exposição constante e frequente do indivíduo a situações estressantes dá início a uma séria de alterações fisiológicas. No organismo, o hipotálamo se comunica com a hipófise, que por sua vez, aciona a glândula suprarrenal, aumentando a produção dos hormônios cortisol e adrenalina.
Aparecem, assim, os componentes da chamada “reação de alarme”, isto é, a primeira fase do estresse, quando surgem sintomas como:
- aumento da frequência cardíaca e respiratória;
- elevação da pressão arterial;
- ansiedade e sensação de angústia;
- aumento da concentração de glicose no sangue;
- alterações dos níveis hormonais da tireoide.
A partir de então, doenças crônicas podem surgir, como diabetes e hipertensão. Se a pessoa continuar nas mesmas condições que originaram o estresse, poderá haver o avanço para a segunda fase, chamada de fase da resistência, quando podem surgir novos sintomas, por exemplo:
- insônia;
- mudanças no humor;
- diminuição do desejo sexual;
- problemas digestivos.
Nesse estágio, é possível o aparecimento de doenças como gastrite e úlceras, depressão, síndrome do pânico, além de distúrbios como bipolaridade. Já se observa, nessa fase, um alto nível de fadiga e de irritabilidade no indivíduo.
As doenças psiquiátricas (depressão, bipolaridade e síndrome do pânico) reduzem significativamente o desempenho individual. Quando evoluem, podem levar ao afastamento do colaborador e, consequentemente, impactar a produtividade e o desempenho de toda a equipe.
O que é a Síndrome de Burnout e a relação com o estresse no trabalho
Segundo o International Stress Management Association (Associação Internacional do Controle do Estresse), 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem da chamada síndrome de burnout. Esse estágio, conhecido também como exaustão, seria a terceira fase do estresse e é o período crônico e mais agravado do processo.
Nessa situação, observa-se um completo esgotamento físico e mental, a pessoa sente profundo mal-estar e podem surgir sensações como:
- fortes dores de cabeça;
- distúrbios graves de sono;
- dores musculares generalizadas;
- depressão acentuada;
- falta de autoestima;
- sensação de incapacidade;
- taquicardia;
- perda de memória;
- déficit de atenção e raciocínio lento;
- falta de criatividade e queda de produtividade;
- prejuízo à cognição;
- queda do sistema imunológico;
- fraqueza e fadiga constantes.
Entenda com mais detalhes sobre a síndrome
O termo burnout, que em inglês significa queimar por completo, explica como são intensas as sensações nesse último nível de estresse. Ana Maria Benevides, Psicóloga e estudiosa da síndrome, cita em seu livro “Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador”, que no Brasil, a Lei No 3014/99 reconhece o burnout como Síndrome de Esgotamento Profissional e considera uma doença de trabalho.
A síndrome é entendida como sensação de estar “acabado”. Na verdade, o burnout pode, mesmo, acarretar problemas cardíacos já que, nesse estágio, todos os sintomas citados anteriormente estão exacerbados.
Os impactos diretos para a saúde
Um estudo conduzido pela University College London, com 200.000 pessoas no Reino Unido, demonstrou que a tensão no trabalho estava associada a um risco 23% maior de ataques cardíacos e mortes por doenças coronarianas. Assim, pode-se perceber o quanto o estresse afeta os aspectos físicos e emocionais da pessoa.
Gastão Ribeiro é psicólogo, psicanalista e hipnoterapeuta, com formação em técnicas de traumas. Em sua experiência, ele nos mostra a coerência cardíaca ou o equilíbrio da variabilidade da frequência cardíaca.
Trata-se de um diálogo íntimo entre o pensamento e o coração. Esse diálogo pode provocar uma mudança na forma como o batimento cardíaco varia, trazendo coerência ao ritmo do coração, que, por sua vez, atinge o cérebro emocional.
Quanto mais serena está a pessoa, mais regular é a coerência cardíaca. Assim, a coerência entre o coração e o cérebro emocional estabiliza o sistema nervoso autônomo (simpático/parassimpático) e cria um estado de equilíbrio, permitindo o acesso aos poderes de autocura do próprio corpo.
Esse é um conceito com múltiplas aplicações e que pode ser associado a aparelhos de biofeedback para aumento de performance, cuidado do TDAH, psicoterapia, hipnose, trabalho com traumas, entre outros.
Impactos do monitoramento do estresse
Nesse sentido, um estudo realizado com 32 colaboradores de uma pequena empresa inovadora, em São Paulo, demonstrou os efeitos positivos do monitoramento de estresse. Como ferramenta de monitoramento e treinamento, foi utilizado um programa de biofeedback cardiovascular.
Esse programa era focado na frequência de ressonância cardiorrespiratória máxima (coerência cardíaca) e teve a duração de 13 semanas. Foram realizadas com a equipe atividades de treinamento cardiovascular-respiratório, de 10 a 20 minutos diários, solo e monitoradas por um facilitador treinado.
Os resultados foram impressionantes: o estresse máximo foi reduzido em 62%, e o estresse mínimo (eustresse) aumentou em 52%. Os colaboradores ainda relataram outros benefícios como: aumento de 96% na estabilidade emocional, redução de estresse emocional em 44% e melhora nos relacionamentos pessoais e profissionais de 40%.
Nos últimos anos, foram criadas ferramentas que auxiliam a encontrar esse estado de coerência, como o cardioEmotion, EnWave, entre outros. Tais aparelhos de cardio feedback foram desenvolvidos para atingir um estado de equilíbrio emocional facilmente (Coerência Cardíaca).
Eles reduzem os efeitos do estresse, ansiedade e são extremamente úteis no trabalho terapêutico com traumas, depressões, TAG, entre outros. Constituem tecnologias que foram desenvolvidas e que estão acessíveis para demonstrar a resposta fisiológica do corpo.
Como evitar o estresse no trabalho?
Para evitar o estresse no trabalho, é preciso adotar medidas eficientes, a fim de que o colaborador tenha momentos de relaxamento. Veja algumas soluções de cuidados com a saúde mental:
Quick Massage
Empresas inovadoras como a Google passaram a adotar, por exemplo, a quick massage como benefício para seus funcionários.
E os benefícios vão de redução de tensão muscular e fadiga a aumento de produtividade. As fisioterapeutas Dras. Edivanice Alves e Talita de Oliveira realizaram uma pesquisa que analisou os benefícios da quick massage no trabalho e constataram que 70% dos funcionários relataram um aumento da produtividade em suas funções.
Ações para promover a qualidade de vida no trabalho evitam o estresse e apresentam um alto índice de retorno sobre investimento (em inglês, return on investment ou ROI). O retorno vem em satisfação, produtividade e aumento de lucratividade, além da redução de custos com gastos médicos e afastamentos.
Atividades físicas
Outra alternativa para minimizar o estresse é promover atividades físicas no trabalho. Os exercícios físicos ajudam a combater o sedentarismo e promovem alterações fisiológicas positivas, como a maior liberação dos hormônios serotonina e dopamina, que aumentam a sensação de bem-estar e minimizam o estresse.
Alimentação saudável
A alimentação saudável também é uma importante aliada para aumentar a qualidade de vida no trabalho e reduzir riscos de saúde. Afinal, vale lembrar que pessoas sob estresse tendem a cultivar hábitos de vida prejudiciais, como má alimentação e sedentarismo.
Como já deu para perceber, o estresse é altamente prejudicial a toda cadeia produtiva de uma empresa e se transforma em um grande fator de risco à saúde do trabalhador. Uma vez iniciado, o processo de estresse pode desencadear outras doenças que, aos poucos, vão consumindo o bem-estar do trabalhador.
A BeeCorp ajuda as empresas a realizarem o monitoramento do estresse de seus colaboradores por meio do cardioEmotion. É importante descobrir a origem do estresse do colaborador, que pode estar em sua própria casa ou no trabalho, entre outras possibilidades. E assim, buscar trabalhar essas situações com novas perspectivas.
Portanto, mais do que cuidar de quem já está estressado, é preciso prevenir. A prevenção é o melhor caminho para evitar os impactos negativos do estresse.
Como os gestores podem ajudar quanto ao estresse no trabalho?
De modo geral, os gestores têm a responsabilidade de observar a ocorrência de eventos, situações ou circunstâncias corporativas que levem ao estresse dos colaboradores. Com isso, podem definir procedimentos ou adotar iniciativas que ajudam a reduzir situações promotoras do estresse. Acompanhe.
Programa de saúde mental
Um programa dessa natureza consta de diferentes iniciativas que visam desenvolver mais qualidade de vida no ambiente laboral, com vistas ao cuidado com a saúde mental dos colaboradores.
Para esse fim, três caminhos podem ser adotados:
- redução dos fatores de risco relacionados ao trabalho;
- desenvolvimento dos aspectos positivos no ambiente laboral;
- tratamento dos problemas de saúde mental encontrados.
Benefícios
A oferta de benefícios diferenciados (criativos, flexíveis, afinados com qualidade de vida) é sempre bem-vinda na construção de um clima organizacional saudável. Desse modo, considere a possibilidade de convênios com academias e clubes, por exemplo.
Além disso, facilitar o acesso ou a utilização dessas e de outras vantagens disponibilizadas para os colaboradores. Outra forma de benefício bem recebida é a premiação em função de cumprimento de metas.
Incentivar a atividade física
A atividade física é um dos grandes instrumentos que se contrapõem ao estresse, uma vez que tende a descarregar tensões e relaxar emocionalmente. Além disso, a descarga de endorfinas criando sensação de bem-estar é facilmente percebida e tem forte influência no controle do estresse.
Assim, promova a adoção de hábitos saudáveis como a prática de atividades físicas. Realize palestras mostrando os benefícios que advêm da prática e, dentro do possível, facilite para que possam ser adotadas.
Valorizar seus colaboradores
Os esforços despendidos por um colaborador no cumprimento de sua missão não devem passar despercebidos. A organização, por meio de suas lideranças, deve primar pela valorização de sua equipe.
E essa valorização precisa ir além do reconhecimento verbal e se consolidar em algum benefício ou vantagem, segundo esteja à altura das condições da empresa. Uma autoestima fortalecida é um grande fator de resistência ao estresse.
Ambiente de trabalho flexível
Um horário de trabalho mais flexível permite cumprir a jornada, mas, ao mesmo tempo, facilita para o colaborador ajustar suas necessidades. É sempre de grande valia e uma iniciativa da empresa muito bem recebida pela equipe.
Horários flexíveis podem reduzir o estresse, pois viabilizam para o indivíduo o tempo para soluções pessoais necessárias. Não desconsidere esse aspecto, uma vez que é visto com muito bons olhos.
Fornecer treinamento adequado
Sentir-se despreparado para o desempenho de uma atribuição ou não saber utilizar corretamente um determinado instrumento pode ter efeitos muito negativos sobre a autoestima do colaborador. A adoção de treinamentos adequados e rotineiros podem eliminar esses sentimentos ruins.
Leve em conta que existe, ainda, a valorização do indivíduo na iniciativa de capacitá-lo para determinada atividade. Além disso, mostre que o aprimoramento pode ser o interesse que a empresa tem na permanência do colaborador.
Incentivar trabalhos em grupo
Saber trabalhar em grupo é uma característica que toda organização gosta de descobrir em seus colaboradores. Por sua vez, também é uma oportunidade para cada um mostrar seu potencial e seu conhecimento na condução das tarefas.
Promova trabalhos em grupo e incentive a participação dos colaboradores. É bom para a empresa e fortalece os vínculos e o sentimento de pertencimento.
Melhorar a comunicação
O déficit de comunicação em uma empresa ou, mesmo, a sua ausência na forma adequada gera, sobretudo, insatisfação entre os colaboradores. As experiências sucessivas de falta de feedback, por exemplo, vão desenvolvendo sentimentos ruins de baixa autoestima e não pertencimento.
Não é incomum que líderes descuidados desse aspecto sejam incitadores inconscientes da perda de talentos da empresa. Muitos casos, no entanto, não se traduzem pela perda direta do colaborador, mas pela queda de seu desempenho, perda do engajamento e suscetibilidades a distúrbios e adoecimento mental.
Estimular uma boa alimentação
Uma alimentação saudável é responsável por boa parte das condições físicas e pela capacidade de respostas do organismo diante dos enfrentamentos que as condições de saúde mental provocam. O estresse é um dos principais causadores de danos ao corpo.
Um corpo bem nutrido tem mais ferramentas para reduzir os efeitos desse impacto. Dessa forma, consegue ser menos abalado pelas investidas que o estresse promove no equilíbrio da saúde. A orientação de um nutricionista na empresa costuma ser muito bem recebida.
Proporcionar momentos de descontração
Uma das principais formas de desenvolvimento do estresse é o efeito de continuidade das condições às quais o indivíduo está submetido. Os momentos de descontração interrompem o processo contínuo de construção do estresse em andamento, reduzindo sua intensidade.
Além disso, promove situações de satisfação que têm o efeito contrário ao do estresse. Nesse sentido, funcionam como mecanismos promotores de alívio para a saúde mental do colaborador.
Prezar por um ambiente confortável
Dispor de condições confortáveis para o desempenho de suas atribuições faz muita diferença no resultado do trabalho de um colaborador. O contrário, por sua vez, desenvolve o estresse porque o desconforto incomoda permanentemente.
Assim, um ambiente de trabalho confortável já elimina um forte agente de estresse. O efeito benéfico se faz ainda mais intenso quando o conforto também se apresenta na qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Respostas imediatas para o desconforto em saúde mental
Leve em conta a possibilidade de oferecer primeiros socorros em saúde mental. Você pode capacitar lideranças de sua equipe, assim como colaboradores proativos com perfil para o primeiro atendimento.
Considere os serviços de empresas especializadas capazes de formar socorristas em saúde mental. A ação dessas empresas, no próprio ambiente de trabalho, é capaz de identificar situações de fragilidade para que se possa agir antes que danos maiores sejam produzidos.
Como você pode ver, um ambiente de estresse e saúde mental abalada entre os colaboradores costuma se traduzir em muitas perdas para ambas as partes, com queda na produtividade final da organização. Há várias medidas que podem ser tomadas pela empresa, que farão toda a diferença quando aplicadas em conjunto.
E então, pronto para escolher ações com resultados garantidos para aliviar o estresse de seus colaboradores? Continue conosco em nossas redes sociais e saiba o que fazer para melhorar seu ambiente de trabalho e reduzir o estresse: Instagram.
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