Predisposição genética é comprovadamente envolvida em casos de depressão. Porém, há vários fatores que podem desencadear a doença: estresse psicológico, doenças sistêmicas e consumo de drogas. Confira com mais detalhes neste texto e também:
A depressão é conhecida como o mal do século. Estimativas mostram que, no Brasil, a doença aumentou 18% entre 2005 e 2015. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que mais de 322 milhões de pessoas no mundo apresentam esse transtorno, independentemente de idade e classe social.
Já é possível perceber como cuidar da saúde mental é fundamental, não é mesmo? Com um cenário tão negativo e sem perspectiva real de melhora, a situação tem provocado uma mobilização geral. É preciso fomentar a conscientização sobre a doença, prevenindo e tratando seus efeitos.
Neste texto, você confere os principais pontos sobre o assunto: dados relacionados à doença, possíveis causas e como identificar uma pessoa com depressão. Por fim, saiba quais os impactos desse transtorno para a economia e como a sua empresa pode desenvolver um plano de ação para cuidar do time. Acompanhe!
Tristeza e depressão: qual a diferença?
Primeiramente é importante ter em mente que a tristeza é um sentimento comum, que todos iremos sentir em determinados momentos. Por ser apenas um sentimento, a tristeza não causa impotência para execução de tarefas rotineiras, por exemplo. Assim, esse sentimento é apenas uma consequência de um acontecimento e relaciona-se com o estado mental da pessoa em determinado momento. Do mesmo modo, pode-se pensar na alergia emocional.
Já no caso da depressão, sentimentos ruins são vivenciados com frequência, afetando a saúde, o trabalho e os relacionamentos. Essa doença é caracterizada por diversos sentimentos negativos: apatia, angústia, ansiedade e desesperança. Tudo isso, faz com que a depressão acarrete problemas na saúde física e emocional do doente.
Depressão: características da doença e sua presença na população
Em 2017, a OMS apresentou o documento Depression and Other Common Mental Disorders – Global Health Estimates. Nele, são apresentados dados mundiais e regionais sobre a doença.
A situação reforça a importância do cuidado com a saúde coletiva. Além disso, é tão preocupante que a organização afirmou que, até 2020, a depressão seria a doença mais incapacitante do mundo. Cenário que reflete uma série de dados alarmantes:
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- por volta de 4% da população mundial tinha depressão em 2015;
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- entre 2005 e 2015, a doença teve um aumento de mais de 18% nos casos;
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- a região que mais apresenta casos desse transtorno é o sudeste da Ásia (27% dos casos mundiais);
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- essa é uma doença que afeta mais mulheres do que homens, sendo mais comum em adultos acima dos 55 anos.
O Brasil em dados: país é o mais depressivo da América Latina
Os dados sobre depressão no Brasil mostram que o país ocupa a primeira posição na América Latina e a segunda em todas as Américas, perdendo apenas para os Estados Unidos. Segundo a OMS, a doença afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros. Esse número representa 5,8% da população total.
É difícil identificar quais são os fatores sociais presentes no país que favoreçam os números elevados de casos. Em estudo publicado na revista Economia Aplicada, a escolaridade é apontada como fator de risco na população. Quanto mais anos na escola, maior a chance de desenvolver a doença.
Os dados da pesquisa também apontam que residir em áreas urbanas é um fator favorável para o desenvolvimento desse transtorno. No entanto, não se observa uma variável que possa justificar diretamente o motivo de o Brasil ser um dos países mais depressivos do mundo.
Pandemia: entenda o aumento dos casos
Conforme pesquisas, houve um aumento considerável da depressão durante a pandemia, principalmente envolvendo as pessoas que precisam sair de casa todos os dias para trabalhar. Entre as principais causas dessa alta no número de diagnósticos, estão:
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- medo de contrair o vírus nas ruas ou no ambiente laboral;
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- incerteza em relação à manutenção do emprego;
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- medo de passar fome;
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- angústia pelo isolamento;
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- alterações no dia a dia da empresa, que busca se adaptar ao “novo normal”;
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- sedentarismo consequente do isolamento.
Isso gera uma maior vulnerabilidade, fazendo com que as incertezas possam provocar um adoecimento mental ou agravar os casos de pessoas que já tinham latentes a esse tipo de doença. Como um todo, o equilibro da saúde física, mental e social é prejudicado.
O aumento significativo de casos se deu em todo o mundo. Estudo publicado na revista científica The Lancet encontrou um aumento de 28% nos casos de depressão em 204 países e territórios. Ressalta-se que mulheres e jovens constituem os grupos mais afetados. Estes últimos, em contraste com a predominância de homens adultos anteriormente.
Segundo se apurou, as demandas crescentes dos transtornos de depressão requerem maiores e urgentes esforços no desenvolvimento do bem-estar mental. Iniciativas nesse sentido são essenciais para acompanhar a tendência de alta de distúrbios dessa natureza.
Diagnóstico, principais causas e os sintomas da doença
A depressão é objeto de muitos estudos. Existem diferentes focos de pesquisa, sendo que um deles é compreender melhor os mecanismos dessa doença.
Por mais que se saiba da existência de diferentes fatores que podem influenciar o desenvolvimento desse transtorno, ainda se entende pouco sobre a doença. Até o momento, algumas das causas relacionadas com o desenvolvimento da depressão são:
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- acontecimentos estressantes;
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- doenças graves e/ou debilitantes;
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- alterações hormonais;
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- remédios;
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- fatores biológicos;
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- ritmo e ambiente de trabalho.
A depressão é caracterizada por um sentimento de tristeza intenso, perda de interesse em todas as atividades, sentimento constante de culpa, além de distúrbios do sono e apetite. Por mais que tenha diferentes causas possíveis, essa é uma doença que pode ter também um fator biológico.
O diagnóstico é feito a partir de tudo isso que foi mencionado anteriormente. Devido a complexidade e diversidade dos fatores, somente um psiquiatra pode fazê-lo.
No entanto, a associação entre o cenário da depressão e o atual ritmo de trabalho (característico da sociedade da informação) aponta para um desenho dessa doença. O aumento da pressão no trabalho demonstra que esse é um dos principais problemas que levam os trabalhadores a adoecer.
É importante que a empresa tenha uma atitude ativa na identificação desse transtorno. Por ser o ambiente em que as pessoas passam mais tempo no dia, pode-se identificar quaisquer alterações e agir. Analise as ausências do funcionário, percebendo se estão ligadas a uma diminuição da produtividade.
Em casos de suspeita, estabeleça um canal de comunicação. Busque um psicólogo para auxiliar na abordagem do tema com o colaborador.
Como é feito o tratamento da depressão?
A pessoa com depressão inicialmente deve se consultar com um médico e um psicólogo. Por vezes, a visita a um psiquiatra também pode ser necessária. Tudo vai depender da fase em que a doença estiver, assim como da intensidade de suas manifestações.
Por sua vez, sessões de psicoterapia costumam ser recomendadas, mesmo nos casos mais leves. Da mesma forma, o psiquiatra pode prescrever medicação específica (antidepressivos). Da consulta com o profissional de saúde habilitado, serão definidos os caminhos para o tratamento mais adequado a cada caso.
Não se pode deixar de lado as diferentes abordagens complementares ao tratamento clássico, uma vez que são muito eficientes. Assim, devem ser consideradas, entre outras e de acordo com o perfil de cada pessoa:
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- prática de atividades físicas;
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- caminhadas;
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- exercícios de meditação;
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- técnicas de relaxamento;
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- yoga;
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- tratamento nutricional.
Impacto na sociedade: como a depressão influencia a economia
Devido ao aumento do número de casos, em conjunto com a sua relação com o trabalho, a depressão oferece um risco grande para a economia global.
Por provocar sintomas severos, esse transtorno faz com que o trabalhador precise se afastar de suas funções. Nos casos em que há a permanência no emprego, a produtividade é diretamente afetada.
Segundo a OMS, a depressão está associada a um desempenho inferior no trabalho. Além disso, a aposentadoria precoce seria responsável por grande parte dos gastos do Estado com a doença. Nesse mesmo documento, a organização ainda destacou que essa é a segunda causa de afastamentos do trabalho.
Por ser uma doença tratável, os números impressionam. O alto impacto econômico está ligado à ausência de tratamento. Por mais que tenha sintomas marcados e que seja fácil de ser identificada, a depressão ainda sofre com o tabu e com a falta de profissionais especializados nas empresas. Se precocemente identificada e tratada, seu impacto é bastante reduzido.
Ação estratégica: como a sua empresa pode combater a depressão
Para evitarem os impactos que a depressão causa, as empresas podem adotar diversas medidas:
Promova o bem-estar no trabalho
O primeiro passo para lidar com a depressão é oferecer um ambiente mais saudável. As ações de promoção de bem-estar no trabalho estão ligadas diretamente à satisfação do funcionário.
Além de estimular uma cultura de respeito entre todos, deve-se considerar melhorias no espaço de trabalho. Assim, estimula-se um ambiente melhor, diminuindo o estresse.
Crie um programa de qualidade de vida
Desenvolva atividades que estimulem a qualidade de vida entre os colaboradores. Exercícios físicos, alimentação saudável e a importância de atividades de lazer são alguns dos temas essenciais.
Mostre aos colaboradores que existem recursos que auxiliam no combate ao estresse. Além disso, aproveite esse espaço para dar dicas de saúde mental e falar abertamente sobre o tema, a fim de diminuir o preconceito que o cerca.
Realize atividades diferenciadas
Promover uma vida mais saudável é compreender que outras atividades são necessárias. Por isso, crie um calendário de pequenos eventos diversificados.
Realize happy hours, crie um dia de exercícios na empresa, estimule comemorações de aniversários e outras realizações. Permita que o trabalho tenha momentos de confraternização e lazer, ajudando na construção de um bom relacionamento.
Não deixe de realizar atividades voltadas para a saúde do trabalhador. Essas pequenas quebras na rotina promovem um refresco, ao mesmo tempo em que demonstram que a vida no trabalho pode ser prazerosa.
Invista no mindfulness
O método mindfulness tem a finalidade de incentivar os funcionários a se concentrarem no presente, evitando pensamentos pretéritos, que podem estar ligados à depressão, ou pensamentos baseados no futuro, que podem levar à ansiedade.
Por meio dessa prática, é possível fazer com que a equipe se torne mais ativa, já que cada integrante focará as tarefas mais relevantes, gerando um aumento de produtividade, além da melhora no desenvolvimento, na saúde mental e na habilidade criativa do trabalhador.
Isso porque, ao aprender a identificar sensações corporais, pensamentos e emoções, fica mais fácil realizar escolhas mais conscientes, gerando impactos diretos com os desafios da rotina, além de proporcionar a criação de espaço mental, mesmo nos momentos mais difíceis.
Ofereça quick massage
Trata-se de uma massagem rápida e relaxante, que dura, em média, 15 minutos por sessão. Logo, é uma ótima alternativa para quem não tem tempo para receber uma massagem completa. Normalmente, é feita nos membros superiores, como na região cervical até a lombar, ombros, braços, antebraços e mãos.
A busca pelo quick massage tem aumentado de forma considerável por empresas que querem promover saúde, bem-estar e qualidade de vida no ambiente de trabalho, principalmente pelos seus benefícios, como:
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- redução da tensão muscular;
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- combate ao estresse laboral;
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- minimização da sensação de fadiga;
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- aumento da circulação sanguínea;
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- melhora na disposição.
Faça palestras de conscientização
É importante que as organizações estejam atentas aos comportamentos dos trabalhadores, para terem a certeza de que está tudo certo com a saúde mental de cada um. Um ambiente seguro, gerido por práticas que previnem acidentes e doenças ocupacionais auxiliam para o cenário ideal.
O problema é que, em muitos casos, os colaboradores não conseguem identificar os sintomas de depressão, que podem afetar tanto a vida pessoal quanto a profissional. Alguns funcionários até se dão conta dos sinais, mas precisam de auxílio para evitar o agravamento da situação.
Por meio de uma palestra de conscientização, é possível aplicar as técnicas mais apropriadas para transmitir a mensagem principal de forma objetiva e leve. Assim, a gestão promove uma reflexão com o intuito de fazer com que os participantes compreendam as situações de depressão no ambiente laboral.
É possível usar as palestras para explicar o que são as doenças mentais, como elas se desenvolvem, os principais sintomas, a importância de procurar ajuda profissional, tratamentos que costumam ser realizados, entre outras orientações.
Uma ideia é utilizar a campanha Setembro Amarelo, já que é uma data com foco em gerar mais conscientização em relação à prevenção do suicídio, bem como alertar as pessoas sobre a gravidade da realidade desse problema no Brasil e no mundo.
É um momento de diálogo, que busca elaborar várias conversas sobre o tema e mostrar para os indivíduos que passam por esse tipo de desafio que eles não estão sozinhos e que existem vários meios de solucionar o problema. Então, as palestras são importantes porque:
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- estimulam a procura por ajuda;
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- reduzem o preconceito dos colaboradores sobre a doença;
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- promovem autoconhecimento, autoconfiança e autoestima;
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- auxiliam no controle dos pensamentos negativos;
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- aprimoram a qualidade de vida no trabalho e fora dele.
Essas pequenas ações fazem uma diferença enorme. Com elas, as empresas demonstram que os funcionários não são apenas ativos da empresa, e sim seres humanos cujos cuidados a empresa pode tomar para si.
Leve em conta que a atuação da empresa em questões de saúde mental geram uma sensação de pertencimento e aumento da autoestima do colaborador. Assim, mantenha seu time engajado enquanto promove o bem-estar geral. A depressão é uma doença séria, e o trabalho pode ajudar a mudar essa situação.
Dúvidas comuns: o que mais você precisa saber
Veja, a seguir, as respostas a algumas das dúvidas mais comuns em relação ao mal do século.
O que é depressão ocupacional?
A depressão ocupacional é aquela cujas causas principais estão no trabalho da pessoa, condições que também provocam a síndrome de burnout. Essa origem do distúrbio depressivo pode ser referente a processos produtivos, relacionamentos pessoais ou ao próprio ambiente laboral.
Por vezes, o clima organizacional não é favorável e, dessa forma, diferentes fatores podem atuar como origem do distúrbio. Medidas preventivas como programas de bem-estar e de qualidade de vida no trabalho podem ser os grandes aliados contra o surgimento de novos casos.
Quais os impactos da depressão no trabalho?
A depressão rapidamente leva ao distanciamento físico e emocional das atividades laborais do colaborador. De modo geral, observa-se um desinteresse que conduz a atrasos constantes que, por sua vez, logo evoluem para faltas que se repetem.
O baixo rendimento se instala de maneira rápida, levando a relacionamentos conturbados com os colegas, que se sentem prejudicados. Em pouco tempo, tende a haver determinação médica para o afastamento das atividades normais, em razão das primeiras complicações na saúde que se manifestam.
Assim, a empresa perde em produtividade, gasta com despesas médicas e com os custos da substituição por outro na função do colaborador afastado. Por essa razão, as iniciativas de caráter preventivo são sempre as mais indicadas antes que as perdas se acumulem.
Como você pôde ver, a depressão é um distúrbio quase universal, capaz de trazer sérios danos à saúde física e emocional da pessoa e perdas significativas para a empresa onde trabalha. Nesse sentido, as organizações podem e devem tomar medidas de prevenção, sobretudo implantando programas de qualidade de vida e bem-estar dos colaboradores.
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