O tema “Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT)” é de grande importância e tão abrangente que o setor de Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde, publicou um importante trabalho específico. Trata-se da obra Dor Relacionada ao Trabalho.
Embora no dia a dia haja alguma controversa na utilização dos termos LER e DORT, as diferenças se limitam à questão conceitual. Não há qualquer divergência com relação aos sintomas e à recomendação do tratamento.
Quer saber mais? Continue a leitura e entenda a diferença entre LER e DORT.
O que é LER?
LER é a sigla utilizada para Lesão por Esforço Repetitivo, uma síndrome referente a um conjunto de possibilidades patológicas. Isso significa que LER não é propriamente uma doença, mas o possível resultado da incidência de doenças como, por exemplo:
- bursite;
- dedo em gatilho;
- epicondilite;
- mialgias diversas;
- síndrome do desfiladeiro torácico;
- síndrome do pronador redondo;
- síndrome do túnel do carpo;
- tendinite;
- tenossinovite.
A LER pode estar envolvida com processos inflamatórios relacionados a tendões, nervos e músculos, costumeiramente atingindo mais os membros superiores. Sua incidência é maior em pessoas do sexo feminino e pode trazer sobrecarga e comprometimento para o sistema musculoesquelético.
Atividades laborais podem ser causadoras dessas síndromes. A Análise Ergonômica do Trabalho é uma forma de prevenir esse e outros problemas que afetam a saúde do colaborador, entenda mais sobre o assunto com esse e-book:
A lesão costuma ter sua origem na prática de alguma atividade repetitiva e contínua como, por exemplo, digitar ou dirigir um veículo. De modo geral, a repetição de determinados esforços continuamente, assim como aqueles com exigência de muita força para sua realização, podem levar à síndrome.
A LER é um mal silencioso que se instala no organismo gradativamente, podendo mesmo passar despercebido por muitos anos. A descoberta pode se dar após o comprometimento da área em que se manifestou.
Sintomas
Assim como suas origens podem ser diversas, os principais sintomas da LER também variam, mas é comum encontrar:
- dor nos membros superiores e nos dedos das mãos;
- formigamento e sensibilidade local;
- fraqueza muscular;
- ansiedade e insônia;
- redução da capacidade de movimento com o membro atingido.
As pessoas que padecem de LER quase sempre costumam referir-se à dor latejante. De todo modo, a maioria desses sintomas, quando se manifestam, sinalizam que a situação já se encontra avançada.
Também é comum, como já citado, que os sintomas guardem relação com alguma prática ou atividade realizada de modo inadequado. Assim, por exemplo, passar muitas horas seguidas sentado, diante de um computador vai construindo as condições para a manifestação do problema.
O que é DORT?
DORT é a sigla para Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho, um conceito criado com o fim de especificar a origem de um dos processos de LER que podem ocorrer. Aplica-se, essencialmente, quando a causa da lesão ou da patologia está vinculada à atividade laboral do paciente.
Por sua vez, alguns profissionais preferem o uso do termo DORT para os casos em que o paciente apresenta os sintomas de doenças referentes ao sistema musculoesquelético, mas não lesões de fato. No entanto, é muito comum os dois termos serem utilizados indistintamente, por vezes, até associados como LER/DORT.
Qual é a diferença entre LER e DORT?
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde (MS), faz uma abordagem praticamente conjunta das duas condições utilizando a expressão LER/DORT. Ao mesmo tempo, conceitua LER/DORT como “todas as doenças, lesões e síndromes que afetam o sistema músculo esquelético, causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho”.
Apesar disso, LER e DORT são realmente conceitos muito próximos, isto é, muito parecidos, mas que apresentam algumas diferenças tênues, às vezes, quase subjetivas. No entanto, é possível identificá-las. Acompanhe.
Primeiramente, por ser referida como uma lesão, a LER, a rigor, deveria apresentar uma… lesão. Desse modo, quando não há tecido lesionado, costuma-se empregar DORT para se referir ao distúrbio.
Da mesma forma, como já apontado antes, DORT é um distúrbio relacionado ao trabalho, logo, tem origem em atividade laboral. Por essa razão, o termo LER seria mais adequadamente utilizado em situações cujas causas não fossem ocupacionais.
No entanto, não se pode deixar de considerar que ainda existem controversas sobre o tema. Mas, a verdade é que as situações são de fato muito parecidas e não há uma nomenclatura ou classificação formal diferencial.
Tanto LER como DORT são termos empregados para se referir às diversas doenças classificadas pela CID-10 nos grupos G50-59, G90-99 e M00-99. Por essa razão, o MS se utiliza de LER/DORT para designar os eventos dessa natureza.
Qual é a diferença de tratamento para LER e DORT?
O tipo de tratamento a ser empregado não apresentará variações ou diferenças em razão da denominação do distúrbio, seja via plano de saúde ou em uma unidade pública. Por isso, é mais adequado fazer referência ao tratamento para LER/DORT, sem disinção conceitual.
A Ginástica Laboral é uma das formas de prevenir essas síndromes. Veja o e-book sobre o assunto para entender mais:
O tratamento, propriamente, pode variar segundo os sintomas apresentados e sua origem, uma vez que medidas corretivas de procedimentos deverão fazer parte da condução terapêutica. Assim, leve em conta as seguintes possibilidades para o tratamento, entre outras:
- adequação do ambiente de trabalho para condições laborais favoráveis;
- repouso da área do corpo afetada;
- utilização de anti-inflamatórios e corticoides por via oral;
- aplicação localizada de corticoides injetáveis;
- imobilização da área afetada por meio de talas, coletes ou cintas;
- algumas sessões de fisioterapia;
- cirurgia.
Deve ser ressaltado, ainda, que os sintomas característicos de LER e DORT podem ter outras origens. Nesse sentido, devem ser considerados, entre outros, os casos de situações de saúde como:
- infecções diversas;
- alterações de ordem hormonal;
- distúrbios reumáticos;
- transtornos emocionais (estresse, depressão).
Finalmente, é indispensável nas empresas a adoção de uma postura preventiva diante dos casos ocorridos, a fim de restringir ao máximo suas possibilidades. Isso significa adequar os processos produtivos, assim como as condições de desenvolvimento dos trabalhos na organização.
Como você pode ver, a Lesão por Esforço Repetitivo pode ser desenvolvida sobretudo pela repetição de movimentos contínuos, classicamente ilustrada pela digitação. Mais comumente referida como LER/DORT, possui inúmeras causas no ambiente ocupacional, resultantes da própria atividade, de posturas ou de condições ergonômicas inadequadas.
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