A CID 10 é uma lista de códigos que classifica doenças e condições médicas em categorias. O objetivo é padronizar a nomenclatura das patologias para facilitar a identificação delas em qualquer parte do mundo.
Os mesmos códigos são utilizados por profissionais de todos os países. Assim, é possível fazer um controle mais eficiente da saúde coletiva, monitorando a incidência das doenças e fatores relacionados a elas.
Neste artigo, você vai descobrir:
Confira também nosso material sobre saúde e segurança do trabalho:
O que é CID 10?
A CID 10 é a décima versão ou revisão da Classificação Internacional de Doenças. Essa lista foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o intuito de padronizar a nomenclatura das patologias.
Ela traz uma relação de códigos alfanuméricos divididos em categorias e subcategorias. Cada uma delas referente a uma doença e às variações que existem. Os profissionais da saúde utilizam a CID 10 como ferramenta no dia a dia para preencher documentos e guias utilizando essa padronização.
O código da CID aparece, por exemplo, nos encaminhamentos para especialistas, nas solicitações de exames e pedidos de outros procedimentos em geral. Contudo, existem alguns documentos em que não é necessário. Esse é o caso do atestado médico de saúde e das guias utilizadas para solicitação de reembolso dos convênios.
Objetivos
Como falamos, o objetivo da criação da CID 10 é promover a padronização da nomenclatura das doenças nos países do mundo inteiro. Dessa forma, é possível promover uma comunicação eficiente entre profissionais e estabelecimentos de saúde. Existe um risco menor de ocorrerem mal entendidos em função da tradução dos nomes das patologias.
Com o auxílio da CID 10, também é possível monitorar a qualidade de vida das pessoas. O registro dos códigos feito pelos profissionais e estabelecimentos de saúde reúne dados estatísticos em relação a uma determinada doença.
Assim, órgãos competentes analisam esses registros e identificam a ocorrência das patologias em determinadas regiões e populações. Com isso, podem adotar novas políticas preventivas, desenvolver tratamentos, medicamentos e vacinas.
O impacto do CID 10 na área médica
Considerando a complexidade da área médica e os desafios de estudar doenças complexas, o CID se mostra como uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento desse campo. Podemos destacar aqui alguns dos seus impactos positivos para a prática da medicina:
Consistência dos diagnósticos
Para facilitar o tratamento de doenças, os profissionais de medicina precisam de acesso a recursos de múltiplas fontes. Isso aumenta o risco de inconsistência nas informações disponíveis, o que pode causar erros por parte de médicos e pacientes.
Com o uso dos códigos padronizados do CID, esse risco é bastante reduzido. Qualquer processo de diagnóstico pode se basear no mesmo documento, além de seguir as mesmas diretrizes de tratamento.
Comunicação entre profissionais de saúde
É sempre bom lembrar que a saúde é um campo multidisciplinar. Além dos médicos, também envolve a atuação de profissionais de enfermagem, fisioterapia, psiquiatria, cuidadores, entre outros. E todos devem se comunicar de forma eficiente para garantir um tratamento adequado.
A categorização padronizada de doenças é uma forma de facilitar esse trabalho. Assim, todos estão na mesma página na hora de planejar o tratamento e lidar com possíveis complicações.
Crescimento das pesquisas de saúde
Outro benefício de ter um modelo de nomeação padronizado é permitir pesquisas mais amplas sobre a saúde pública. Por exemplo, diversos órgãos e instituições podem analisar a incidência de uma categoria específica de doenças em determinada área e usar essa informação para planejar políticas de saúde.
Isso também facilita o processo de pesquisa acadêmica sobre essas doenças, já que é fácil identificar materiais relacionados a cada uma. O que acelera o aprendizado e possíveis descobertas.
Qual é a relação entre o CID e outros documentos médicos?
Uma questão comum ao considerar o uso do CID nos procedimentos médicos é a forma como ele deve ser integrado na documentação fornecida ao paciente. Veja aqui alguns dos pontos que geram mais dúvidas.
Guias médicas
Para a realização de certos exames e requerimento de alguns remédios, é necessário contar com uma guia médica. Porém, o código da doença não deve ser inserido no próprio documento, visto que há muitas descrições detalhadas que podem comprometer a privacidade do paciente.
O uso do código em si é mais comum quando se trata da equipe interna, quando buscam um reconhecimento rápido do tratamento, ou na área de pesquisa.
Atestados
O atestado médico é outro documento indispensável. Nos casos em que o paciente se encontra sem condições de retornar às suas atividades de rotina, o atestado serve como justificativa para o seu afastamento temporário da empresa. Algo necessário tanto para sua própria recuperação quanto para evitar que outras pessoas sejam afetadas.
Também pode haver razões de privacidade, o médico ou contratante do paciente não pode exigir que o número do CID esteja impresso no atestado médico. Porém, o próprio paciente pode pedir que o código e especificação da doença sejam inscritos.
Entenda a organização do CID 1o
A CID 10 é organizada em 22 capítulos. Além de apresentarem a classificação de doenças, os códigos abordam também:
- sinais;
- sintomas;
- queixas;
- achados anormais;
- causas externas;
- circunstâncias sociais.
Como há uma grande quantidade de condições, elas são classificadas em grupos maiores e dentro deles, alguns grupos menores. Desse modo, as condições clínicas são classificadas de uma forma mais específica.
Também é muito importante entender como a internalização dos serviços de saúde traz resultados positivos para as empresas, veja:
O especialista pode fazer a consulta de problemas de saúde física e mental. No segundo caso, eles estão no Capítulo V, referente a transtornos mentais e comportamentais. Para facilitar a compreensão, veja o exemplo do Capítulo III da CID 10, que aborda as doenças do sangue, dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários.
Dentro deste capítulo, existe uma categoria chamada Anemias hemolíticas. Nela está a subcategoria Anemia hemolítica adquirida, cujo código é D59. Por fim, está a definição da doença como Anemia hemolítica não autoimune induzida por drogas, registrada pela OMS sob o código D59.2.
Dessa forma, o profissional pode procurar pelo capítulo que deseja, encontrar a categoria, a subcategoria e a doença que deseja obter o código para fazer os seus registros.
Como fazer a consulta
Para consultar os códigos da CID 10 é preciso utilizar um aparelho com acesso à internet. A lista de classificação está disponível tanto para computadores quanto para dispositivos móveis. Podem ser usados aplicativos ou sites para buscar os códigos. Veja a seguir algumas opções de ferramentas.
Site PEBMED
É um portal de atualização em medicina que, entre outros conteúdos, permite fazer a consulta online dos códigos de todos os capítulos da CID 10. Ao acessar a página principal, basta selecionar o capítulo desejado e, em seguida, as categorias, por nome ou pelo grupo de códigos.
Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo
A proposta da ferramenta da Secretaria de Saúde de São Paulo é um pouco diferente. Com ela você faz a pesquisa de um código ou de uma descrição para conferir a qual patologia se refere. Contudo, não disponibiliza a lista de capítulos da CID 10.
Trofo Systems
Esse aplicativo foi desenvolvido pela Trofo e traz a lista de códigos em uma divisão bem organizada, com ícones que facilitam a utilização da ferramenta. Ela está disponível nas versões em português e em inglês, e ainda permite favoritar alguns códigos.
CID 10 Doctordroid
Mais uma opção de aplicativo para você consultar a classificação utilizando o seu smartphone. Essa ferramenta tem um design detalhado para facilitar a consulta. Permite digitar de forma livre os termos, pois exibe uma lista com as alternativas para escolha. Aqui também é possível favoritar alguns códigos mais utilizados.
Os códigos do CID 10 e suas classificações
Como dito, a CID 10 é organizada em códigos alfanuméricos dispostos em 22 capítulos. Esses códigos trazem uma letra de A a Z e ainda dois numerais, que vão de 00 a 99. O Capítulo I, por exemplo, que trata de doenças infecciosas e parasitárias, traz os códigos de A00 até B99.
Nos próximos capítulos, as combinações vão seguindo pelo alfabeto e com as numerações de acordo com a quantidade de patologias registradas nas categorias e subcategorias. O Capítulo XXI traz os códigos Z00 até Z99.
O último, que é o Capítulo XXII, é composto por códigos especiais. Eles incluem, por exemplo, a síndrome respiratória aguda grave (SARS), a doença causada pelo zika vírus, a resistência a antibióticos, e outros.
Essa é uma lista que pode ser consultada por qualquer pessoa, já que está disponível na internet.
Veja o grupo de códigos da CID 10:
- Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00 – B99)
- Neoplasias [tumores] (C00 – D48)
- Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários (D50 – D89)
- Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (E00 – E90)
- Transtornos mentais e comportamentais (F00 – F99)
- Doenças do sistema nervoso (G00 – G99)
- Doenças do olho e anexos (H00 – H59)
- Doenças do ouvido e da apófise mastoide (H60 – H95)
- Doenças do aparelho circulatório (I00 – I99)
- Doenças do aparelho respiratório (J00 – J99)
- Doenças do aparelho digestivo (K00 – K93)
- Doenças da pele e do tecido subcutâneo (L00 – L99)
- Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (M00 – M99)
- Doenças do aparelho geniturinário (N00 – N99)
- Gravidez, parto e puerpério (O00 – O99)
- Algumas afecções originadas no período perinatal (P00 – P96)
- Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas (Q00 – Q99)
- Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte (R00 – R99)
- Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas (S00 – T98)
- Causas externas de morbidade e de mortalidade (V01 – Y98)
- Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde (Z00 – Z99)
- Códigos para propósitos especiais (U04 – U99)
A partir dessa organização, é possível garantir mais assertividade em um investimento em saúde ocupacional.
Veja as siglas do CID 10 mais pesquisadas
Como mencionamos, o CID 10 utiliza uma nomenclatura baseada em um código alfanumérico para identificar diferentes doenças ou grupos de doenças. É esse elemento que facilita seu uso no dia a dia.
Naturalmente, algumas dessas condições tendem a afetar mais pessoas ou serem mais recorrentes do que outras. Por esse motivo, alguns desses termos são mais pesquisados tanto pelos profissionais de saúde quanto pelo público em geral.
Veja a seguir algumas dessas siglas e quais grupos de doenças elas representam.
CID I10
Esse é o tópico referente às doenças de hipertensão essencial, as quais não possuem causa conhecida. A hipertensão pode ser categorizada como Arterial, Benigna, Maligna, Sistêmica e/ou Primária. Também divide os casos em níveis de risco: baixo, médio, alto ou muito alto.
O caderno de conduta para esses casos inclui perguntas relacionadas à anamnese do paciente. Por exemplo, se fuma, como é sua alimentação e se possui casos de diabetes ou doença cardiovascular na família. Os exames sugeridos vão desde a medição da pressão diretamente pelo médico até exames de glicemia e urina.
CID S10
Já o CID S10 diz respeito ao Traumatismo Superficial do Pescoço. Ou seja, doenças ou acidentes que causam danos à estrutura do pescoço, mas que não apresentam perigo para a respiração, alimentação ou circulação sanguínea, por exemplo.
O tópico principal deste capítulo é o traumatismo superficial da garganta, que é o mais observado. Há também orientações sobre traumatismos sem causa definida, traumatismos superficiais múltiplos na garganta, assim como danos a outras áreas do pescoço.
CID H10
Outro tópico bastante pesquisado é o CID H10, que diz respeito às condições relacionadas à conjuntivite. Essa que é definida como “inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras.” Condição que costuma durar em torno de 15 dias, podendo ser aguda ou crônica.
O CID 10 inclui 8 subtipos de conjuntivite:
- Blefaroconjuntivite;
- Conjuntivite aguda atópica;
- Conjuntivite aguda não especificada;
- Conjuntivite crônica;
- Conjuntivite mucopurulenta;
- Conjuntivite não especificada;
- Outras conjuntivites;
- Outras conjuntivites agudas.
Essa versão do CID não inclui também a ceratoconjuntivite, que faz parte do H16. E nos casos de maior gravidade, o paciente é encaminhado ao oftalmologista.
A CID 10 ainda é válida?
A CID 10 foi publicada pela OMS em 1994, ou seja, ela já tem quase 30 anos. Por isso, houve a necessidade de fazer uma revisão para lançar uma nova versão. Assim, essa lista de classificação se tornou desatualizada em janeiro de 2022, quando foi lançada a CID 11.
Para regulamentações, leis e normas, como a NR 1, o ideal é buscar a versão mais atualizada. O mesmo acontece com a CID. Na hora de conferir a lista, é necessário usar a CID 11 em vez da CID 10.
Isso porque a 11ª versão da classificação de doenças trouxe algumas mudanças significativas. Os capítulos e categorias foram revistos para tornar o uso mais prático e intuitivo. Ela ficou mais organizada e novas patologias foram incluídas.
Houve a criação de novas categorias e subcategorias, novas descrições dos problemas de saúde. Tudo isso para que essa nova versão refletisse a realidade das condições de saúde da população atual, apresentando com mais precisão a realidade.
Como o CID 10 é utilizado nas pesquisas
Considerando que há uma versão mais recente do CID, a qual deve ser usada como referência para o desenvolvimento de novos tratamentos, qual seria o papel do CID 10 hoje? Em resumo, como uma ferramenta de pesquisa.
Vários pesquisadores e profissionais de saúde utilizaram o CID 10 como uma de suas ferramentas ao longo dos anos. Sendo assim, seus artigos e estatísticas também seguem seu padrão de nomenclatura e orientações de procedimento.
Por mais que eles estejam “incorretos” na perspectiva de hoje, ainda trazem dados relevantes sobre o histórico de saúde em diferentes regiões. Algo indispensável para o desenvolvimento de novas políticas públicas, tratamentos ou mesmo métodos para evitar o absenteísmo nas empresas.
A CID 10 foi muito importante devido a sua permanência em uso por vários anos, mas agora o ideal é usar a CID 11. Inclusive para que os códigos registrados estejam corretos, para gerar novas estatísticas e favorecer o lançamento de políticas e medidas para cuidar cada vez melhor da saúde das pessoas.
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