A nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), publicada pela Organização Mundial da Saúde, traz atualizações importantes que impactam diretamente a área de saúde e segurança do trabalho.
Com uma estrutura mais moderna e precisa, a CID-11 aprimora a identificação de doenças, lesões e condições relacionadas ao trabalho, contribuindo para diagnósticos mais assertivos e uma gestão mais eficiente da saúde ocupacional.
Neste artigo, você vai entender o que é a CID-11, quais são as principais mudanças em relação à versão anterior e como essas atualizações afetam empresas, profissionais de saúde e colaboradores.
Continue a leitura para se aprofundar no tema e descobrir como a nova classificação pode transformar a forma como cuidamos da saúde no ambiente de trabalho.
O que é a CID 11
A CID-11 é a 11ª versão da Classificação Internacional de Doenças, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de um sistema padronizado que organiza e categoriza doenças, distúrbios, condições de saúde e causas de morte em todo o mundo. Sua principal função é fornecer uma linguagem comum entre profissionais da saúde, pesquisadores e gestores para que seja possível registrar, analisar e comparar informações sobre a saúde de maneira consistente entre países e ao longo do tempo.
Essa nova versão traz avanços importantes em relação à anterior, a CID-10, com atualizações que refletem os progressos da medicina e das ciências da saúde. A CID-11 inclui, por exemplo, categorias mais detalhadas, incorpora conhecimentos mais atuais sobre saúde mental, reconhece condições associadas ao uso da tecnologia e facilita a integração com sistemas digitais de prontuário eletrônico.
Além disso, ela foi pensada para ser mais acessível e adaptável às realidades de diferentes países, permitindo personalizações e traduções mais eficientes. Em resumo, a CID-11 é uma ferramenta moderna e global que contribui para a melhoria do diagnóstico, da vigilância em saúde pública e do planejamento de políticas de saúde em escala mundial.
Características da CID 11
A CID-11 apresenta diversas melhorias e inovações em relação às versões anteriores. Aqui estão as principais características que a tornam mais moderna, funcional e alinhada com as necessidades atuais da saúde global:
Formato digital e integrado
A CID-11 foi desenvolvida nativamente para o ambiente digital, facilitando sua integração com sistemas de informação em saúde, como prontuários eletrônicos e bancos de dados hospitalares. Isso melhora a precisão na codificação e reduz erros.
Classificação mais detalhada e flexível
Ela traz uma estrutura mais granular, com códigos mais específicos que permitem descrever condições de forma mais precisa. Além disso, permite combinações entre códigos (chamadas de “extensores”) para representar nuances clínicas sem criar milhares de novas categorias.
Cobertura ampliada
Inclui novas doenças e condições que ganharam relevância nos últimos anos, como:
- Transtornos relacionados a jogos eletrônicos (gaming disorder);
- Condições relacionadas à saúde sexual e de gênero;
- Novos diagnósticos em saúde mental e neurológica.
Atualização científica
Reflete os avanços da medicina, com definições mais atualizadas baseadas em evidências e no consenso internacional. Muitos capítulos foram reestruturados para se adequar à prática clínica moderna.
Organização por temas e sistemas
A estrutura foi reorganizada para agrupar as doenças de maneira mais lógica, por sistemas do corpo e temas de saúde (como imunizações, trauma, saúde mental), facilitando o uso pelos profissionais.
Foco em usabilidade global
Foi traduzida para diversas línguas e adaptada para contextos culturais e epidemiológicos variados, visando atender tanto países com sistemas de saúde avançados quanto regiões em desenvolvimento.
Melhor suporte à vigilância epidemiológica e pesquisa
Com dados mais precisos e codificação padronizada, a CID-11 oferece uma base sólida para o monitoramento de doenças, elaboração de políticas públicas, e realização de pesquisas comparativas internacionais.
Principais mudanças na CID 11
A Classificação Internacional de Doenças – 11ª Revisão (CID-11), elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), entrou em vigor oficialmente em 1º de janeiro de 2022. Ela substitui a CID-10, que estava em uso desde os anos 1990. A CID-11 traz várias mudanças significativas para refletir os avanços científicos, tecnológicos e sociais na área da saúde.
Estrutura digital e navegação moderna
- A CID-11 foi projetada nativamente em formato digital, facilitando a integração com sistemas eletrônicos de saúde;
- Possui uma interface online com busca facilitada, códigos interativos e hiperlinks;
- Permite codificação em camadas (clustering) para representar melhor a complexidade dos diagnósticos.
Inclusão de novos transtornos e condições
- Transtornos relacionados a jogos eletrônicos (gaming disorder) foram incluídos como parte dos transtornos de comportamento aditivo;
- Burnout agora tem um código próprio: QD85. Ele é classificado como um fenômeno ocupacional, não uma condição médica;
- Reconhecimento de transtornos relacionados à identidade de gênero, com a remoção da “transexualidade” da categoria de transtornos mentais e realocação para condições relacionadas à saúde sexual (mais inclusivo e respeitoso).
Atualizações em doenças específicas
- Novos códigos para resistência antimicrobiana, com mais precisão sobre microrganismos e resistência a medicamentos;
- Inclusão de condições como síndrome pós-COVID-19 (COVID longa);
- Avanços na classificação de doenças cardíacas, neurológicas, neoplásicas e imunológicas com mais granularidade.
Melhor representação da saúde mental
- Revisão e reclassificação de transtornos mentais com base nas evidências mais atuais;
- Mais detalhamento sobre esquizofrenia, transtornos do humor, transtornos de ansiedade e neurodesenvolvimento.
Universalidade e adaptação
- Disponível em várias línguas e adaptável a contextos nacionais;
- Tem como objetivo melhorar a comparabilidade de dados entre países, o que fortalece a vigilância em saúde global.
Importância da CID 11 para a empresa
A adoção da CID-11 pelas empresas — especialmente aquelas que atuam nas áreas de saúde ocupacional, benefícios corporativos, tecnologia da saúde ou gestão de pessoas — traz uma série de vantagens estratégicas, operacionais e legais.
Maior precisão nos diagnósticos e laudos
Com códigos mais específicos e estruturados, a CID-11 permite diagnósticos mais detalhados, o que melhora:
- A qualidade das informações médicas enviadas à empresa;
- A assertividade na tomada de decisões, como afastamentos, readaptações ou encaminhamentos;
- O planejamento de ações preventivas mais direcionadas.
Melhoria na gestão de saúde corporativa
A CID-11 permite análises epidemiológicas mais confiáveis e segmentadas, apoiando:
- A construção de relatórios mais robustos e inteligentes sobre a saúde dos colaboradores.
- O desenvolvimento de programas de bem-estar, saúde mental e prevenção de doenças mais eficazes.
- A detecção precoce de padrões de adoecimento (como LER/DORT, burnout, transtornos mentais).
Atualização com padrões internacionais
- A adoção da CID-11 alinha a empresa com os protocolos internacionais de saúde.
- Isso é especialmente importante para empresas multinacionais ou que prestam serviços globais.
- Gera credibilidade e conformidade com normas da OMS e órgãos reguladores.
Conformidade legal e trabalhista
- A CID é base para diversos processos legais, como afastamentos previdenciários (INSS) e acompanhamento de atestados.
- Estar atualizado com a CID-11 ajuda a empresa a:
- Evitar inconsistências em laudos.
- Cumprir exigências de auditorias e perícias.
- Prevenir fraudes relacionadas a licenças médicas.
Integração com sistemas e tecnologias
- A estrutura digital da CID-11 facilita:
- A integração com prontuários eletrônicos e plataformas de saúde ocupacional.
- A automação de análises e dashboards em ferramentas de BI.
- O uso de inteligência artificial e machine learning em soluções de saúde corporativa.
Reconhecimento de novas demandas em saúde mental
- A empresa passa a lidar com novos códigos relacionados a burnout, gaming disorder e transtornos de identidade de gênero, entre outros.
- Isso possibilita:
- A criação de políticas de saúde mental mais atualizadas.
- A construção de ambientes mais inclusivos e acolhedores.
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