Como fomentar a saúde mental no trabalho? O tema ainda é um tabu para muitas empresas, mesmo que os gestores saibam a importância de desmistificar o assunto e agir.
Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), os transtornos mentais são a terceira causa de longos afastamentos do trabalho por doença no Brasil. A ANAMT também afirma que nove em cada dez brasileiros inseridos no mercado de trabalho apresentam sintomas de ansiedade — número que tem aumentado cada vez mais.
Quando observamos a atitude das empresas, a situação fica ainda mais preocupante: das organizações entrevistadas, apenas 18% têm algum programa voltado para a saúde mental do trabalhador.
O termo doença mental foi associado durante anos a níveis extremos de perda da consciência e autonomia, ganhando uma conotação pejorativa. Felizmente, muitas empresas já pensam diferente e percebemos um movimento para agir nesse sentido, mas ainda estamos longe do ideal.
Mas como garantir saúde mental no trabalho? Qual o impacto desse cuidado na produtividade? É possível contribuir também para a retenção de talentos e a melhoria do clima organizacional como um todo?
Para responder esses e outros questionamentos, conversamos com o nosso CEO, Felipe Lacerda. Confira como desenvolver um programa voltado para a saúde mental no trabalho!
Como fomentar a saúde mental?
Não existe uma fórmula de sucesso quando falamos em preservar a saúde mental dos colaboradores. Afinal, a questão da saúde mental é multifatorial, Felipe destaca:
“Quando falamos de problemas de saúde mental, eles nunca têm uma única razão. Com a transformação digital, por exemplo, o volume de informações e a qualidade dessas informações mudaram muito nos últimos tempos. Paralelamente a isso, as jornadas de trabalho estão mais longas e o tempo para hobbies mais curtos”.
Ainda que não tenha uma fórmula única, existem diversas alternativas que podem ser adaptadas e aplicadas de acordo com a realidade de cada empresa. Por isso, as soluções vão desde o mapeamento dos riscos e tratamento dos transtornos mentais, como o Burnout, até a redução do absenteísmo e a melhora da satisfação dos colaboradores. Segundo Felipe,
“A Síndrome de Burnout é uma síndrome de esgotamento — quando a gente começa a ter um problema na memória de curto prazo e não consegue fazer tarefas um pouco mais complexas. É a dificuldade de raciocinar e chegar em uma solução prática para um problema relativamente simples.”
Essa síndrome é um exemplo de transtorno mental em que o diagnóstico não é simples. Por isso, até que se diagnostique o problema, a produtividade do colaborador é reduzida consideravelmente e o quadro pode se agravar – acarretando muitas vezes no afastamento.
Para começar a construir um programa personalizado, o primeiro passo é identificar quais são esses problemas. Entenda melhor sobre as etapas e como implementar um programa de saúde mental no trabalho!
Passo a passo para implementar um programa de saúde mental
Um ponto fundamental é entender que o problema de saúde mental não vem só do trabalho. É impossível desvincular completamente problemas da vida pessoal e profissional. Contudo, a organização tem um papel estratégico para agir diante desse cenário. Confira como elaborar um programa de saúde mental eficiente!
1. Diagnóstico
O primeiro passo para resolver um problema é entendê-lo e com a saúde mental não é diferente. Um diagnóstico bem feito é a primeira etapa para a construção de um programa de sucesso.
Os transtornos mentais englobam diversos fatores, sendo fundamental investigar e entender o real cenário da empresa, mapear as principais causas e riscos para, só então, definir um plano de ação.
Este mapeamento pode ser feito através de diversas ferramentas validadas, como:
- Self Reporting Questionnaire (SRQ20) — promove um rastreamento psiquiátrico a partir do uso de um questionário subjetivo;
- Job Stress Scale (JSS) — mensura o estresse ocupacional;
- Health and Safety Executive (HSE) — quantifica levando em conta 5 esferas: autonomia, gestão de mudanças, demanda, controle e liderança;
- Análise Ergonômica do Trabalho (AET) — estuda a demanda, tarefa e atividade do colaborador, para identificar inadequações e fatores de risco.
2. Gestão dos Fatores de Riscos Psicossociais
Os Fatores de Riscos Psicossociais são aspectos da concepção dos colaboradores sobre a organização e a gestão do trabalho e representam um potencial risco para a saúde do colaborador.
Após o seu diagnóstico, é essencial que seja feita uma gestão estruturada desses fatores dentro da empresa. Para tal, é fundamental a estruturação de uma política de diretrizes da empresa em relação aos fatores de riscos psicossociais, que contemple ações como:
- Definição de políticas claras de como agir;
- Formação de um comitê de gestão dos fatores de riscos psicossociais;
- Capacitação de líderes e treinamento receptivo de como se portar.
3. Plano de ação
Uma vez feito o diagnóstico e definida as políticas para gestão dos fatores de riscos psicossociais, é possível partir para a construção de um plano de ação realmente efetivo. Felipe destaca:
“É importante dizer que, sem o diagnóstico específico, o plano de ação fica solto. Podemos implementar as mais diversas ações, mas precisamos saber quais os reais objetivos delas”.
Biofeedback, Mindfulness, Quick Massage, Yoga, são alguns exemplos de ações compensatórias e/ou terapêuticas que podem ser contempladas no plano de ação. Conheça mais detalhes!
Biofeedback
Quando uma pessoa é submetida a alguma situação de estresse, uma série de alterações fisiológicas são desencadeadas, algo natural do corpo humano. Através de um treinamento pautado no Biofeedback, é possível identificar e entende-las. Ou seja, conviver de forma racional com essas alterações e minimizar os impactos que elas têm na saúde mental.
Para tal, a primeira etapa é a realização de uma entrevista individual em que é feito o treinamento do círculo respiratório cardíaco através software CardioEmotion. Assim, é possível identificar os picos de estresse e os fatores geradores de tensão.
Ao entender o perfil de estresse da empresa, é possível traçar estratégias para oferecer mecanismos de controle. O ideal é que sejam formados grupos de até 25 colaboradores para aplicação de técnicas e dinâmicas por um psicólogo, além de atividades educativas. O grupo deverá se reunir periodicamente em sessões de até 45 minutos e as reavaliações periódicas são fundamentais para medir o progresso dos participantes.
Mindfulness
O mindfulness é uma vertente da meditação com ênfase no controle das emoções e atenção plena. A prática possibilita uma melhor percepção das sensações corporais, dos pensamentos e das emoções diante de variadas situações. Assim, é possível agir racionalmente e não de maneira automática.
A prática é uma grande aliada das empresas, uma vez que ajuda a aumentar o foco, produtividade e assertividade dos colaboradores.
As aulas são realizadas em local dentro da empresa, preferencialmente fechado e silencioso, e em que os colaboradores possam ficar em cadeiras com as costas apoiadas. Assim como as demais soluções, as aulas são personalizadas e conduzidas de acordo com o perfil da equipe.
Ações compensatórias e/ou terapêuticas
São inúmeras as possibilidades de ações recorrentes e/ou pontuais que podem ser contempladas no plano de ação. Como falamos anteriormente, a eficácia delas irá depender diretamente do cenário mapeado e dos objetivos do programa de saúde mental no trabalho. Algumas dessas ações são:
- Psicoterapia presencial: oferecida dentro do ambiente de trabalho;
- Psicoterapia através de ferramenta online;
- Quick Massage: massagem rápida com foco na redução das tensões do dia a dia;
- Yoga: além dos benefícios físicos da prática, melhora a concentração, postura e respiração.
Por que é tão importante desenvolver um programa customizado?
Cada empresa é unica, com um ambiente de trabalho, um nível particular de estresse e um perfil de colaboradores. Ou seja, investir nas mesmas ações para diferentes realidades e públicos não terá o mesmo resultado do que realizar um diagnóstico e desenvolver um programa customizado.
Além disso, quando falamos em saúde mental no trabalho, cada empresa tem um nível de maturidade a respeito do tema. Em algumas, o assunto já é tratado com mais naturalidade e abordado no dia a dia, por exemplo, sendo possível oferecer soluções mais diretas.
Já em outras, o assunto ainda pode ser visto como um tabu. Se a empresa não está acostumada a ter a saúde mental como pauta, por exemplo, é necessário que seja feito primeiro um trabalho com as lideranças. Muitos dos problemas relacionados à saúde mental podem ser identificados e encaminhados a um tratamento por meio de uma liderança atenta. Para isso, Felipe salienta:
“A liderança deve escutar e não ter medo de falar sobre o assunto. O primeiro passo é uma comunicação clara e transparente. Obviamente, a empresa deve ter ferramentas e caminhos para que o líder possa encaminhar o liderado para tratamento, caso seja necessário”.
Benefícios em investir na saúde mental no trabalho
Os benefícios em investir na saúde mental são os mais diversos, tangíveis em alguns aspectos e intangíveis em outros. Para os colaboradores, a questão do cuidado com a sua saúde e o fato de estarem em um ambiente confortável para falar de situações delicadas e se sentirem acolhidos é um fator de extrema importância.
Já no âmbito da empresa, Felipe pontua:
“De benefícios intangíveis, a melhora do clima organizacional e do bem-estar dos colaboradores, reflete no índice de colaboração tanto entre eles, quanto com os clientes. Já os tangíveis, destacamos o aumento da produtividade, a diminuição do absenteísmo e a retenção de talentos.”
A constância e duração do programa irão interferir diretamente nos resultados alcançados. Novamente, não existe fórmula pronta e irá variar muito do quadro que a empresa se encontra. Segundo Felipe,
“Em termos gerais, os primeiros resultados vão começar a aparecer entre o sexto e décimo segundo mês, e de forma mais consistente a partir do décimo oitavo mês.”
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